❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦

፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 008 Jogando Verde

[vejam o booktrailer da história meus bacanos! 🥰✨]

— Está me dizendo que teve uma visão no meio da floresta?

Kiri e eu estávamos nas redes de cipós da árvore sagrada, tomei banho de chuva logo após o meu duelo e a crise de pânico repentina. Bebi um chá de erva tranquilizante e contava da minha experiência traumática para Kiri. Tudo rica e detalhadamente.

— Sim, tive. E foi tão real que senti uma crise de pânico com a experiência.

Kiri coçou o queixo pensativa e se deitou esticada sobre a rede.

— Sim, eu vi. Você ficou branca feito nuvens, além de não parar de ofegar. Parecia que estava prestes a…

Fechei brevemente os olhos.

— Morrer. — Respirei fundo pois era exatamente essa a sensação de se ter uma crise de pânico. — Mas não sei… não sei mesmo, eu sou uma mera humana imunda como o próprio Ak'rot disse… Eu não acho que eu seja a escolhida da floresta ou a princesa numa nave branca que veio salvar todo mundo. Eu sou apenas uma intrusa no seu meio, que as forças dessa mata, de alguma forma não querem que eu vá embora.

Neteyam surge na porta como num passe de mágica.

— Claro que não quer que vá, a grande mãe não escolhe, ela nos capacita para nossos propósitos… E o seu — o irmão Sully mais velho se aproxima em passos lentos. — É ficar aqui Sigrid.

Engoli a seco não conseguindo refletir se aquela era a melhor ideia do mundo ou então a pior coisa que eles haviam me pedido para encarar desde que cheguei até aqui.

Ficar na floresta?

Ficar.

Na.

Floresta?.

Nao era preciso ser muito inteligente para saber que o meu habitat natural estava longe de ser aqui, além do mais, eles eram hostis, meus inimigos, meus rivais e minha missão. Apenas queria estudá-los, avaliar os riscos e perigos de sua fauna e flora peculiar e documentar tudo isso no meu livro de crônicas pandorianas… apenas…. Isso.

Não estava em meus planos, aliás bem longe deles, ser capturada, conhecer o clone do meu namorado morto, fazer uma amiga Navi, duelar com um guerreiro, quase morrer, ter uma crise de pânico e sentir sementes da árvore sagrada, o que, falando o nosso português claro, pareciam mini polvos mosquitos, pousando em mim.
Nada disso me consolava, nada disso me deixava confortável para aqui continuar.

Por isso, apenas encarei Neteyam e dei de ombros ao dizer.

— A grande mãe escolheu a pessoa mais desajeitada e incompetente para algo que exista, Neteyam.

Seu sorriso soslaio e maroto me surpreendeu.

— Não foi isso que me pareceu no duelo de mais cedo…

Ele vai mesmo citar aquilo como ponto positivo?!.

— Ah, aquilo foi pura sorte. A segunda flechada mal contou decentemente pois nem no alvo eu peguei, foi cagada! Não vem não… — digo rindo da minha própria fracassada mira. — Eu fui mais uma piada do que qualquer outra coisa…

KIRI ao meu lado ri e concorda comigo. Ah… as amizades…

— Sempre gostei da sua honestidade Corine.

— Valeu. — agradeci orgulhosa a minha amiga e Ergui as sobrancelhas durnate a fala, vendo neteyam me encarar com uma cara meia perplexa. — Que é? — sorrio humorada.