❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦

፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 020 Uma De Nós

Enquanto percorria a grama abaixo de meus pés fico pensando na forma que Elrand me cativou por sua insanidade em se colocar em perigo, apenas para me trazer vitais e confidenciais informações.

Ele era louco? Um suicida completo, de fato. Mas que o quê me diferia dele afinal? Cientistas vão perdendo a sanidade para a teoria, para a busca insanável de estudos que comprovem a sua razão de estarem de fatos corretos. Cobertos de razão.
E quando chega ao fim de sua tese, quando o mestrado se concluiu e a sua força ativa de curiosidade ainda não acabou, avançamos para o doutorado, e é ali leitores, e naquele estágio que perdemos completamente a nossa cabeça.

"Vou fazer o possível..."

Ele realmente me ajudaria a avisar Anelyz? Garantir que ela não pare de receber metade, porcentagem de meu salário por mim? A possibilidade me fez sentir um alívio que a dias não sinto, deixo um sorriso aliviado e bobo escapar enquanto trilho o caminho de volta olhando para o chão. Nem reparando na biodiversidade néon, mal percebendo os perigos ao redor...

Elrand era peculiar, do tipo de homem que parece nutrir uma barragem que te torne impossível de o decifrar, que não o faça se quer ter acesso a profundidade de seus olhos, e o que há por trás deles. A forma atenta e precisa que ele se move, que ele diz...  Ele é muito bonito.

Um corajoso de fato.

Só não mais corajoso que Neteyam...

Ah Neteyamur...

Há alguém que se iguale com você?

Me assustei por me pegar pensando em outra pessoa de maneira romântica e Neteyam invadir meus pensamentos, como se obtivesse posse, já possuísse meus pensamentos a mais tempo, de modo que não fizesse sentido outra pessoa também dividir o seu lugar. Isso é estranho. Muito estranho!

De qualquer forma não posso ignorar a ajuda de Elrand quando ele é o único da RDA que está mencionando fazer isso... Não posso com tudo em jogo que possuo!. Aquele notebook guarda segredos de uma vida inteira... Sobre pandora... Sobre a operação. Informações que fariam pandora ruir se vinhessem a tona.

E sei que foi por elas, que eu quase morri.

Reprimo os lábios enquanto subo com o arco em mãos pela árvore onde no topo dela eu morava na tenda e subo até o fim, ficando de costas para sua entrada enquanto ia fechando a sua passagem.

Até que...

Ouço o som de uma respiração.

De um rabo impaciente batendo contra o chão.

Arfei me virando para o dono da irritação e abro os lábios deixando minhas sobrancelhas serem erguidas.

Ele.

Apenas ele.

— Neteyam eu posso explicar..

— "Te vejo a noite Corine?" — refaz sua pergunta com um sorriso esguio e zombeteiro nos lábios, um sorriso falso e, indignado.

Engulo a saliva em minha laringe apertando o comunicador contra minha mão o deixando atrás de meu quadril.

— Aonde você estava?

Sua voz grave me estremeceu, eu não vi apenas uma preocupação em seu olhar, o tom autoritário em sua voz demonstrava aspereza e tensão. Ele estava nervoso por eu ter saído a noite, e céus eu também estava. Quase morri... Quase outra pessoa morreu... Mas...

— Fui me aventurar.

— Tarde da noite? — seus caninos brilharam em um sorriso — Nossa...