Corpo em febre

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Cara na cara, pele na pele
Suor pingando, o corpo em febre
Você em transe, sussurrando, segurando

a voz
Eu viajando no céu da boca
Você rasgando a minha roupa em baixo dos lençóis

[Nero]

O corpo humano é uma divindade.
Não conhecemos 100% todas nossas sensações, todas reações fisiológicas que podemos sentir apenas por estar aqui, e ser uma matéria.

Quando dois corpos se aproximam, e suas mentes estão conectadas com o mesmo propósito, as mãos se tocam, lábios se tocam e a respiração fraqueja, existem diversas reações fisiológicas, químicas, e sabe lá o que mais pode acontecer dentro da ciência.

O arrepio.
O frio na espinha, seguido de um calor insuportável que esvazia nossa mente, e nos tornam seres pecaminosos, perversos, sedentos.

Todos eles são inexplicáveis para mim.

Sou o tipo de homem que busquei em todos os livros, canções, na ciência, na Internet, sobre como nosso corpo reage ao toque de outro ser humano. E nada.

Nada poderia explicar a sensação das mãos pequenas de Giovanna acariciando meu rosto após um beijo lento, deixando que elas caíssem pelos meus braços, e subindo pelo meu peito.

Nada poderia explicar a sensação de sentir teu cheiro, e ouvir sua respiração tão de perto que podia contar o compasso e transformá-la em canção.

Nada poderia explicar o brilho de seus olhos, ou as linhas de seu rosto que eu poderia desenhá-las, nomeá-las, enumerá-las por saber de cor cada traço seu.

Mas era fato, que nem todos poetas poderiam descrever a sensação de parecer que todo beijo é o último.

A mulher trancou a porta do meu quarto, deixando claro que não sairia dali.

— Giovanna… eu…

Ela interrompe levando o seu dedo indicador ao meu lábio, sua voz suave se aproximou deixando um "Shh".

Deixei seu toque suave tirar a minha camisa, e era como se eu não tivesse controle sobre mim mesmo.

Envolvi as mãos em sua cintura, deixei elas passearem por suas costas caminhando até sua bunda, ali já sabíamos que não tinha mais volta.

Fizemos um caminho até a cama, sem cortar o contato visual, podia enxergar seus olhos brilharem de tão molhados.

Tudo era muito lento, sem pressa.

Tirar sua roupa foi como desembrulhar um Vinil dos Beatles.

Os beijos lentos, se misturavam as lágrimas e palavras faltavam.

Tudo que se podia ouvir eram as respirações ofegantes se juntando ao vento que batia na cortina, a brisa da praia noturna que anunciava a chegada da chuva.

Os corpos nus, tinham a temperatura tão quente que era como ter o corpo em febre alta.

Desci meus lábios beijando todo seu corpo, usava uma das mãos para apalpar seus seios enquanto a outra mantinha a perna aberta para que eu pudesse sentir teu gosto em meu lábio.

Giovanna segurava em meus cabelos, o puxava com força, e levava uma de suas mãos a abafar seus gemidos que se iniciaram com o primeiro contato de meus lábios com sua intimidade.

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