✿ 19 - Quando o bicho papão bate na porta✿

124 22 13
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A maioria dos animais inclusive os humanos, já paralisou diante do susto de ser pego aprontando, você congela o coração dispara, você prende o ar, mas seu cérebro obriga com dificuldade fazer seu pulmão trabalhar, sua voz se prende no fundo da gar...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A maioria dos animais inclusive os humanos, já paralisou diante do susto de ser pego aprontando, você congela o coração dispara, você prende o ar, mas seu cérebro obriga com dificuldade fazer seu pulmão trabalhar, sua voz se prende no fundo da garganta e seus olhos arregalam, tudo o que quer é sair correndo. Foi exatamente assim que me senti quando abri a porta e o vi.

— Pai. — A voz saiu um fio e automaticamente mordi o interior do lábio.

Engoli seco ao ver sua expressão, ele estava muito puto, via isso pelo seu olhar, apesar da expressão neutra até receptiva, para quem não o conhecesse.

— Eu disse que acharia vocês dois — ele suspirou, moveu o pescoço de um lado para o outro, fazia isso quando estava tenso. — Agradeça sua mãe, por eu estar nessa porta e não a polícia.

— Isso seria uma cena que eu gostaria de ver, a polícia batendo à porta — meu avô falava, olhei para trás. — Para encontrar seu filho que tá botando o pé para fora do armário e seu pai que bateu a porta do armário na sua cara. Me diz, é assim que contaria para polícia? Porque é assim que eu daria meu depoimento.

— Ou eu poderia te mandar para uma clínica, vim te buscar, alegando sua instabilidade mental — meu pai retrucou, irritado, entrando, passando por mim que queria correr para fora e deixar os dois se matarem.

— Ah, agora você quer me tachar de louco? Não basta a interdição...

— Porque você está com Alzheimer! — meu pai alterou a voz em um quase grito, passou a mão na testa e fechou os olhos. — E mesmo assim, a primeira coisa que fez foi planejar essa maldita viagem. Arrastou meu filho, aproveitou do seu neto, porra, pai. Até nesse estado você consegue ser um grande manipulador egocêntrico.

— Eu quis vim. — Minha voz saiu baixa, mas meu pai ouviu, virou o rosto para mim com a expressão irritada. — Essa viagem é importante para nós dois... eu também quero achar o Steve.

Ouvir aquele nome e a minha declaração foi como uma traição para meu pai, podia ver isso na sua expressão. Steve era para meu pai a figura que representava tudo que faltou da parte do meu avô. A distância e a frieza eram porque meu avô pensava em Steve, o amor que faltou era porque tudo era de Steve. Era o que meu pai via.

Quando eu tinha 60 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora