18- Poisoned.

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Oi gente! Tudo bem ?
É muito bom estar com vocês ainda que eu esteja um pouquinho atrasada! Kkkk
Me perdoem! Minha rotina anda um pouco bagunçada ainda.
Enfim, espero que gostem e distribuo beijos no coração de todos! 💚

 Enfim, espero que gostem e distribuo beijos no coração de todos! 💚

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Dick Grayson pov.

Eu gostava de observar a forma como Charlotte dormia, com os lábios sutilmente separados e os cabelos escuros espalhados em grande contraste aos meus travesseiros brancos. Gostava de como ela sempre arrancava o cobertor de seu corpo e exibia as coxas grossas e a pele pálida.
Charlotte era perigosamente bonita, e eu tinha a estranha sensação de que muitas vezes ela brilhava.
Era quase imaculado parar para encara-la.
Já que porra...ninguém nem ao menos havia tocado nos lábios cheios e rosados.E eu, um grande idiota, havia conseguido ao maior dos momentos.
Foda-me, eu adorava ser o primeiro e único a fazer isso.
Gostava de observá-la de tão perto, poder sentir seu cheiro e ouvir as palavras tão impecáveis que preenchiam aquela cabeça bonita.
Ouço o barulho perturbador de seu despertador alto e vejo ela preguiçosamente se esparramar em minha cama, espreguiçando-se.
Eu odiava as segundas feiras, eu havia acabado de decidir isso.
- Bom dia. — murmurou ela.
Charlotte tinha uma voz rouca naturalmente, mas sua voz matinal...
Merda, aquilo era quase angelical e irradiava direta e melodicamente para o meu pau.
Oh merda, isso até rimava.
- Dormiu bem ? — perguntei e ela sorriu.
- Provavelmente até mais do que eu deveria. — respondeu, levantando-se calmamente.
- Não quer ficar ? — pergunto segurando suavemente seu pulso.
Eu clamava por um sim, ainda que eu soubesse sua resposta verdadeira.
- Preciso ir pra aula. — boceja ela. – Passar em meu dormitório e colocar alguma outra roupa.
Eu adorava lembrar-me da imagem do corpo coberto apenas por uma camisa fina.
- Posso te deixar lá antes de ir para a empresa.
- Vai falar com o seu pai ? — pergunta ela prendendo as cascatas escuras e onduladas.
- Tem um monte de merda que preciso limpar. — suspiro esfregando meu rosto.
- Vão te perdoar. — sorriu ela, positiva.
Assenti bufando.
Eles me perdoariam, era um fato.
Mas não necessariamente de graça.
Bom, os caras dessa família tinham um traço perigosamente vingativo, era algo como a nossa marca registrada.
Charlotte foi até o quarto de hóspedes, e mesmo com meu constante convite para se juntar a mim no banho, ela sempre optava por ir sozinha em outro quarto.
Ela estava certa, eu não era confiável.
Bufei encarando meu reflexo no espelho e revirei meus olhos, bagunçando o cabelo que parecia mais longo do que eu gostaria.
Banhei meu corpo, vesti um terno e suspirei passando meu perfume.
Aquilo era algo determinado para as empresas Wayne, e eu teria que me acostumar.
Ocupei o sofá da sala bebendo calmamente o café aguado de uma máquina expressa cara que um dia eu havia comprado.
Assim que Charlotte veio ao meu encontro, usando o vestido que batia abaixo de seu joelho e os saltos, automaticamente senti minha bochecha sendo puxada em um sorriso que brotava espontaneamente em meu rosto.
Ela era bonita pra caralho.
- Você é a mulher mais bonita que já vi. — digo e vejo suas bochechas coradas sorrirem.
Era verdade.
Entre deusas, aliens, vilãs e gênios que atravessaram minha vida depois de Bárbara, Charlotte, ainda sim, se destacava.
Ela não era alta, musculosa ou maluca.
Tinha uma voz bonita, olhos lindos, um sorriso gentil e um corpo invejável.
Mas principalmente, era a mais gentil entre todas elas, tinha os olhos mais diferentes que eu já havia visto, e um talento inexplicável de reparar o defeituoso.
- Eu agradeço por isso. — sorri ela mais uma vez, se aproximando de mim. – Está pronto ?
- Vou te levar para a aula, minha pequena universitária. — sorri segurando sua cintura e selando seus lábios.
Não tivemos tempo para um café da manhã decente, devoramos maçãs no caminho e Charlotte suspirou assim que estacionei frente a seu dormitório.
Ela selou meus lábios rapidamente e saiu de meus braços como um sonho suave.
Rápido demais e arriscado demais.
Eu me sentia a droga de um adolescente escondendo do mundo a garota de quem eu gostava.
Vi ela correndo para dentro do prédio de seu alojamento e sorri dando partida em meu carro.
Assim que estacionei o Audi preto, suspirei vestindo meus tradicionais óculos escuros e desci encarando o prédio mais escuro de Gotham.
Subi pelo elevador sentindo os olhares queimando sobre mim. Caminhei até a tão conhecida sala espelhada no fim do corredor, e revirei os olhos ouvindo as vozes que saíam de dentro dela.
Eu conhecia bem demais todas elas.
- Não sabia que hoje era dia de reunião de família. — sorri adentrando a sala e me sentando na ponta oposta da cabeceira da mesa, ao lado de Jason.
- Isso é novidade. — diz ele sorrindo.
- Estou limpo. — informo a todos, afrouxando minha gravata.
- Mas continua fazendo merda, não é ? — pergunta Damian suspirando.
Esse cara sabia demais.
- Você tem um bom ponto aliás. — digo me levantando e encarando Bruce. – Tenho notícias.
- Eu sinto que sei o que está por vir...— suspira Bruce.
- Charlotte está comigo agora. — digo simples e vejo Jason rindo no canto da mesa e encarando Bruce.
- Você sabe as reg...— interrompo Bruce.
- Não vou deixá-la. — digo curto. – E dou a minha palavra que isso não vai se tornar um problema. — encaro Damian que suspira puxando seus cabelos para trás. – Ela tem um noivo idiota arranjado e não queremos comentários sobre isso.
Bruce me encarava com os olhos cerrados.
- Tem certeza do que está fazendo ? — ele me perguntou.
Bruce me fazia perguntas como essa sempre que sabia que teria que me apoiar de uma forma ou outra.
Sempre que eu estava absorto pela decisão de algo.
O que eu queria já estava determinado.
- Definitivamente. — respondo. – Estou limpando a minha merda oficialmente.
- Não foda com ela, Grayson. — diz Damian.
- Não o faça prometer coisas que ele não vai cumprir, garoto. — comenta Jason risonho. — Nosso Dick tem uma reputação calorosa.
- Quando vamos conhecê-la ? — pergunta Tim e todos o encaramos. — Ah merda...vocês ainda estão nessa ? — bufa ele.
- Você se jogou em cima de TODAS, porra! — reclama Damian.
- Eu diria que me sinto na obrigação de admirar todas as mulheres incríveis que adentraram essa família. — diz Tim.
- Eu juro que quebro o seu braço. — respondo me sentando e encarando Bruce que me observava em silêncio.
Ele havia me dado um voto de confiança.
Eu faria por merecer.
- Nós ainda não a vimos. — comenta Tim. – Nossa reunião precisa de uma pausa.
- Vocês só podem estar fodendo comigo. — murmuro vendo o telão descendo pela parede atrás de Bruce. – Vai concordar com essa merda ? — pergunto e ele dá um sorriso pequeno.
Vejo uma foto enorme projetada de Charlotte no telão.
A foto em que ela sorri descendo do avião do café da manhã com o idiota de seu "noivo".
- Mas olha só o que temos aqui...— diz Tim.
- Tim...— Damian avisa em advertência.
- Eu entendi porque gosta dela 'Dicky'. — sorri Tim. – Parece até que temos mais de um homem dessa família que se interessa por ela. — diz ele encarando Damian.
- Tim. — corta Bruce.
- Oh sim, senhor! — diz ele erguendo as mãos em rendição. – Só quero parabenizar mais um de meus irmãos...parecem que as escolhas melhoram a cada ano. — sorri malicioso e reparo na dor em meu punho, graças ao esforço de mantê-los cerrados para não levar minhas mãos diretamente para o pescoço de Tim.
- Já chega, Tim. — diz Bruce. – Vamos voltar ao trabalho e inteirar Dick sobre tudo.
Finalmente o bom senso de Tim parece ter retornado ao seu corpo, e pudemos ver o telão sendo desligado e finalmente as pilhas de papéis voltaram a ser o foco principal.
Eu podia sentir as ocasionais encaradas de Bruce sobre mim.
Ele estava me aliviando, e eu podia respeitar isso.
Eu havia jogado milhares de toneladas de merda sobre nosso ventilador nos últimos tempos, eu não merecia completa redenção. Ainda.
E ele me cobraria algo por minha redenção. Mesmo conquistando meus deveres como Dick, eu ainda não havia voltado a ser o Asa Noturna, e eu aguardaria pacientemente minha prova para resolver isso.
Por enquanto eu tinha Charlotte, isso me bastava e me mantinha focado de que a quem eu deveria me provar perfeito e melhor do que qualquer merda que ela pudesse sonhar, e eu estava um homem empenhado.
Assim que terminamos a reunião, e vimos Bruce se levantando, me levantei e encarei Damian. Nós tínhamos algo a resolver.
- Damian. — chamei e ele segurou os ombros de Tim.
Depositei um soco em sua barriga e vi Tim gemer se curvando.
- Não foda com ela, cara. — digo e o vejo praguejar palavrões.
- Merda, gente...— resmungou.
- Você sabia que não sairia barato. — sorriu Jason.
- Merda...— diz e dou as costas me despedindo de todos.
Adentrei mais uma vez o elevador e subi um andar, caminhando lentamente até o fim do corredor.
Respiro fundo e abro a sala calmamente, encarando a sala abandonada.
Meu escritório havia sido um grande antro de bons projetos, realizações e trabalho. Hoje, era uma sala esquecida e abandonada, coberta por tecidos empoeirados.
Suspirei e comecei a tirá-los dos móveis, lentamente tentando organizar a sala.
- Você tem certeza de tudo o que disse ? — ouço a voz de Damian em minhas costas.
Quando ele havia aparecido em minha vida, anos atrás.
Um garoto chato e indisciplinado, era comum tê-lo fazendo isso em minhas costas.
Nós éramos irmãos, ainda que não disséssemos isso, e eu me acostumara em tê-lo em minha vida.
- Estou dando minha palavra. — digo sem me virar. – Não sou mais um garoto e não serei um idiota.
- Sabe que ela é diferente de nós, não é !?
- Estou fazendo um esforço imaculado para nem toca-la, eu garanto. — digo. – Confie em mim.
- Farei isso. — disse.
- Você gostaria de me aju...? — assim que me virei, ele já havia sumido.
Levaria tempo.
Com todos eles, eu tinha muita merda para limpar.
Suspirei e continuei arrumando os livros desorganizados, a mesa empoeirada e bufei.
Limpar a merda toda era difícil pra caralho.

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