፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 006 Reflexões Anti-exterminio

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— Agora eu preciso saber. O que te deixou furiosa daquele jeito, an?

E eu não havia porque não contar.

— É relevante para você saber? — elevei as sobrancelhas, abaixando o queixo e umedeci os lábios com a língua enquanto aguardo a sua resposta.

— Dado o fato de que eu acabei de salvar a sua vida por conta disso, sim.

Droga! Porque todos os Sullys eram sagazes e inteligentes dessa forma?!.

— Eu fui destratada em seu meio. — profiro seria, e friamente a Lo'ak. — Não a primeira, nem a segunda muito menos a terceira vez. É apenas cansativo, tocar na ferida tantas e tantas vezes, massacrar onde dói. Isso cansa.

Lo'ak pareceu pensativo, apoiou o cotovelo no seu joelho e relaxou se sentando com as costas encostadas no tronco.

— Isso era notório de acontecer… — disse parecendo reflexivo.

Eu me estressei por ouvir aquilo a segunda vez no dia.

— MAS QUE INFERNO! — me levantei sobressaltada, mas foi apenas ao sentir a visão tontear com o meu movimento súbito que eu cai sentada novamente, me lembrando da pressão baixa. —Todos dizem a mesma coisa. E eu não consigo entender como há uma explicação para um mal tão repulsivo como a intolerância racial por aqui! — exclamei em indignação, olhando em seus olhos amarelos.

Lo'ak se levantou indo até a minha diração. E se eu houvesse orelhas como eles Na'vis, podia jurar que as minhas teriam abaixado agora.

— Há uma explicação para a invasão de seu povo aqui? Das vidas que foram dizimadas e queimadas diante dessa floresta? — Lo'ak reprimiu os lábios. — Eu perdi meu avô! Para o povo do céu… Eu perdi minha tia, irmã da minha mãe, ainda jovem como eu, baleada na escola onde a Doutora Grace dava aulas. E até mesmo o meu tio humano…. — meu coração acelerou descompassadamente em pânico por ele citar Norman daquela forma. — Foi morto pela sua própria espécie.

Arfei em busca de fôlego, em busca de uma garantia de que a raça humana não fosse tal cruel, não fosse tão terrível como de fato era.

Mas somos assim. Somos grotescos, cruéis e imundos. E todas as outras raças, tem a vantagem de não terem nascido com o sangue humano em suas veias. Pois é uma linhagem amaldiçoada, maléfica e mal falada. Não adianta metade da população agir diferente. Somos conhecidos pela ruína, destruição e mortes.

E ao me olhar, sei que o povo da floresta vê exatamente essas características em mim.

— Norman também foi baleado… — murmurei em um sussurro. Com a visão turva, perdida, fraca. — Assaltaram ele.

— Como? O que é isso? — Lo'ak franziu o cenho sem entender.

Fecho os olho sorrindo sutilmente, também querendo me dar o luxo de viver em um planeta onde não haviam assaltos a mão armada, ou um motivo para temer quando se saí na rua para trabalhar.

— Levaram os pertences dele. E depois… — Lo'ak se assustou, parecendo agitado.

— Então ele não morreu em combate?!

— Não. — franzi o cenho. — Norman era um cientista, não um fuzileiro.

— Isso fica a cada segundo pior! Se haviam tomado tudo o que ele tinha qual a necessidade de levarem também a sua vida?! — Lo'ak se revoltou e eu também fiquei da mesma forma há seis anos atrás.

— Bem vindo ao planeta Terra. — digo amarga, sem esperança ou forças. — Agora entende porque da expedição para cá? O projeto pandora está fazendo sentido a você garoto? — o encaro com uma sobrancelha arqueada.

❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora