Tempo.

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Capítulo Cinquenta. -
O Coisa Ruim.

O tempo passou e nada ocorria, o amanhecer estava bonito, rosado. O cansaço tentava tomar conta dos homens no carro.

– Já disse que pode ir dormir, eu continuo de guarda. – Tentou novamente, era a terceira vez que pedia para o de cachos dormir mas o outro era teimoso.

– Era pra termos feito isso desde o começo, agora vai ser nós dois até o fim. – Isaac tentou ser convincente mas bocejou ao final da frase fazendo Scott rir e bocejar também.

Um barulho de porta sendo aberta pescou a atenção dos homens que olharam na direção vendo o Doutor Geyer sair para trabalhar.

– Ser médico deve ser bem mais cansativo que isso que estamos fazendo. – Confessou Isaac pois não havia muito tempo que encontraram-no chegando do hospital.

– Admiro minha mãe por isso, não faz nem quatro horas que vimos ele acordado. – Completou o McCall, sua mãe deveria estar se arrumando para o trabalho essa hora também.

– Não sei como ficam de pé.

Geyer olhou breve na direção do camaro e mordeu os lábios nervoso começando a andar rapidamente para seu próprio veículo, Scott enrugou a testa para a movimentação bizarra.

– Você viu? – Questionou tocando na parte mais próxima de Isaac que estava próxima dele sendo a coxa.

Geyer passou de carro na frente dos lobisomens rapidamente eles perceberam que o doutor estava com os ombros erguidos, a postura reta e batucava o volante de forma nervosa, em resumo ele estava tenso.

– O que? Que ele ficou nervoso depois que nós viu? Acho que não. – Debochou estapiando a mão que repousava em sua coxa, Scott recolhe a mão olhando bravo para Isaac.

– Para de brincar Lahey, Stiles pode estar certo em duvidar do senhor Geyer. – Comentou baixo esfregando sua mão estapiada.

– Stiles tava' desconfiado dele? E por que estamos aqui parados ainda? – Isaac tirou alguns pacotes de salgadinhos que estavam em seu colo e sujos em sua roupa deixando-os pelo chão mesmo. Derek iria mata-los mas resolviam isso depois.

– Porque precisamos olhar a senhora Geyer. – Disse apontando discretamente para a casa, Lahey olhou na direção para onde o carro de Geyer havia ido e felizmente ele estava parado num sinal próximo.

– Então um fica olhando e o outro vai ver o que o doutor tá' aprontando. – Se apressou em dizer fazendo sinais para que Scott saísse do banco do motorista mas McCall não entendeu.

– Ímpar. – Pediu deixando uma mão fechada em cima da Palma da outra mão, Isaac passou as línguas nós lábios irritado.

– Isso é sério Scott? Pela Divindade, você fica e eu vou, sai do carro! – Ordenou se inclinando e abrindo a porta do motorista logo empurrando o outro lobo para fora.

Scott sem muita opção saiu do carro e seguiu para a casa de Jenna, ouvindo o arrastar dos pneus no asfalto. Isaac sabia dirigir? Esperava que sim ou Derek lhe mataria.

Scott bateu na porta da casa que foi atendida por uma sonolenta Jenna. McCall sorriu e começou a explicar a situação, a senhora Geyer se sentiu tensa logo deixando Scott entrar e guiou-os à cozinha.

– Meu marido não gosta da ideia de lobisomens, nada sobrenatural agrada ele, ainda mais depois que ele soube o que o Coisa Ruim fez comigo. – Começou a dizer pegando os ingredientes pela cozinha, Scott observava o movimento enquanto esperava a água do café ferver.

– Como esconde Liam nos dias de lua cheia? – Perguntou, mas sua real dúvida era como lobos nascidos se comportavam na lua cheia, Derek era um e conseguia se controlar de forma perfeita.

– Hoje em dia Theodore ajuda bastante, mas antigamente eu o prendia em correntes no quarto e trancava a porta. – Respondeu terminando de pegar todos os ingredientes.

– Ele não fazia barulho? – Questionou se apoiando na bancada ao lado do fogão embutido.

– Fazia, mas desde que eu soube que Liam nasceria lobo eu fiz o quarto com paredes a prova de som. – Respondeu, Jenna se orgulhava de como havia criado seu filho, Liam se tornaria um homem e tanto na visão dela e esperava estar viva para presenciar tudo.

– A senhora é bastante esperta. – O McCall elogiou sorrindo de lado, a Geyer se sentiu tímida e começou a colocar as coisas no liquidificador.

– Só quero proteger meu menino, se David descobrir que Liam é fruto daquele Coisa Ruim eu nem sei o que aconteceria. – Comentou.

– Ele não teria coragem de machucar uma criança? Liam não tem culpa de nada. – Argumentou cruzando os braços.

– Difícil fazê-lo entender isso, ele já atendeu casos de, enfim, e nenhuma das vítimas quiseram a criança porque o trariam lembranças ruins, ele acha que eu sou a mesma situação. – Jenna não era afetada mais pelas lembranças, anos de terapia e meditação deram o resultado esperado.

– Mas a senhora ficou com a sua. – Complementou curioso e admirado pela força da mulher. Jenna sorriu.

– Tenho tanto orgulho do meu Liam. – Se virou para os armários em busca de uma frigideira. – O pai de Liam não me daria uma criança pois ele sempre teve dificuldade em se manter, é, firme, na hora H, eu já desconfiava que meu ex marido era gay e não via problema nisso mas eu queria uma criança, queria ter a sensação de cuidar de uma.

– E então aconteceu aquilo. – Disse recebendo um aceno positivo, a frigideira foi posta ao fogo. Scott notou que a água fervia então adicionou pó de café e esperou.

– Exato e eu pensei que na escuridão do acontecimento haveria uma luz. Eu confiei que o meu ex marido pudesse ajudar então contei sobre tudo que havia acontecido e ele concordou em assumir a criança e ajudaria a cuidar também, ele dizia que era o mínimo que podia fazer após não conseguir realizar meu sonho de ser mãe e de não conseguir me proteger do Coisa Ruim. – Jenna voltou aos armários a procura do coador entregando-o para o McCall.

– Obrigado. – Agradeceu logo pegando a garrafa térmica que estava ao seu lado. Jenna decidiu continuar contando a história enquanto fazia suas panquecas.

– Quando Liam completou um ano e meio eu conheci Geyer, ele sempre dizia como Liam era parecido comigo e isso me deixava tão feliz, saber que ele não tinha nada do Coisa Ruim me deixava aliviada, mas então os olhos brilharam em dourado, e eu assustada fui pesquisar achando a licantropia logo associei ao Coisa Ruim pois os olhos dele brilhavam em vermelho, e era tão assustador. – A voz trêmula confirmava o medo da mulher, Scott teve uma dúvida mas ficou tentado a fazer ou não, não queria gatilhar a Geyer.

Desligou o fogo do café e se pôs a coa-lo.

– Como, como que o Geyer, descobriu sobre Ennis? – Perguntou hesitante com medo que fosse memórias demais para a senhora.

– Num final de semana, Liam havia ido para a casa do pai, David e eu tentamos, você sabe, mas ainda era muito recente e então eu surtei, no dia seguinte ele não falou comigo sobre mas tive coragem de explicar e acabei soltando sobre o Coisa Ruim ser um lobo e ele disse que mataria qualquer lobo que olhasse pra mim. – Explicou empilhando a terceira panqueca num prato.

– E agora a senhora tem receio de contar sobre o Liam. – Tentou e recebeu um sinal positivo da mais velha. Scott sentiu seu telefone vibrar mas como estava ocupado não pode ver o que era.

Terminou de coar levando as coisas que sujou para a pia prometendo lavar depois, voltou e fechou a garrafa térmica, viu que Jenna terminava as panquecas e então pegou seu aparelho vendo ser uma mensagem de Isaac, era apenas uma localização no meio da floresta.

– Isso é perto da casa na árvore dos meninos. – Jenna comentou ao lado e Scott o assustando, o prato da comida quase foi ao chão por sorte a Geyer era habilidosa.

– Espera, isso é perto da casa na árvore do Liam? – Questionou sentindo um arrepio pela pele. Jenna colocou a pilha de panquecas na bancada americana.

– A casa é de Theodore na verdade, mas sim, é bem próximo. – Respondeu rindo breve, mas parou ao ver a ruga de preocupação na testa do McCall. – Por quê?

– Eu, eu preciso, fazer uma, é, ligação, com licença. – McCall disse se apressando para ir a varanda da casa discando o número do Hale.  Ligando para Derek que era o mais próximo da localização.

Baby Boy. - Sterek.Onde histórias criam vida. Descubra agora