Disritmia

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Eu quero ser exorcizado pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas desses olhos lindos



[Nero]

Estava ansioso para o resultado do teste que havia feito.
Seria um trabalho um tanto importante para minha carreira. Estava aguardando a maldita ligação, já demorava dias e dias, estava começando achar que não havia passado para o próximo teste, que seria o teste de química com a potencial atriz para o papel que faria par comigo.

Já passavam das 16h00 da tarde quando estava sentado em um Quiosque na Orla da Barra, tomando uma cerveja, despejando minhas frustrações num copo... quero dizer vários copos de cerveja. Meu telefone toca, e é meu empresário. Atendi com pressa, logo perguntando "Passei?"

[Ligação]

-Fala Ale, tudo bem ?

- Passei? Passei? Tudo bem. -Respondia agitado.

-Parabéns cara, é seu!

-Mentira? Passei! Caralho! Passei - Gritava batendo a mão na mesa, gargalhando.

-Passou!! Mas calma. Vai pra casa. Para de beber. Amanhã você tem um teste com a atriz que vai fazer o par com teu personagem, ela também já passou pelo teste, e é aquela atriz Giovanna Antonelli sabe, Jade.

-Sei, conheço. Ótima aliás.

- Sim,ela já trabalhou com a Glória antes. Eles só querem que vocês se conheçam, pela dinâmica dos personagens. Se esforça! Dá teu nome.

-Tá Tá Tá, deixa comigo! Brigada brigada, PASSEI - Desligo o telefone, e caminho até o carro.

Foi demais! Afinal de contas, eu tinha adorado o personagem, e era sim, um trabalho importante.

Voltei para casa feliz. Confesso não ter pregado o olho, me atentando aos detalhes do texto, ansioso, devia passar das 4h quando finalmente cai no sono.

Quando em minutos, ouvi meu celular despertar. Levantei cansado, sentia minha cabeça explodir de dor, tomei um banho gelado, pois naquele dia 3 de março o Rio de Janeiro estava pertinho do inferno. Fiz coisas normais, tomei um café, li um pouco, caminhei na praia, tentando ficar mais relaxado para esse teste, voltei para casa, para me arrumar, minha irmã estava procurando todas as roupas possíveis para me deixar ajeitadinho, Ana estava tão ansiosa quanto eu.

Minha irmã sempre foi minha parceira de vida, sempre me apoiou me colocou pra cima, fazia das minhas noites em bares ou em redes no mato, as mais felizes, minha parceira de copo, e de lágrima, sempre foi a pessoa que mais esteve ao meu lado.

Fazia apenas um ano que havia me divorciado, não fui santo, não fui certo, estava me colocando nos trilhos, curtindo com qualquer mulher bonita por aí, vivendo paixões que começam num copo de cerveja e acaba num comprimido de aspirina.

Sempre fui um cara solitário, mas sempre quis viver um amor, então me jogo em todos que aparecem, basta eu sentir, não me importa como seja, se eles vão durar uma noite ou dez anos.

Eu sou um cara romântico, apesar de todos meus defeitos, e meu "q" de mau caráter, eu sou um apaixonado. É por isso que me dou tão bem com a minha irmã, somos diferentes, mas ela me entende, me entende nos meus sonhos, nas minhas atitudes, ela é minha melhor amiga.

Ana ajudou a me ajeitar, entrei no meu carro nervoso, mas positivo.
Cheguei no restaurante às 14h, meia hora antes do combinado. Havia uma mesa e lá estava Glória, com o nosso diretor, tentei passar segurança.

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