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Ele encarou o rosto enraivecido da mulher na sua frente.

- Você está tendo um caso com uma adolescente? - Karen perguntou chocada. - Inacreditável, doutor Nero. Esperava bem mais de você.

- Cuida da sua vida, Karen. Já te falei para não se meter na minha vida. - ele fez menção de sair andando, mas ela não deixou.

- Essa não é aquela amiga da sua filha?

Alexandre congelou no mesmo lugar.

- Bianca sabe que você tem transado com essa menina?

Ele respirou fundo. Não admitia ser colocado contra a parede.

- Por que você quer saber, Karen. Vai ser você a pessoa que vai contar para ela?

Ele desafiou cruzando os braços no meio do corredor do centro cirúrgico. Ela não se intimidou e abriu um sorriso.

- Se você não colaborar comigo, pode ser que eu conte sim. Mas eu odiaria ter que fazer isso, amor. Vamos conversar na sua sala? - ela se aproximou dele.

- Só vou te avisar uma coisa, porque já é a segunda vez que você tenta me ameaçar. - ele falou sério, apontando o dedo na cara dela. - Vai em frente, procura a minha filha e conta. Você já não é muito querida por ela, vai fazer papel de maluca, mas talvez ela até acredite em você. Só tem um porém, se ela não acreditar você vai sair desse hospital e nunca mais vai voltar.

Ela perdeu totalmente a postura, talvez por saber que ele não estava para brincadeiras.

- É por causa dela que você acabou com tudo entre nós?

Ele fechou os olhos sem paciência.

- Karen, supera. O seu drama ainda é por causa disso? Você não aceita perder um homem para uma mulher com quase a metade da sua idade?

- Você não pode estar falando sério. - ela solta uma risada nervosa. - É realmente por causa dela?

- Você precisa ouvir em voz alta, então vamos lá. Karen, ela tem tudo que eu preciso, que eu amo, que eu desejo. Ela me faz um homem melhor, com ela eu experimento coisas que eu não fazia ideia ser possível, ela me tira o chão, me tira o fôlego.

- Eu não sou obrigada a ficar aqui escutando essa merda que está saindo da sua boca. Você está apenas enfeitiçado por uma ninfeta, uma carne nova. Uma hora esse encanto vai passar e eu vou estar aqui para dar risada da sua cara. Acha mesmo que uma garota daquela idade vai querer compromisso? Ela vai te machucar.

- Será um prazer ser machucado por ela. Agora vê se me deixa em paz, toma conta da sua vida, dos seus pacientes. E por favor nunca mais me ameace outra vez, para o seu próprio bem.

Ela não teve chance de responder, ele se virou e andou na direção da sua sala.

Alexandre entrou no refeitório atrás de um café forte que só a Sônia da cozinha sabia fazer. Por vezes teve que tomar o café fraco de sua secretária, mas decretou que a moça era melhor dando recados e atendendo telefonemas.

- Tem uma morena que eu fiquei apaixonado. Nunca vi uma mulher tão gata, cabelão até a bunda e por falar em bunda, a dela é deliciosa.

Ele escutou um dos cirurgiões pediátricos falando com a voz animada. Olhou na direção deles, estavam em uma mesa.

- Parece que o nome dela é Giovanna. Fui oferecer um café para ela, mas é bem tímida. Não quis muito papo não.

Outro médico falou, um ortopedista.

- Deve ser solteira, não vi aliança nenhuma. De todas essas que chegaram para fazer o estágio, é a mais gostosa. Vou marcar em cima, vai que ela cai no meu papinho. - o mesmo cirurgião pediátrico falou.

tempo de amar | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora