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Alexandre estava olhando o quadro de cirurgia e tentando fazer uma mudança para a sala de cirurgia 1, particularmente sua favorita. Estava tão concentrado, que não notou Giovanna parada ao seu lado esperando ele acabar.

- Oi, Giovanna. - ele falou rouco e voltou a escrever no quadro. - Quer falar comigo?

- Sim. Estão precisando de você para resolver um problema com um dos pacientes da doutora Carla. Estávamos prontos para levar a paciente para a tomografia, mas o cartão do plano foi recusado.

Alexandre franziu o cenho.

- Eu não posso ajudar nessas situações, você sabe. Eles devem entrar em contato com a central do plano de saúde.

Ela concordou e cruzou os braços.

- Eu sei, a doutora explicou isso, mas a irmã da paciente faz questão de falar com o dono do hospital. Ela disse que só vai conseguir entrar em contato com o plano de saúde mais tarde.

Alexandre suspirou e concordou com a cabeça.

- Tudo bem. Vamos lá.

Giovanna o levou até a sala onde a paciente estava internada e bateu na porta antes de olhar para dentro, pedindo licença.

- Eu consegui localizar o Alexandre, Doutora.

- Ah, ótimo. - Carla agradeceu.

Alexandre entrou no quarto e focou seus olhos em uma moça ruiva deitada na cama, parecia entediada. Carla estava em pé ao seu lado, e no fundo da sala havia uma morena de costas. Ela parecia estar no telefone.

- Que maravilha, eles não atendem. Do que adianta pagar um plano de saúde caro desses para não ter um auxílio numa hora dessas, tenha dó. - a mulher reclamou se aproximando.

Quando levantou o olhar e deu de cara com o homem que tinha derrubado sua salada no chão há três dias atrás, sorriu.

Alexandre também ficou surpreso com a coincidência.

- Quando será que eu vou te encontrar e você vai estar calma, sem nenhum perrengue? - ele perguntou sorrindo.

Carla, Giovanna e a mulher deitada na cama tinham a mesma expressão no rosto. Todos sem entender nada.

- Pelo que parece, nunca. O caos sempre vive atrás de mim, pelo que você pode ver. O que está fazendo aqui? - ela franziu o cenho.

Se lembrava que ele era cirurgião plástico, mas sua irmã não precisava de plástica.

- Eu sou cirurgião, consequentemente preciso estar sempre em um hospital. Você que está meio longe do seu consultório, não é?

- Vocês se conhecem? - a ruiva perguntou.

Era a pergunta que Giovanna gostaria de fazer, mas não tinha coragem. Ela estava parada, segurando a ficha da paciente em seus braços com mais força do que deveria.

- Ah, esse é o Alexandre, Mica. Aquele que te falei, lembra?

Os olhos da ruiva se arregalaram.

- Esse é o cirurgião gato que te pagou um almoço? Você não falou que ele era dono de um hospital, Isis.

Giovanna sentiu seu rosto esquentar. Estava completamente deslocada dentro daquele quarto. Alexandre abaixou a cabeça sorrindo. Escondeu da mulher que era dono de um hospital por simplesmente achar que nunca mais ia vê-la de novo.

Qual a probabilidade?

- Então.. - ela olhou na direção de Alexandre. - Você não me disse que era dono de um hospital.

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