Incendiar.

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Capítulo Trinta e três -
Uma Maldição.

Lydia acordou, em algum momento, não sabia onde estava, mas se lembrava da voz, se lembrava que estava no banco, na missão de resgate ao filhote da alcatéia.

A Martin tentou se levantar mas notou estar presa, os pés e as mãos. Olhou em volta e reparou estar numa sala de música, não parecia ter nada demais.

Então a ruiva gritou, duas, três vezes, sua garganta começou a doer e não parecia fazer efeito. Até a porta se abrir, a adolescente olhou com esperança de que fosse alguém para lhe resgatar mas encontrou o sorriso psicopata de Ennis, se lembrou de Cora e seu coração falhou, o medo ficou estampado em seu rosto.

Mais uma vez tentou gritar mas na metade falhou, estava sem voz, estava presa e ninguém viria lhe salvar. Será que Allison estava bem? Allison?

A ruiva sentiu seu estômago revirar, sua nuca doeu e ela conseguiu ver Allison, ela estava deitada de bruços, não estava se mexendo, nem respirando. Ser banshee as vezes era uma maldição.

Ennis se aproximou da ruiva e tirou um isqueiro do bolso acendendo-o, Lydia olhou para o chão vendo algumas partes escuras, parecia molhado. A Martin continuou olhando para o chão, viu o rosto de Ennis, viu fogo, chamas, fumaça e Scott. Scott?

Lydia levantou seu olhar e encarou os olhos de Ennis que sorriu, como na visão da banshee, o isqueiro foi ao chão, o alfa se virou e saiu da sala deixando o fogo se espalhar por aquela sala de música.

As paredes era a prova de som, por isso não conseguiam ouvir Lydia, ser banshee as vezes era uma maldição.

Lydia desmaiou três ou quatro vezes por conta da fumaça que inalava, o fogo não tinha chegado a ela ainda, não sabia como ou porque mas agradecia que não havia chegado em si ainda.

Lydia desmaiou pela quinta vez e acordou num lugar enorme, com paredes brancas e muitas pilastras, achou engraçado o fato de parecer um estacionamento subterrâneo de shopping.

– Lydia. – Uma voz feminina porém cansada lhe chamou a fazendo encara-la, era uma senhora de idade, ela estava sentada num tronco de árvore cortado, parecia estar jogando dama mas não tinha ninguém do outro lado da mesa. – Quer jogar dama comigo? – Perguntou apontando para o espaço vazio oposto ao seu.

A Martin reconheceu a senhora de idade, era sua avó, sua avó banshee. Sua mãe havia lhe contado sobre ela, não a parte sobrenatural, mas a parte onde ela havia sido internada na casa Eichen por pensarem que ela estava maluca.

Lydia percebeu que estava morrendo ou que havia morrido, sentiu um nó na garganta, pelo menos não deixaria Allison sozinha no paraíso.

– Oh minha pequena, não seja assim tão dramática, ande, jogue comigo um pouco. – A mais velha pediu apontando novamente para o lugar, Lydia se pôs a caminhar até o tronco que reconheceu ser o Nemetom, já havia desenhado ele em um de seus surtos de banshee, a ruiva riu triste sentindo as lágrimas rolarem por sua bochecha. – Logo alguém vem te buscar, querida. – Anunciou andando a primeira peça, Lydia uniu a sobrancelha confusa.

•••

Scott foi o primeiro a entrar dentre as chamas ignorando as queimaduras que se formavam e se curavam logo em seguida, e correu até a amiga vendo-a desacordada.

O McCall desamarrou as mãos da ruiva e a pegou no colo, mas lembrou que a Martin não era lobisomem e certamente surtaria caso tivesse queimaduras em sua pele perfeita, Scott riu entristecido procurando alguma coisa para amenizar os danos do fogo na amiga encontrando um pano grosso que cobra uns instrumentos no canto, ainda não havia pegado fogo ali.

Baby Boy. - Sterek.Onde histórias criam vida. Descubra agora