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Alexandre abriu a boca para dar uma resposta qualquer, mas foi surpreendido pela voz de Giovanna.

- Bia, entra e fecha a porta. - ela pediu respirando fundo.

Ela estava nervosa, mas tinha um brilho de coragem em seus olhos. Ele mordeu o canto da boca para não beijar a boca dela na frente de sua filha antes mesmo de contar, estava tão feliz que não cabia em si mesmo.

Bianca entrou com o semblante fechado, parecia que ela sabia.

- Miga, eu quero conversar com você já faz tempo, mas eu não tive coragem. - ela começou falando devagar.

Bia soltou uma risada irônica.

- Giovanna, se você for abrir a boca para me dizer o que tenho quase certeza que você vai me dizer, nem precisa. - ela rebate andando pela sala.

Alexandre cruza os braços e continua em silêncio.

- Bia, senta e me escuta. - ela pede calma.

- Eu não quero sentar e nem quero ficar calma. Eu não estou acreditando, eu juro por tudo que eu não queria enxergar, que eu me fazia de idiota, mas no fundo, bem lá no fundo eu sabia que vocês dois estavam me fazendo de otária esse tempo todo.

- Filha, vamos conversar direito. - ele pede rouco.

- Não, pai. Não vem com essa para cima de mim não. Fala, vai, fala logo. Eu quero escutar para ter a certeza que sou idiota.

Ela anda até ficar cara a cara com a melhor amiga.

Giovanna já estava com os olhos rasos de lágrimas.

- Eu me apaixonei pelo seu pai. - ela admitiu sussurrando, os olhos presos nos de Bianca.

Uma lágrima escorreu pelos olhos da loira, fazendo o coração de Giovanna partir no meio. Estava machucando sua melhor amiga da vida inteira.

- Você se apaixonou, Giovanna? É isso mesmo que você está me dizendo? E quando foi que isso aconteceu, quando foi que você abriu a porra das suas pernas para o meu pai na porra da minha casa? - ela gritou tremendo.

- Bianca, sem escândalo. Estamos no hospital. - ele pediu calmo.

Ela riu.

- Você não se importou de estar no seu hospital transando com a minha melhor amiga, mas gritar não pode? Você fez como, tampou a boca dela? - perguntou sarcástica.

- Eu sei que você está magoada comigo, filha. Sei que está com raiva dela, mas eu não vou admitir falta de respeito.

Ele falou sério, mas em um tom calmo.

- E a falta de respeito comigo, porra? Ninguém pensa em mim. Você acha respeitoso foder com a minha melhor amiga? Qual é a porra do seu problema, as milhares de mulheres que você tem não são suficientes, você tem que transar com a minha amiga também? - ela falava alto, olhando nos olhos dele.

- Bia, não foi bem assim. Por favor, não fale assim com ele.

Giovanna pediu de cabeça baixa, seus olhos estavam vermelhos.

- E você não fala comigo. - ela apontou com o dedo. - Você é minha amiga, minha irmã, a pessoa que eu mais confiava no mundo inteiro e o que você faz? Entra na minha casa e fica de olho no meu pai, dando em cima dele, se oferecendo feito uma vagabunda. - ela falou chegando perto de Giovanna.

- Bianca, você não vai falar com ela desse jeito. Eu não admito isso. - ele se meteu entre as duas, colocando Giovanna atrás de seu corpo. - Não foi dessa maneira que você está pensando, estamos tentando conversar com você.

tempo de amar | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora