1- Death inside.

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Oi gente! Como vão ?
Antes de tudo, eu gostaria de agradecer, mais uma vez, por todo amor e carinho, vocês mudam tudo para melhor!
Sejam bem-vindos a Ordinary Life!

No início de cada capítulo, deixarei um emoji com uma sugestão de músicas que uso para escrever e sentir um pouco da emoção das palavras e sintam-se à vontade para sugerirem também, vou ficar muito feliz em ouvi-las!

Espero que vocês deem a OL uma chance para a sequência de Time e Íris e que gostem (e preparem seus corações também).

Com todo amor do mundo,
Nan 💚.

🎶 Ocean - Khalid.



Charlotte Elizabeth Vøn Ripley pov

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Charlotte Elizabeth Vøn Ripley pov.



Ladstava era um país bonito.
O inverno costumava ser rigoroso, mas seu verão era cercado de um azul sem igual em seu céu, com nuvens sutis e um sol brilhante.
Quando mais jovem, por muitas vezes, costumava correr pelos campos do castelo, aproveitando o calor queimando minha pele.
Costumava tomar sorvete em grandes potes com meu pai, e apreciar o pôr do sol sobre a colina mais alta em dias mais quentes.
Eram principalmente nesses momentos, em que eu sentia falta dele.
Meu pai era um homem justo, um homem bom, alguém por quem eu daria minha vida.
Mas algumas coisas haviam mudado desde então.
- Está pronta, princesa ? — pergunta Rosália.
- Sim, Rosália, obrigada. — suspiro trocando meu par de tênis por um salto alto e aliso o vestido meticulosamente cortado pouco acima do meu joelho.
Começo a descer as escadas do avião e sorrio para as câmeras e repórteres que aguardavam nosso pouso.
Sorrio aliviada assim que vejo Brion de Markovia, vestindo o selo real e sorrindo em minha direção.
Era bom ver um rosto amigo em um país tão grande quanto a América.
- É muito bom vê-lo. — faço uma sutil reverência que ele retribui sorrindo.
- Achei que precisaria de ajuda. — me ofereceu o braço e caminhamos juntos até o carro que me aguardava.
Assim que fechei minha porta e Brion sentou-se ao meu lado, sorri aliviada tirando os saltos altos.
- Por que sinto como se ainda tivéssemos treze anos vendo essa cena ?
- Porque nunca me acostumarei com saltos. — sorrio massageando meus pés. – Mas naquela época você não costumava literalmente pegar fogo.
- Como soube ? — perguntou confuso.
- Em Ludstava também temos jornais. — zombo dele que ri. – E seu país e o meu tiveram uma reunião recentemente.
- Como ele está ?
- Seu irmão sente a sua falta, mas entende que precisa treinar aqui. — sorrio tentando conforta-lo.
Assim como eu, o irmão de Brion, também havia perdido seus pais e agora, tinha o destino de um país em suas mãos, ainda que ambos tivéssemos regentes.
- Como está Ludstava, ainda tendo problemas com mosquitos enormes ? — zombou ele e eu ri.
- Não fale mal do meu país, quando o seu próprio tem baratas enormes.
- Isso são boatos. — rebate ele.
Me distraí de nossa conversa encarando o céu nublado da cidade de Gotham.
Tudo era muito diferente.
- Você está bem ? — pergunta Brion.
- Tentando me acostumar. — encolho os ombros.
Eu havia sido designada para uma missão de estudos em relações internacionais de comércio nos Estados Unidos. O parlamento achava que seria uma boa ideia para que a jovem nova rainha voltasse já em acordos com o governo americano. Por isso, eu deveria ficar algum tempo estudando na universidade de Gotham, como uma estudante de intercâmbio.
O príncipe Brion Markov, meu amigo de infância, havia concordado em me acompanhar durante minha primeira semana, já que Ladstava e Markovia eram países vizinhos e de boa convivência há séculos.
Brion, havia sido exilado de seu país já que havia se tornado um meta-humano, em uma época que a relação entre meta humanos e humanos, estava complicada e quando muitas leis severas, desafiavam sua situação. Após algum tempo, ele havia se tornado bem vindo em sua terra natal, mas permanecia em treinamento e moradia nos Estados Unidos, em uma pequena cidade em New England.
- Você vai gostar dos Estados Unidos. — garantiu Brion. – Aqui há burritos que você pode comer com a mão.
- Burritos ?
- Uma refeição inteira em um tipo de bolinho. — explicou ele. – Aqui há heróis amigos também.
- Como você ? — pergunto sorrindo.
- Sou o Geoforça agora, e tenho muitos amigos heróis também.
- Isso soou tão exibicionista. — zombo dele que ri.
- Chegamos, altezas. — avisou-me Rosália.
Naquele ponto, já tínhamos atraído a atenção de boa parte dos alunos, que encaravam a limusine excessivamente chamativa que minha tia Emília, a duquesa, havia exigido.
- Não gosto desses olhares. — digo baixinho a Brion.
- Você vai ficar bem. — garante ele. – Posso proteger você. — mandou uma piscadinha e vi o motorista abrindo a porta para nós.
Eu já havia novamente trocado meus sapatos para os saltos altos e novamente alisei nervosamente a barra de meu vestido azul claro.
O nervosismo e a timidez, eram meus péssimos traços e defeitos terríveis para a futura rainha de um país.
Agarrei o braço de Brion e juntos caminhamos como a passarela da vergonha para dentro do prédio, em busca do reitor.
A medida que mais andávamos pelos corredores, mais novidades se expandiam em minha mente.
Os jovens da América eram realmente modernos e diferentes de meu país, tudo parecia um pouco mais colorido.
Ouvimos um assovio e o braço de Brion tornou-se subitamente quente, virando-nos para encarar o garoto que vestia uma jaqueta esportiva da universidade Gotham.
- Sem confusão, por favor. — sussurrei baixinho e vi Brion virar-se, fazendo com que o garoto me mandasse uma piscadela.
Deus, o que era aquilo ?
Em meu país, ele provavelmente perderia uma mão.
Eu já havia saído de Ludstava, muitas e muitas vezes. Ainda sim, nunca tinha experimentado a convivência padrão urbana, sem paparazzi, Rosália, e uma enorme equipe de seguranças me rondando.
Eu permanecia de olhos arregalados pela vergonha quando chegamos a sala do reitor.
- Princesa Charlotte, que prazer. — o homem desajeitadamente fazia uma reverência quando segurei seu braço e o interrompi, sorrindo.
- Não há necessidade, senhor, e apenas Charlotte, por favor.
- Claro princes...Charlotte! — sorriu ele. — Entrem, por favor.
- Príncipe Brion. — saudou o homem.
- É um prazer, senhor. — respondeu meu amigo, sentando-se ao meu lado.
- Sejam bem vindos à universidade de Gotham! — saudou ele animadamente e me entregou uma pasta pesada. – Aqui está seu horário e a chave do alojamento que será só seu. — entregou uma chave. – Infelizmente, apenas uma suíte estava vazia no prédio de atletas.
- Isso garante minha segurança ? — pergunto a ele.
- Com toda certeza, minha querida. — sorri ele.
O reitor havia se afundado em suas diversas explicações, detalhando página por página do manual do estudante. Eu por outro lado, me mantinha ocupada encarando o anoitecer pela enorme janela de vidro atrás de sua cadeira.
Minha primeira noite sozinha.
- Entendeu, minha cara ? — perguntou ele e sorri.
Não, eu não havia entendido.
- Claro, obrigada! — me levantei apertando as mãos do homem.
Suspirei assim que Brion e eu saímos da sala da diretoria da universidade.
Eu honestamente gostaria de passar algum tempo sozinha, explorando meu alojamento.
Tendo algum tempo para entender que eu era uma mulher adulta na América agora.
- Brion. — chamei e ele se virou. – Você se importaria se eu continuasse daqui sozinha ? — pergunto cautelosa e ele sorri.
- Não apronte nada que eu não faria. — sorri ele. – Sua sorte é que está no mesmo prédio que a garota de um conhecido de um amigo meu. — comentou e eu o encarei confusa.
- Se estiver com dúvidas, procure por Bobby Montana e diga conhece o Geoforça.
- Farei isso. — sorri o abraçando rapidamente. – Obrigada pela ajuda.
- Eu ficaria uma semana com você, mas já que está animada pelo começo, me ligue se precisar. — despediu-se ele.
- Obrigada. — sorrio agradecendo mais uma vez.
Assisti Brion virar-se e seguir seu caminho pelos corredores.
Eu ainda podia sentir os olhares caindo em meus ombros, não parecia comum o modo que eu me vestia naquele ambiente.
Suspirei e encarei o mapa que o reitor havia me dado, caminhando até o alojamento.
Rosália já havia providenciado a acomodação e organização de meu alojamento mas eu gostaria de conhecer tudo por aqui, sozinha principalmente.
Achei o enorme prédio com janelas de vidro e adentrei.
Senti mais olhares queimando e quase rolei meus olhos.
Eu precisava soltar esse penteado, tirar os saltos e o vestido, tudo parecia chamativo demais.
Adentrei o elevador e assim que as pesadas portas metálicas abriram-se, sorri ao encontrar o corredor de meu quarto vazio.
Destranquei a porta de madeira e adentrei o cômodo.
Uma cama de casal meticulosamente preenchida com almofada e lençóis de linho, lustres novos e um papel de parede.
Isso era completamente obra de Rosália, sorri com a ideia, ela era um poço de cuidado e amor.
Rosália cuidava de mim desde quando eu podia me lembrar, ela era o mais próximo de uma mãe do que eu podia me lembrar. Minha tia fazia o que podia, mas era Rosália quem havia lidado com a maior parte das coisas.
Encarei o frigobar e ao abrir a porta, vi pequenos potes de refeição separados por cor.
Era comida de casa.
Casa, este pequeno alojamento parecia como casa.
Tinha o cheiro e conforto do meu lar, sem o luxo do palácio e isso de certa forma, era muito agradável.
Tomei um banho quente e vesti o pijama de seda já separado por Rosália.
Deitei-me confortavelmente e liguei a televisão em algum filme que pudesse me fazer dormir.
O fuso horário era algo realmente caótico e em poucas horas, eu já podia me sentir flutuando profundamente em meus próprios sonhos.

