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Ela estava terminando de retocar o gloss e passou os dedos entre o contorno dos lábios para limpar os borradinhos.

A campainha tocou.

Giovanna desceu as escadas com as pernas fracas, os sentimentos aflorados e o coração saindo pela sua boca.

Alexandre não precisava de autorização para subir desde quando estavam noivos, o porteiro era um grande fã dele.

Todo seu corpo entrou em uma espécie de frenesi, era como se ela tivesse desaprendido a lidar com o homem do outro lado da sua porta. Como se tudo tivesse voltado ao início, com aquela mesma sensação de borboletas em seu estômago.

Quando a porta abriu ele estava parado, com as mãos no bolso da calça e com a cabeça baixa. Ele foi subindo os olhos devagar começando pelos pés dela, subindo pela barra do vestido, até ir de encontro ao decote delicioso que ela usava naquela noite.

Alexandre sentiu a boca secar, sentiu um desconforto em seu corpo, como se queimasse e incomodasse muito. Ele não parou de olhar para a marquinha linda de biquíni que ela exibia entre o decote do vestido. Seus olhos não desviaram por mais que ele quisesse olhar nos olhos dela.

- An.. então.. - ela pigarreou. - Meu rosto é mais em cima.

Ela segurava o sorriso com todas as suas forças, mas Alexandre não se sentiu constrangido por estar secando os seios dela. Afinal de contas ele sempre seria assim com ela, vidrado em cada parte de seu corpo.

- Boa noite, meu bem. - ele falou rouco.

Giovanna dessa vez deixou que o seu sorriso tomasse conta de seu rosto e deu passagem para que ele pudesse entrar.

- Entra, fica a vontade.

Alexandre passou ao lado dela e cheirou seus cabelos recém lavados sem fazer questão de disfarçar. Ele nunca foi bom em disfarçar seu desejo insano por ela, e nem fazia questão de ser.

- Eu pensei que nós dois fôssemos conversar em outro lugar. Cadê seus pais? - ele perguntou passando os olhos pela sala.

Giovanna fechou a porta e andou até chegar perto do balcão que dividia a sala da cozinha imensa de sua casa.

- Eles foram jantar fora. Estamos sozinhos.

Alexandre concordou e continuou parado. Sua postura ainda não estava relaxada e ela percebeu isso muito bem.

- Senta, Alexandre. Qual o problema, parece que nunca esteve na minha casa. - ela riu indo até o armário para pegar duas taças.

- Sem os seus pais aqui, nunca. - ele sussurrou nas costas dela.

Giovanna não tinha percebido que ele atravessou a distância entre eles em silêncio e colou seu corpo no dela apenas para se esticar e pegar as taças no alto do armário. Ela sentiu calor, um calor que subiu por entre as suas pernas.

- Eu não sou nenhuma adolescente que está com o namoradinho escondido dos pais em casa. - ela falou baixo, se virando de frente. - Eles sabem que você está aqui, sabem que vamos conversar.

- Só conversar? - ele perguntou descendo os olhos entre o vão dos seios, focado em olhar mais daquela marquinha que deixa seu corpo em agonia.

- Alexandre.. - ela arfou e levou as duas mãos até o peito dele.

Ele estava usando uma camisa branca no estilo polo e uma calça jeans de lavagem cara, num tom cinza escuro.

- Você vai me dizer que se vestiu assim, que está pegando as taças para bebermos vinho e que no final de tudo só vamos conversar?

tempo de amar | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora