✿11- Quando conhecemos melhor as pessoas✿

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Agora em um hotel bom, em uma cama confortável, depois de resolver uma situação desastrosa e constrangedora com meu neto fantasiado de flamingo e Wade de Zebra, tenho refletido sobre qual decisão tomar

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Agora em um hotel bom, em uma cama confortável, depois de resolver uma situação desastrosa e constrangedora com meu neto fantasiado de flamingo e Wade de Zebra, tenho refletido sobre qual decisão tomar. As palavras de Stephen me levaram a um lugar sombrio, a pior parte daquele verão, os medos e as mágoas. Um lado feio, mas essas foram as lembranças que cultivei e fiz questão de guardar. Por que mesmo estou indo atrás dele? Você vai esquecer, uma voz sussurrava. Como o Kamikaze falou, essa era a lógica. Eu tentei cultivar a raiva e desprezo, através dessas lembranças, viver à sombra desses sentimentos, porém eles nunca foram reais, porque eu jamais seria capaz de odiar Steve ou desprezá-lo. Por isso, mesmo esquecendo, ser magoado por ele era algo muito doloroso, as memórias que Stephen me fez retomar, me trouxe de volta o medo profundo de ser machucado por alguém que amo.

Estava distraído, remoendo essas lembranças. Ah, como me tornei vulnerável e naquele momento, vergonhosamente, inseguro, eu pondero se é pior o esquecimento ou ficar tão exposto. Mas cedo, no carro com Peter dirigindo em silêncio, ele havia desistido de tentar puxar algum assunto comigo. Um brilho refletiu sobre o retrovisor, então notei o colar de Wade, as placas de identificação do exército, já tinha visto antes ou falado sobre aquele objeto? Me questionei.

— É patriota? — perguntei e Peter me olhou e Wade também tirando seus olhos do celular — Não tem cara; na verdade, o exército tá tão na merda para aceitar gente doida?

— O exército só tem gente doida e não é o tipo que mostram nos filmes, são bem menos interessantes, só que mais letais. Os como eu, depois que viram camisinha usada, eles largam nessas terras do grande tio Sam.

— Por que entrou? — perguntei e ele olhou pela janela, parecia pensativo e talvez, não lembro bem, triste.

Ele deu de ombros e sorriu olhando para frente.

— Não tinha mais o que fazer, era um desastre na escola, órfão, briguento, quer melhor tipo para o exército? E fico muito sexy de uniforme; ah, Vanessa adora... adorava — Ele baixou o olhar. — E você, vovô, serviu?

— É claro que não, nem meu filho, neto, e espero que ninguém da família.

Peter me olhou, lembro de notar seu lábio machucado, a péssima mania de morder os lábios, ele sabia minha posição contra o alistamento. Richard chegou a pensar em entrar, se encantou por um tempo pela Aeronáutica por causa de Top Gun, mesmo que ele não admitisse que foi pelo filme, depois de conhecer Mary desistiu da ideia, um dos motivos pelo qual adoro minha nora. Peter até agora nunca tinha mostrado interesse, ainda bem, eu o arrastaria para fora do exército.

Quando eu tinha 60 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora