tempo de amar | gn

10

O rosto da morena muda de expressão imediatamente. Ela se senta na cama, o choque presente em seu rosto bonito.

- Você quer terminar? - ela pergunta incrédula. - Como assim, Alexandre?

Ele respirou fundo.

Estava louco para estar tendo uma conversa com Giovanna nesse momento, mesmo que seja para ela gritar e xingar.

Preferia estar resolvendo de uma vez a relação deles e não perdendo tempo com os chiliques de Paula.

- Eu estava apenas esperando você voltar de viagem, Paula. Eu e você sabemos que não está dando certo, a gente mal se vê, e quando se vê é para discutir. - ele fala cansado, passando as mãos pelo rosto. - Se veste, Paula.

Ela se levanta ainda chocada com as palavras dele e procura sua roupa dentro da mala encostada no canto do quarto.

- Eu estou sem entender de verdade. - ela diz vestindo sua lingerie. - Distância nunca foi o problema para nós dois.

- De uns tempos para cá, começou a ser problema. - ele assume com o semblante sério. - Não vou mentir para você, eu fiquei com outras mulheres enquanto você estava longe.

Ela abriu a boca.

- Até então era só casos, nada importante. Só que eu fiquei com outra mulher e percebi que não sinto nada além de um carinho por você. Ninguém leva uma relação a diante apenas com esse sentimento. - ele assume baixo. - Me perdoa, Paula. Você não merecia passar por isso e nem estar escutando isso.

- Quem é a mulher? - ela pergunta já vestida e com os braços cruzados. - Todo esse tempo que a gente se relaciona, você se envolveu com várias mulheres que eu sei bem e nunca passou perto de se apaixonar.

- Eu não estou apaixonado. - ele responde sério.

- Se não está apaixonado, por qual motivo esta terminando? Se você acha que eu me incomodo com traição, está enganado. Eu não me importo, nunca me importei. Eu sempre soube, Ale.

Alexandre fica surpreso, não imaginou que ela tivesse plena consciência de todos os seus casos extraconjugais, até porque sempre fez questão de ser discreto em todos.

- Você sempre dormiu com mulheres em suas viagens, nos clubes de streep que você é sócio, com as enfermeiras do seu hospital, eu sei de tudo. - ela assumiu chegando perto dele.

- Eu não fazia ideia, que você sabia. - ele responde sério.

- Eu nunca me importei, amor. Eu fico com você com todos esses erros, o que me importa é continuar sendo sua.

Ele ficou surpreso. Até que ponto a falta de amor próprio fazia com o ser humano?

Jamais conseguiria continuar com ela, estava claro que só se importava com o status que o namoro com ele trazia para a sua pequena e falida carreira de modelo e com o dinheiro.

- Acontece que para mim basta. Eu não quero mais você.

Curto e grosso, como sempre foi em toda sua vida.

- Eu não acredito que você vai acabar tudo assim, bem no dia que eu chego de viagem. - ela faz uma voz de choro.

- Por favor, não torne tudo ainda pior. - ele responde e anda até o seu closet pegando algumas roupas dela que estavam ali. - Leva tudo seu, Paula. Não inventa de deixar nada aqui, caso contrário vou doar para os pobres.

Ela fica parada perplexa no meio do quarto.

- As jóias que te dei são suas. - ele avisa e tira um talão de cheque da gaveta. - Fica com esse cheque para você também.