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Uma, duas, três, quatro tequilas. Sim, ela estava contando.

Nunca mais beberia ao ponto de ficar inconsciente.

Em compensação perdeu as contas de quantos cigarros fumou nesse meio tempo. Bianca tinha sumido para ir ao banheiro e um rapaz na casa dos vinte anos se aproximou dela no balcão.

Não foi mal educada, não tinha motivos para isso. Ele ofereceu uma bebida, mas ela recusou. Se apresentou como Marcos, um grande frequentador da boate.

Alexandre soltou a fumaça da boca e engoliu o resto da bebida do copo. Rodrigo percebeu o que estava prestes a acontecer e se aproximou do amigo imediatamente.

- Nero, eu vou lá. Deixa que eu vou e resolvo. Eu tiro o cara de cima dela rapidinho.

Os dois estavam na área vip, uma área exclusiva que apenas o dono tinha acesso liberado. Alexandre negou com a cabeça e o olhou com os olhos pesados de tanta raiva acumulada.

- A mulher é sua ou é minha, Lombardi? Não preciso que você resolva nada pra mim. - ele respondeu rouco.

- Nero, você já bebeu demais.. Está chapado pra caralho e vai acabar fazendo uma merda. - tentou intervir mais uma vez.

Alexandre não se importou em ficar para continuar escutando.

Desceu as escadas passando por trás do palco e saiu por uma porta de emergência no salão. Andou com o semblante rude, o olhar mortal para todos que cruzavam o seu caminho.

Antes de chegar perto dela, tragou mais uma vez o beck que estava entre os seus dedos e sorriu irônico. O cara tentava a todo custo convencer ela de alguma coisa, ele pôde notar.

- Com licença. - ele interrompeu, grosso. - Você está sentado no meu lugar.

Giovanna o olhou com uma mistura de surpresa e excitação. O seu corpo vibrava toda vez que ouvia esse timbre na voz dele.

- Engraçado, não estou vendo o seu nome escrito aqui.

O rapaz teve a ousadia de responder com ignorância.

Alexandre abaixou a cabeça dando uma risada baixa, tragou o beck com força e soltou a fumaça pela boca olhando fixo para Giovanna. Ela mordeu os lábios encarando o jeito como ele passou a mão pelo queixo e fixou os olhos explodindo de ódio no rapaz ao seu lado.

- Presta atenção, rapaz. Eu acho que você não me conhece, não faz nem ideia de quem eu sou. - ele respondeu sério, com o olhar rude. - Faz o seguinte, pede a porra do drink que você quiser por minha conta e some da minha frente.

Giovanna conseguia ouvir as batidas do seu coração, olhou para os lados tentando ver se a discussão chamava a atenção das pessoas, mas parecia que não.

Bianca estava saindo do corredor dos banheiros e levou um susto com a cena, percebeu o olhar do homem que chamava de pai e decidiu que aquela era a sua deixa para ir embora. Fez um sinal para Giovanna e saiu de fininho pelos fundos da boate.

Giovanna praguejou um xingamento para a amiga e voltou sua atenção para os dois homens parados na sua frente. Percebeu que ainda não tinha aberto a sua boca para falar nada, estava completamente sem voz.

- Marcos, foi um prazer conversar com você, mas eu acho que é melhor você ir agora. - ela falou rouca, tentado evitar que o problema aumentasse ainda mais.

Desviou os olhos para Alexandre. Ele a encarava sério.

- Você escutou o que ela disse. Vaza daqui.

- Vazar? - o cara soltou uma risada. - Quem vai ser o homem que vai me tirar daqui?

Alexandre tentou ir na direção do rapaz, mas Giovanna entrou no meio dos dois e o empurrou pelo peito.

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