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Alexandre suspirou olhando o celular por um bom tempo, muito arrependido de ter ligado e ter falado o que falou.

Ela é amiga da sua filha, deve estar se sentindo péssima com essa situação toda. Provavelmente agora ela nunca mais vai aparecer na casa dele outra vez.

Decidiu então mandar uma mensagem no whatsapp dela, quem sabe assim ela entende melhor, achou que a sua voz deixava ela um pouco nervosa.

Precisou mandar uma mensagem ou iria se sufocar, ele não sabe guardar coisas mal resolvidas, gosta de transparência.

Longos minutos depois ela respondeu dizendo que estava bem.

Ele percebeu que ela ainda estava estranha, mas decidiu que a conversa acabava por ali mesmo.

Saiu de seu escritório ao mesmo tempo que sua filha saía do quarto dela. Toda arrumada e bem maquiada.

- Vai para onde? - perguntou sério, reparando na roupa de balada curta e brilhosa demais para o seu gosto.

- Vou à Vitrine. - ela sorriu animada.

- Filha, toda sexta-feira é isso. Você não cansa dessas baladas não?

- Pai, eu sou jovem. Gosto de me divertir, não sou igual a você que só trabalha e fica trancado nessa casa. - ela bufou e olhou para ele com um sorrisinho. - Troca de roupa e vamos comigo?

- Já estou lá com você, Bianca. Não tá vendo a minha cara de quem ama balada com adolescentes? - ele perguntou em um tom sarcástico.

- Grosso. - ela falou revirando os olhos. - Então fica em casa.

- Filha, espera. - ela parou de andar. - Toma cuidado. Não se esqueça de não tirar os olhos do seu copo, não saia de lá com homem nenhum, para lugar nenhum. Não aceite carona, me liga que eu vou lá te buscar.

- Droga, você é o melhor pai desse mundo. - ela o abraça com carinho. - Eu te amo.

- Eu te amo muito mais. - deixou um beijei na testa dela.

Depois que ela saiu, ele tomou um banho e foi esquentar a comida que a Maria deixava pronta todas as noites. Acabou abrindo um vinho também e comeu sentado na bancada da cozinha.

Seu celular vibrou ao seu lado e a foto da Karen acendeu no visor apontando uma mensagem dela.

"Saudades suas. Sonhei com você."

Karen é enfermeira do hospital, eles se conhecem há vários anos e acabaram virando amigos, até que virou uma relação casual, sem compromisso, às vezes rolava.

"Se você quer transar, pode falar. Não precisa inventar nada."

Ele conhecia muito bem a conversinha fiada dela, sabia que não tinha sonhado coisa nenhuma. Só estava atrás de sexo, e sendo assim era só pedir.

Logo depois outra mensagem apitou.

"Estou morrendo de saudades amor. Volto em breve."

Ele suspirou. Estava louco para que Paula voltasse logo dessa viagem, queria terminar com ela o mais rápido possível. Não estava mais dando certo, ela viaja o tempo todo para desfilar e ele acaba ficando com várias mulheres nesse meio tempo, isso não é relação saudável.

Ele se distraiu olhando os status das pessoas, raramente fazia isso. Sem querer acabou vendo os de Giovanna. Ficou um bom tempo admirando a foto dela, se apaixonando no formato dos olhos dela, nos cílios, no olhar, reparando como a sobrancelha dela é naturalmente perfeita.

Toda a naturalidade dela o encantava. Ela era natural em tudo. E era isso que mais o atraía nela.

Em um mundo de rostos falsos, peitos siliconados, bunda com prótese, lábios com preenchimento, ela era a perfeição natural.

tempo de amar | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora