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- Vai se ferrar, Alexandre. - ela falou com raiva.

Antes que ela realmente pudesse sair dali, ele a agarrou com toda sua força e a prensou na parede ao lado da porta. Sorte que o vidro só tinha a visão do centro cirúrgico, mas quem já estava lá dentro não tinha acesso aos dois.

- Você não sabe a felicidade que eu fico em saber que você ainda sente ciúmes de mim. - ele sussurrou rouco, roçando o nariz no dela. - Significa que você me ama.

- E quando foi que eu disse que não te amava, seu idiota? - ela socou o peito dele. - Me solta.

- Seu afastamento confunde a minha cabeça, meu bem. Me perdoa? Eu fico mal quando você me trata desse jeito.

Ela tentou empurrar o peito dele, mas não teve sucesso.

- Vai negar uma coisa que eu ouvi? - ela ainda estava brava.

- O que você ouviu, meu bem? Se eu disse alguma coisa, eu não me lembro.

- Você é sonso, Alexandre. Cínico! - ela bufou, virou o rosto para o lado fugindo das tentativas dele em beijar sua boca. - Eu ouvi quando Rodrigo falou da boate.

E então ele entendeu a braveza.

- Ah, foi isso. - sorriu. - Sim, você ouviu certo. Eu fui na boate ontem com Rodrigo. Mas não teve nada do que você está insinuando.

- Rá. - ela riu forçada. - Sei bem. Para de me dar explicação, não somos mais nada um do outro.

Ele sentiu uma pontada em seu coração, mas disfarçou bem.

- Eu sei que não te devo satisfações, mas eu quero falar. Me olha nos olhos, Giovanna. - ele usou uma mão para puxar o queixo dela na sua direção. - Eu não fiquei com ninguém.

Ele disse olhando nos olhos dela. Estavam fixos um no outro. Nesse momento, um interno da cirurgia apareceu na porta de correr do centro cirúrgico, provavelmente para checar o porquê da demora do cirurgião.

- An, perdão. - o rapaz ficou sem graça. - Me pediram para te chamar, Doutor.

Giovanna se afastou dele virando de costas e Alexandre soltou um pigarro para disfarçar o tom de voz.

- Um segundo, já estou indo.

Ficaram sozinhos outra vez.

- Alexandre, não deveríamos dar um mole desses no hospital. No local de trabalho. Vai logo, o paciente está esperando.

- Espera. Deixa eu só dizer uma coisa. Preste atenção em mim e nunca esqueça isso que vou te dizer agora. - ele respirou e a olhou com firmeza. - Você acredita se quiser, mas eu te amo. Sou apaixonado por você, apaixonado de um jeito que é ruim porque eu não sei viver, não sei fazer nada sem você. Os meus amigos me acham chato, todos à minha volta me acham chato porque eu só sei falar de você. Essa é a minha vida, e foi você quem fez isso comigo. Rodrigo me convenceu a ir lá ontem a noite, tomamos algumas doses de whisky e foi só isso.

Giovanna não desviou seus olhos dele. Estavam fixos um no outro e ela só conseguiu ver verdade neles.

- Como estamos separados, eu poderia muito bem ter ido para uma sala particular e ter transado com alguma puta, mas não ia adiantar de nada. Porque eu amo você, Giovanna. Não vale a pena ficar com ninguém, porque eu estou esperando você.

- Eu acredito em você. Seus olhos são tão sinceros que não posso evitar acreditar quando você me diz essas coisas.

Alexandre soltou o ar que estava preso e sorriu pequeno. Colou sua testa na dela e deixou um beijo em seus cabelos.

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