O barulho da porta fez as duas levantarem do sofá ao mesmo tempo. Bianca por ansiedade, Giovanna por agonia.Alexandre entrou na sala sem demonstrar nada em seu rosto.
- O que ele disse, pai? - Bia perguntou primeiro.
Giovanna não foi capaz de perguntar em voz alta. Tinha medo da resposta.
- Bi, sobe para o seu quarto e me deixa sozinho com a Gio?
Ele pediu num tom calmo, brando.
- Mas pai, eu queria saber.
Alexandre direcionou um olhar para a filha que ela conhecia bem. Era o olhar de súplica, era um olhar que ele quase nunca usava. Não era um homem de suplicar por nada.
- Tô subindo. - ela resmungou.
Quando ficaram finalmente sozinhos, Giovanna soltou a sua respiração acelerada. Seu coração bombava tão forte no seu peito, que achava que ele poderia escutar facilmente.
Não era capaz de perguntar nada. Ficou em silêncio olhando para ele e esperando pelas palavras.
Alexandre abriu os botões da camisa e resmungou baixinho sentindo dor no local afetado. Giovanna arregalou os olhos quando viu o hematoma vermelho.
- Eu tô bem. - ele disse antes dela perguntar. - Valeu cada segundo.
Ela deixou as lágrimas que nem sabia que estava segurando escorrerem pelo rosto bonito.
- Não chora, meu bem. Não aconteceu nada naquela noite.
Ela soltou um soluço surpreso e olhou nos olhos dele.
- Ele te disse isso?
- Disse. Primeiro tentou bancar o machão comigo, mas logo se mostrou o moleque de merda que ele realmente é. Me contou o que aconteceu. - ele fez uma pausa para respirar. - Você não transou com ninguém. Nem a força e nem por vontade própria.
Ela sentiu como se um peso de cem pessoas saísse de dentro do seu corpo. Não aguentou a emoção e começou a chorar alto, um choro de libertação. Ele abraçou o corpo dela com o seu e deixou que ela chorasse tudo que estava preso dentro dela.
- Eu tô aqui, meu amor. - sussurrou deixando um beijo nos cabelos dela. - Eu vou estar sempre aqui.
Depois do que pareceu horas de um choro dolorido, ela se aliviou. Se afastou dele totalmente envergonhada.
- Vocês brigaram muito? - perguntou baixinho.
- Não. Fica tranquila.
Giovanna respirou um pouco mais aliviada e olhou nos olhos dele. Ela viu tanta coisa nos olhos dele. Viu amor, alívio, paixão, gratidão e carinho.
- Obrigada por isso. Se não fosse você, eu ficaria para sempre com essa dúvida no meu coração e não ia conseguir viver. Eu quero te pedir desculpas mais uma vez, na verdade perdão.
Ele deixou ela falar, ele notou que ela precisava falar.
- Obrigada por tudo que você sempre fez por mim. Todos os momentos em que eu preciso, você está comigo. Mesmo que eu tenha te magoado profundamente.
- Giovanna..
- Não, me deixa terminar. Eu ainda me sinto péssima, apesar de agora estar aliviada. Eu ainda me culpo por ter agido sem pensar nas consequências, só querendo dar o troco em você e em tudo que você fez. Mas eu sei que os meus erros, não anulam o seu, Alexandre. Você mentiu para mim olhando dentro dos meus olhos quando falou das pessoas que iam na viagem com você. Em nenhum momento citou o nome daquela mulher, omitiu coisas de mim. Eu não acho que a nossa relação possar ir adiante desse jeito.
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tempo de amar | gn
Short Storyum médico rico, completamente apaixonado pela melhor amiga de sua filha. é uma história ficcional que não condiz com a realidade.