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Dick Grayson pov.



Eu podia sentir meu sangue esvaindo-se gradativamente.
Lady Shiva, era realmente algo.
Aquela mulher era capaz de cortar um pequeno mosquito com sua espada, se quisesse. E as coisas na missão para a invasão das atividades de drogas na ilha de Santa Prisca não haviam saído exatamente como o planejado.
Para evitar o hospital, ou qualquer pessoa que pudesse fazer muitas perguntas sobre uma ferida de adaga, recorri ao óbvio.
Damian Wayne, o melhor espadachim e curandeiro da família.
Cambaleei para fora do jato e me joguei em uma corda contra a janela de Bobby, já que o casal basicamente morava junto agora.
Eu nem ao menos conseguia enxergar um palmo a minha frente.
Minha pressão parecia cada vez mais fraca e meus olhos pesados.
Meu corpo soltou-se quase sozinho da janela, provavelmente causando um pouco de barulho.
Algo pesado acertou minha cabeça antes que eu pudesse dizer algo.
E das últimas coisas que me lembro são de pedir ajuda e ver olhos azuis como jamais vi, agachados sobre meu rosto.
- Ajuda...— foi a última coisa que pôde sair de meus lábios.
A dor era algo rotineiro em minha vida.
Na vida de todos nós.
Havíamos aceito desde muito cedo, que faríamos coisas para os mais fracos e arcaríamos com as consequências disso.
Morte, era algo que sempre parecia nos rondar, procurando a mínima brecha e descuido para que uma vida fosse levada.
Bárbara, havia sido apenas a primeira escala da longa lista de pessoas como nós que já haviam partido.
E entre nós, não haviam muitas expectativas para uma vida.
Não havia amor, não para a maioria, pelo menos.
Haviam poucas exceções que sempre pendiam as dificuldades de relacionamento, mas que aceitaram viver.
Jason e Damian, eram alguns poucos sortudos entre nós.
Jason, havia encontrado algo por lutar além de sua própria morte. Ele estava em paz e mesmo levando a última chance de um pouco de amor para mim, hoje entendo que, bom, não era para ser.
Damian, o caçula, havia deixado que a vingança deixasse de consumi-lo e encontrou alguém que pudesse abraçar suas sombras.
Eu, pelo contrário, evitava e fugia de qualquer potencial arma que pudesse me matar.
Mais uma vez.
Quando Bárbara deixou esse mundo, levou com ela tudo o que realmente importava.
Meu coração, pelo menos, havia sido levado com ela.
E agora, eu apenas vagava em missões com potencial adrenalina para inebriar a vontade de álcool, que funcionava como um baú para as lembranças que eu tentava esquecer.
As vezes eu só pensava que estava por aí esperando que algo me matasse.
E tentando lutar por causas que valessem a pena até lá.
E se agora fosse o momento, eu esperava que Bobby e Damian me perdoassem por sujar seu alojamento de sangue e que minhas cinzas fossem jogadas do Canyon.
Eu sentia paz, uma estranha paz que não havia a tempos.
Eu gostaria de ter tido tempo de avisar Bruce e abraçar minha sobrinha Bárbara, mas eu sabia que ficariam bem sem mim.
No fim, tudo ficaria bem.

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