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Ele viu vários sentimentos no olhar dela. Assim como ela viu nos dele. Nesses milésimos de segundos. Os dois presos um no outro.

Alexandre sentiu sua mão se formigar dentro do bolso da calça. Queria tocar a pele dela, estava com tanta saudade.

Mas antes que pudesse pensar em ter qualquer reação, viu ela virar as costas e andar na direção das escadas. O elevador ia se fechar outra vez, mas ele foi mais rápido e saiu andando atrás dela.

Giovanna respirava profundamente descendo um degrau de cada vez, quando chegou no corredor do décimo nono andar, sentiu a mão dele rodeando o seu braço e puxando seu corpo.

Imediatamente seus pêlos se arrepiaram.

Alexandre chocou seu corpo no dela e sentiu a respiração quente perto de sua boca. Se odiou por isso, mas não pôde se controlar e desceu os olhos para a boca dela.

- Não consegue olhar nos meus olhos e nem estar no mesmo ambiente que eu, Giovanna?

Ele perguntou rouco, o rosto sério olhando para ela.

- Solta o meu braço. - ela pediu baixo.

- Por que está fugindo de mim?

- Não estou. Eu tenho um paciente.

- Mentira. Você ia entrar no elevador e quando me viu simplesmente me deu as costas. É tão incômodo para você ficar no mesmo ambiente que eu por alguns segundos?

- Eu só não quero conversar aqui, e não posso conversar agora. Então me solta e me deixa trabalhar, por favor.

Ele afastou sua mão do braço dela contra sua vontade, mas ela não se moveu do lugar.

- Você foi para a casa dos seus pais e levou quase todas as suas coisas. Isso significa que acabou, meu bem? - ele perguntou rouco, sussurrando. - Você me deixou mesmo?

Ela sentiu os olhos ardendo. Queria saber como foi a cirurgia, queria estar agora nos braços dele matando toda a saudade, mas a dúvida por não saber o que aconteceu corroía sua alma.

Não era justo com ele.

- Alexandre, estamos na escada do hospital. Isso não é lugar para conversar sobre isso.

- Que se foda onde estamos. Eu só quero saber se vai ser desse jeito que vamos acabar a nossa história. Se você realmente vai me deixar sem ao menos uma conversa decente entre nós dois.

Ela mordeu os lábios em aflição e levou uma mão ao cabelo solto tentando acalmar sua respiração. Estava nervosa.

Um misto de sentimentos em seu corpo.

- Eu mereço uma explicação e me explicar também, Giovanna. Nem que seja para encerrar a nossa história.

Ele falou essa frase com uma dor agonizante em seu peito.

- Eu sei. Você pode passar lá na casa dos meus pais, quer dizer, lá em casa.. Você pode ir lá, mais tarde e aí conversamos.

Ela gaguejou confusa e ele levou uma mão até o rosto dela delicadamente.

- Não precisa se corrigir, meu bem. Lá não é a sua casa, é a casa dos seus pais. Sua casa sou eu, sua casa é comigo.

Ela sentiu o coração acelerado, seu amor por ele transbordando em seu peito. Uma lágrima escorreu de seus olhos e ele levou os seus dedos até elas para secar.

Giovanna tentou abaixar a cabeça querendo fugir do olhar dele, mas antes que pudesse fazer isso ele beijou sua boca.

Com uma mão em seu rosto e a outra indo abraçar sua cintura, ele se permitiu unir suas bocas em um beijo repleto de saudade. Ela se assustou, não esperava essa reação dele, mas não conseguiu resistir e se entregou quando sentiu a língua dele pedindo passagem.

tempo de amar | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora