Caçador de mim

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Oii, atualização em 5 dias? Milagres acontecem, só queria agradecer a todos que lêem, vou dedicar esse capítulo a minha princesa Vitta, que tem me impulsionado muito a continuar escrevendo essa história que tenho muito carinho, e também fez uma capa nova, amoo! obrigada por todos que estão lendo, e fiquem atentos porque estamos acabando essa fase :/

Beijinhos, bom cap 💕

"No milímetro que nos separa, cabem todos os abismos"

Carlos Drummond de Andrade

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[Nero]

O mundo parou.

Dirigia naquela madrugada com lágrimas nos olhos, batia no volante a cada sinal vermelho, sentia ódio de ter que me olhar nos olhos pelo retrovisor.

Me sentia culpado, sujo, como se mais uma vez eu não estivesse lá, como se mais uma vez eu fosse a ausência nas coisas que realmente me importavam.

Giovanna usava fones de ouvidos e seus olhos miravam a estrada pela janela.

Silêncio? Nenhum.

A falta de diálogo era substituída por gritos internos, pela vontade que existia em meu corpo de culpá-la, de odiá-la, e que certamente era recíproca.

▪︎

Em algumas horas de viagem já estávamos no Rio.

O trânsito era leve, aproveitei para deixar Giovanna em sua casa.

— Eu vou mandar alguém buscar nossas coisas na casa, tá legal?

A mulher acenava com a cabeça positivamente, abrindo com rapidez a porta do carro.

— Tá bem. Boa sorte, vai antes que o trânsito piore.

— A gente se fala?

— É, a gente se fala.

Naquele momento, senti-me como a três anos atrás, quando após uma linda noite de amor deixei ela subir para este apartamento, decretando o fim.

A vontade de descer e ir atrás dela, era tão forte como da primeira vez.

Mas eu precisava ser homem, ao menos uma vez na minha vida, sentia a necessidade de ser responsável como eu nunca havia sido antes.

▪︎

Ao chegar no hospital, uma melodia melancólica tocava em minha mente, caminhei pelos corredores que me levaram a sala de parto em que Karen estava, segurei suas mãos durante todo esforço, e ali a admirei mais.

Em algumas horas, pude segurar meus filhos nos braços.

Noá.

Ouvir o som de seu choro, segurar as suas mãos minúsculas, ver seus olhos se abrirem pela primeira vez, naquele momento eu descobri de fato o significado de "surreal".

Parecia um momento irreal, fugia de toda realidade, segurar uma criança tão pequena, tão frágil, que era descendente da minha existência.

Te assisti sendo amamentado pela primeira vez, assisti a agilidade das enfermeiras ao te dar banho.

Fiquei parado em pé, por horas, observando cada detalhe seu no berço daquele hospital, não me sentei, não comi, não conseguia sair do êxtase.

Por volta de 17h00, a mãe de Karen chegou para ficar com ela e o bebê.

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