Uma princesa, um herói adormecido...deveres, valores e uma dose de adrenalina.
"Heaven knows that I've been told
Paid for the life that I chose
If I could, I'd trade it all
Trade it for a halo
And she said that she'll pray for me
I said: It's too l...
Oi gente! Tudo bem ? Eu estou em completo surto criativo esses últimos dias, então perdoem a quantidade de conteúdo por aqui kkkk Enfim, espero que gostem e beijo no coração de todos! 💚
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Dick Grayson pov.
Acordo sentindo um fodido jato de água gelada, derramado diretamente na minha cara. - MAS O QUE...? — grito despertando e assim que vejo o autor de meu pequeno inferno, bufo frustrado. – Como me achou ? — eu me sentia extremamente irritado, e também sentia as voltas de meu estômago enjoado assim que sinto o cheiro do lugar em que eu havia passado a noite. - Não fode, idiota. — responde Jason jogando o balde no chão. – Você ligou seu celular na noite passada e Alfred te rastreou até esse chiqueiro. Merda. - O que você quer aqui ? — pergunto limpando o rosto e chutando as garrafas de whisky e conhaque velhos. - Eu ? Nada...— diz ele. – Mas você pode querer ouvir o que vou dizer. - