፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 4.2 A Cerimônia

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As coisas andam agitadas por aqui desde que voltamos para a árvore, é impressionante como um acontecimento altera completamente a nossa vida e percepção de tudo.
De repente, para mim, o brilho da árvore sagrada sumiu, os animais abandonaram o entorno da floresta omatikaya pela radiação do gás e ficou difícil caçar para sobreviver.
Ficou difícil conviver com a memória do atentado contra a vida dos navis nesse lugar.

Foi como se o cenário pacífico que vivêssemos fosse destruído após aquelas bombas. E o espaço, nunca mais seria o mesmo.

Mas afinal, nem nós permanecemos os mesmos. Não há como estar em uma guerra, um confronto e permanecer intacto com a sua inicial essência.

Ver mortes e causa-las, presenciar tragédias e ouvir bombas, fragmenta seu coração, o endurece, o caleja de tal modo que fica difícil, e, quase que impossível senti-lo bater de novo.

Mas eu estava de volta afinal. Eu, o povo, meus amigos e Pringles.

E a minha readaptação, é o menor dos problemas dada em conta está noite. Hoje o futuro Oloektan escolherá uma esposa para sua posse, o ritual de união finalmente havia chegado. E somente espero que agora, depois de hoje, eu durma tranquila na Snonivi e só se preocupe em quando minha irmã, Anelyz, irá chegar. E não com que Na'vi eu terei que engolir Neteyam ficar.

Regras são regras.

Sei o quanto as tradições e costumes de seu povo são importantes para o mais alto azulado, e se, não podemos fugir juntos para outro clã, e eu não posso ir embora para outro canto e morada dessa floresta... Só me restou a morte.
Que convenhamos, em pandora, há vários meios e possibilidades para isso.

Brincadeiras a parte leitores, ainda não sucumbi a loucura completa para tramar contra a minha própria vida... Ainda estou lúcida o bastante para assumir ser loucura e ter ciência da bobagem que seria. Depois de tantos livramentos e provas de sobrevivência em Pandora, eu mesma acabar com tudo facilmente seria trágico.

Muitas vezes desejei a morte na minha jornada, e não me envergonho de confessar isso. No começo, desejei estar em qualquer lugar da galáxia menos aqui. Quando tudo se iniciou eu achei que não houvesse nada pior do que a criogenia e ser cobaia de cientistas ambiciosos. Mal sabia eu, como sofrer ameaças e racismo por vários meses de aliens, poderia ser incontáveis vezes pior.

Mas aqui estou eu agora. Viva, saudável e faminta.

Sem perspectiva do que a noite de hoje me reserva, mas deprimida o suficiente para matar a esperança no fundo do meu ser, de que talvez, quando tudo isso terminar, eu é que vou estar ao lado de Neteyam.

Meu desejo. Meu maior desejo aliás, é fundir seu corpo no meu, é estar completa e totalmente com ele, mesmo sabendo que somos sistêmica e biologicamente diferente. Duas espécies. Duas culturas e barreiras. Mil razões para não nos unirmos.
Porém uma grande o bastante para ir contra todas as outras.

Eu o amava.
E Neteyam não somente me amava, como me disse, eu vejo você.

Ele enxergou quem eu realmente sou. Minha essência, minhas feridas e cicatrizes e foi isso que o fez me amar.
Ele não olhou para meus cinco dedos roseos, para meus olhos pequenos esverdeados ou na ausência de uma calda no quadril. Nada disso existia para azulado. Porque por mais diferente que eu fosse, ele me amou por quem eu sou.
Me amou de uma forma que ele não me amaria se eu fosse uma avatar. Não seria tão forte e intenso quanto o que ele tem e queima em seu peito ao pensar em meu nome, isso eu tenho certeza.

Desejei tanto um avatar, nunca pensei precisar de um antes de conhecê-lo. Mas após me apaixonar, viver ao seu lado por essa floresta, tudo o que eu queria era me parecer com ele na aparência também.
Mas Neteyam me fez perceber que, não. Eu não precisava ser como ele para amá-lo, eu não precisava ser uma avatar para ele me amar. Quando já possuía tudo o que ele queria.

❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora