Oi gente! Tudo bem ?
Sejam bem vindos a mais um capítulo!
Boa leitura e espero que gostem.
Beijos no coração de todos! 💚🎶 Hard 2 Face Reality - Poo bear, Justin Bieber.
Charlotte Vøn Ripley pov.Angústia.
De todas as palavras em inglês que aprendi, com as constantes leituras feitas, apenas para que eu pudesse morar na América, essa, era a que mais poderia definir este momento.
Estávamos angustiados.
Haviam colocado Bobby deitada ao lado de Damian, ambos ainda dormiam, parecendo em paz perto do que nos encontrávamos.
O chefe da família Wayne, Bruce, estranhamente não os acompanhava, mesmo que a madrugava agora se instalasse, e todos os outros membros da família se encontrassem presentes.
Em meu país, o conceito familiar parecia um pouco diferente do que eu podia ver nesta casa. O pai não parecia amoroso, ele apenas se mantinha distante e encostado sobre o pilar mais próximo. No momento, nem com isso contávamos, já que ele havia apenas sumido.
- Posso me sentar aqui ? — ouço uma voz feminina doce, despertando-me de meus pensamentos.
- Por favor. — respondo apontando para o lugar ao meu lado no sofá.
- Sou Frank, gostaria que tivéssemos nos conhecido em circunstâncias melhores. — diz ela me estendendo a mão, mas recolhe rapidamente dando uma reverência desengonçada.
- Não, por favor. — seguro sua mão, apertando-a. – Sou Charlotte, é bom conhecê-la.
- Soube que você foi quem o trouxe.
- Em parte. — maneio a cabeça. – Damian e eu temos um tipo diferente de amizade, foi algo completamente fora dos planos.
- Detesto ser a fofoqueira desta família mas...— ela me encara com receio. – Seu nome já foi citado várias vezes por aqui.
- Eu não estou compreendendo.
- Você é uma princesa, todos os homens ficam encantados quando a veem, e Damian ficou diferente sobre sua presença, ele é normalmente bem distante. — responde ela. – Achávamos que ele pudesse ter...você sabe.
- De forma alguma. — sorrio amarelo. – Damian é completamente obcecado por sua esposa, eu sou apenas uma amiga.
- É um pouco estranho que não goste dele, Damian é um homem que se tornou muito bonito.
- Por favor, não se ofenda. — pedi a ela. – Mas se puder guardar um segredo, eu dividiria com você.
- Mas é claro! — jurou ela. – Sou mãe e sabe, mães são muito boas com segredos...— sorriu.
- Richard e eu...— ela me interrompe.
- Oh, merda! — arregala os olhos quando percebe o que falou e cobre seus lábios com as mãos. — M-me d-desculpe mas é que essa notícia foi um pouco...inesperada ?.
- Eu sinto muito por assusta-lá. — respondo. Eu entendia seu choque, era muita informação recente.
Ela suspira e me encara.
- Ele é um bom homem. — diz. – E eu não o julgo por ter infernizado até mesmo os céus para que pudesse correr atrás de você.
- O que quer dizer ? — pergunto confusa.
- É a mulher mais bonita que já vimos, e não exagero sobre isso. — sorri ela. – E aparenta ser gentil e cuidadosa, é até chocante.
- Eu a-agradeço, e-eu...— ela me interrompe de minha vergonha.
- É bom tê-la aqui, você será uma ótima rainha.
- Eu te agradeço por isso. — seguro sua mão. – É muito gentil da sua parte.
- Sei que teve um...momento difícil com Bobby. — disse sem graça. – Mas por favor, não leve para o pessoal ainda que isso seja terrivelmente difícil.
- Ela não foi a primeira que disse que há um homem em minha frente mas bom...eu sou a dona da coroa, e não tenho interesse em homens casados. — sorri.
- Achei tão poderoso. — sorriu ela, animada. – Vamos ser boas amigas. — mandou uma piscadela.
- Eu também sinto isso. — apertei sua mão.
- Ele acordou. — ouvimos a voz de um dos irmãos de Dick e nos levantamos apressadamente.
Assim que me aproximei da maca, vi os olhos verdes esmeralda cansados.
- Oi, testa de aço. — zombou Dick.
- O que aconteceu ? — perguntou Damian, grogue.
- Você tomou banho com a minha mulher. — respondeu Dick e senti meus olhos praticamente saltarem de meu rosto.
- MAS QUE PORR...— Damian foi interrompido por Frank.
- Ele está brincando, pelo amor de Deus, gente. — disse ela sem graça. – Charlotte te trouxe até o quarto dela e te banhou para neutralizar os efeitos do veneno.
- E o que aconteceu com Bobby ? — perguntou ele preocupado com a esposa que permanecia adormecida ao seu lado.
- Ela achou que você e Charlotte...você sabe. — respondeu Dick. – Tentou avançar nela e bom...derrubamos ela.
- VOCÊS O QUE ?
- É só um sonífero...ela acordará em breve. — respondeu Alfred.
- Isso é uma bagunça de merda...— bufa ele.
- Sabemos que é ele mesmo e está vivo. — comenta um dos garotos, em um tom baixo de voz e se volta para mim, sorrindo. – Sou Tim. — estende a mão e eu a seguro sorrindo.
- Charlotte.
- Princesa Charlotte. — corrige ele.
- Não é muito usual. — respondo e ele ri. – Você é um dos irmãos mais novos ?
- Algo do tipo...— responde ele pensativo. – E você é a namorada nova ?
- Algo do tipo...— o imito e ele sorri.
- Você quase levou uma surra hoje...— comenta ele.
- Não seria bom para mim, eu acho. — encolho meus ombros.
- Eu não deixaria isso acontecer. — manda uma piscadela e eu arregalo meus olhos. – O mau humorado na maca vai querer te ver, então...— aponta para a pequena aglomeração a nossa frente.
- Vou checa-lo. — aviso. – Obrigada, e foi um prazer.
- Sempre que precisar de um herói, Princesa. — sorriu ele e eu retribui genuinamente feliz.
Tim era um homem alto, forte e muito bonito.
Uma característica que todos os homens que compunham essa família pareciam compartilhar.
Tim parecia ser jovem, um pouco mais velho que eu, muito provavelmente e tinha seus cabelos escuros, assim como seus olhos.
E de repente, eu me sentia completamente culpada por sentir o pequeno frio em minha barriga assim que ele sorriu e acenou.
Um lindo sorriso.
Esqueça Charlotte, não vá por esse caminho momentâneo.
Suspirei e desliguei minha mente do assunto que provavelmente apenas destruiria o bom senso que ainda me restava e sorri, me apoiando na grade da maca de Tim.
- Como está ? — sorrio e vejo os olhos esmeralda serem direcionados a mim.
- Obrigado. — diz ele pegando em minha mão. – Eu reconheço tudo o que fez por mim.
- E ainda quase levou uma surra de agradecimento de sua esposa. — bufou o homem ao lado de Frank, que deu uma cotovelada no mesmo.
- Eu sinto muito por isso. — disse ele me encarando.
- Me sinto apenas feliz por você estar bem. — sorri e sinto meus ombros serem acolhidos por um abraço de Dick.
Os olhos esmeralda se direcionaram ao homem ao meu lado e ele suspirou.
- Não vou aprovar isso nunca, Grayson. — bufou Damian. – Mas não seja um idiota.
- Posso conviver com isso. — sorriu Dick dando de ombros.
- Encontramos algum rastro da toxina ? — pergunta Damian.
- Seu pai está investigando isso neste momento. — responde Dick. – Colhendo amostras em potencial.
- Alguma suspeita ? — pergunta Damian.
- Uma. — responde Dick. – Um velho conhecido de Arkham com grande afinidade para toxinas.
- Merda...— resmunga Damian e vejo Frank encolher seus ombros e ser acolhida pelos braços de seu marido.
Eu poderia ser muito ingênua nesse aspecto.
Em Ludstava, tínhamos baixas taxas de crime, os poucos que aconteciam eram pequenos roubos ou furtos. Raros eram os assassinatos e poucas vezes me vi em uma posição difícil de autoridade contra o controle de perigo.
Eu não poderia imaginar como poderia ser para eles, criar uma filha em meio a tantos perigos. Ainda mais quando eu poderia deduzir que ele, assim como seus irmãos, vestia um traje e tentava fazer de Gotham um lugar melhor.
- Se quiserem. — todos se voltam para mim. – Vocês e sua filha podem ter abrigo diplomático até que encontrem o culpado, em Ludtsava. — vejo o casal se entreolhar. – Tenho um pequeno e privado palácio...um que pertenceu a minha família e deixaria vocês seguros.
- Talvez...— começou o homem.
- Sim. — completa Frank. – Por Bárbara, até as coisas se acalmarem...
- Sim. — responde ele beijando as mãos de sua esposa.
- Nós gostaríamos, se pudesse. — responde Frank me encarando.
- Eu poderia levá-las. — sorri sem mostrar meus dentes. – Eu tenho...assuntos a tratar em meu país. — suspiro mantendo meu sorriso congelado.
Eu tinha uma prestação de contas a fazer para minha tia, que esperava ansiosamente que eu a encontrasse para escolher um vestido e decorações de noivado. Além de contar todos os mínimos detalhes de meu encontro com meu noivo, dias atrás.
Ouvimos um pequeno gemido vindo da maca ao lado da de Damian, e ele se agarrou as mãos de sua esposa com um sorriso que raramente era visto vindo dele.
- Deixem-os sozinhos. — disse Dick e pouco a pouco, esvaziamos a sala e ocupamos a biblioteca, que eu já estava familiarizada.
Dick me puxou delicadamente para um canto mais silencioso.
- Tem certeza do que ofereceu ? — perguntou baixo.
- Elas estão correndo risco...assim como qualquer pessoa que se envolva com vocês. — suspirei. – Quem quer que tenha feito isso, já sabe demais.
- Você está certa. — suspirou ele. – Talvez eu só deva ir com você e deixar a droga do Batman limpar essa merda.
- Isso seria um arriscado. — respondo. – Se estiver em meu país, qualquer mínima suspeita de toque...você pode ser executado. — seguro seu rosto. – E eu não sei se saberia lidar com isso.
- Vou com você. — disse ele. – Posso ser seu motorista, segurança ou qualquer coisa do tipo.
- Você tem certeza que quer correr esse risco ?
- Não posso ajudar em nada aqui, desde que ainda não conquistei meu traje. — encolheu os ombros. – Posso fazer mais cuidando de você, Frank e Barbs.
Minha tia não poderia suspeitar do mínimo sinal, assim como Rosália, que agia mais como um gavião com grandes olhos em cada passo e suspiro que eu dava.
- Parece que precisamos fazer as malas. — sorri incerta. – E que Deus nos ajude com isso.
- Deus abençoe a rainha nunca foi tão real. — comentou Dick e eu ri....
Três dias se passaram, e uma ligação havia sido o bastante para que minha tia enviasse o jato real rapidamente.
As palavras: "ele é tão bonito e gentil", ditas amargamente por mim, despertaram a ela, curiosidade e esperança.
Eram mentiras, óbvias demais para qualquer pessoa que me visse em Gotham com Richard.
Mas sabíamos o quão benéfico seria a união de Ludstava e Markovia, seria uma união infinita de riquezas e recursos.
Eu provavelmente não poderia fazê-la mais feliz do que voltar para casa para os preparativos de uma festa de noivado.
Uma festa exorbitante, cara e muito provavelmente divulgada para o público.
Era um motivo e uma brecha para que pudesse levar Frank comigo.
Frank, para minha tia, era a fiel amiga que me ajudaria nos preparativos juntamente a sua filhinha...Bárbara.
Minha tia apenas permitiu sua estadia depois que soube que Frank era uma mulher casada e com uma vida "estabilizada".
Mães solteiras não eram bem vistas por ela...e agora, a lembrança sobre minha tia começava a me gerar ânsia.
Ela não era uma mulher exatamente ruim, mas se classificava como preconceituosa e um pouco indelicada em palavras.
Ainda sim, eu devia a ela...mesmo sem amor, ela era a única pessoa que eu tinha no mundo.
Há anos atrás, quando eu era uma menina pequena, que acabava de descobrir que estava órfã, inundada em tristeza e desespero, a mão de minha tia foi estendida em minha direção.
"Eu farei de você uma rainha, querida, tudo ficará bem"
Ela foi tudo o que me restou.
Suspirei me desafogando das memórias, enquanto Richard posicionava a última mala sobre o porta malas do carro. Ele vestia um terno, óculos escuros e uma boina profissional.
Para todos, ele seria um motorista e segurança contratado por mim, pessoalmente, por me sentir insegura em Gotham.
Assim que Jason terminou de se despedir, todos adentramos o carro. Eu podia ouvir os soluços baixos de Frank, que apoiava o rosto contra a janela do carro, mas me mantive quieta, ela precisava de tempo, e eu podia entender isso. Pude ver os olhos azuis me encarando pelo retrovisor do carro.
Nosso distanciamento começava ali, de forma alguma, poderiam nem ao menos sonhar que Dick ocupava uma parte em meu coração, do contrário, ele seria executado, e eu, enviada para uma ilha longe e deserta.
Silenciosamente, eu me despedia da vida perfeita que eu tinha em Gotham. Longe de todos os transtornos, olhares e cobranças, eu podia esticar minhas pequenas asas.
Mas agora, eu sentia meu coração sufocado ao sentir minhas asas sendo amarradas mais uma vez.
Assim que chegamos no pátio de decolagem no aeroporto, encarei o jato real.
- Obrigada por nos abrigar. — disse Frank baixinho.
- É um prazer. — sorri sem mostrar os dentes.
Suspirei olhando para trás e vendo Dick descarregando as malas, ele iria em outra parte do avião, era o adequado.
Assim que subi as escadas para embarque e me sentei na poltrona estofada em couro, com o brasão real de minha família, consegui sentir o peso dos vestidos, da coroa e de uma nação inteiro.
Naquele momento, por mais irônico que pudesse ser, a única coisa que me vinha a mente, era um pedido silencioso para que Deus me salvasse.
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Ordinary Life
أدب الهواةUma princesa, um herói adormecido...deveres, valores e uma dose de adrenalina. "Heaven knows that I've been told Paid for the life that I chose If I could, I'd trade it all Trade it for a halo And she said that she'll pray for me I said: It's too l...