tempo de amar | gn

42

Uma semana depois.

Ele saiu da sala de cirurgia aliviado.

Finalmente tinha conseguido, os gêmeos estavam separados e fora de qualquer risco. Recebeu aplausos quando soltou o seu bisturi e anunciou o fim da cirurgia com sucesso.

Passou no quarto da mãe dos gêmeos para dar a notícia pessoalmente e se emocionou de verdade com a gratidão da mulher. Por essas e outras que amava sua profissão.

Todos animaram para uma bebida no pub para comemorar.

Ele não queria ir, queria ir para o hotel arrumar suas coisas e voltar para o Brasil, mas sabia que não podia fazer isso assim.

Sua volta estava marcada para daqui a dois dias. Esses dois dias seriam cruciais para observar a evolução dos meninos no pós operatório. Nesses sete dias que passaram desde a ligação com Giovanna, os dois não se falaram mais.

Odiava admitir, mas estava quase doente de tanta saudade.

Mas também estava extremamente magoado e puto da vida.

Acabou aceitando ir ao pub com todo mundo que participou junto com ele da cirurgia bem sucedida. Ele merecia.

Se arrumou com uma camisa de botões preta, calça jeans escura e uma jaqueta de couro por cima. Seu relógio, seu perfume e estava pronto.

Quando saiu pela porta do quarto, Andreia também saía do quarto em frente ao seu. Estava linda, em um vestido tubinho preto e um sobretudo marrom por cima, salto alto e os cabelos claros soltos.

- Oi. - ela sorriu.

Depois da discussão, ele pediu desculpas por tudo que aconteceu, inclusive pelo apertão no pescoço e ela aceitou.

Estavam tendo uma relação amigável, se puder chamar assim. Na verdade, quase não se viam, mas quando se viam, eles se tratavam com respeito.

- Oi. Está linda. - elogiou baixo, sem segundas intenções.

- Obrigada, você também.

- Vai ao pub também?

- Vou. Acha que está demais? - ela se olhou preocupada.

Ele segurou a risada.

- Não, imagina. Está ótima. Quer uma carona?

- Não vai te causar problemas?

Ele sentiu um aperto no peito. Odiava admitir no fundo de sua alma que seu relacionamento tinha acabado, justamente por que seria nesse dia, nessa data, que os dois estariam se casando.

- Não. Não vai causar.

E então eles foram até o lugar marcado conversando sobre a cirurgia e sobre os gêmeos, que viraram o xodó de todos no hospital.

Quando chegaram, entraram juntos e todos os olhares foram direcionados para eles. Mesmo não tendo nada demais.

O pessoal da equipe sabia que Alexandre estava noivo, mas ninguém falou nada. Sentaram numa mesa redonda junto com todos e pediram suas bebidas.

No seu quinto copo de whisky ele já estava se lamentando sobre Giovanna. Com Raul.

- Cara, você sabe que a base de todo relacionamento é a conversa. Vocês precisam sentar e conversar, os dois precisam falar e os dois precisam escutar.

Alexandre tinha o olhar caído, com sofrimento.

- Ela não pensou duas vezes, Raul. Não pensou em mim, no meu amor. Ela não pensou em tudo que eu deixei para trás por ela, para ficar só com ela. Por causa de uma briga, de um mal entendido não perdeu tempo em ficar com outro cara.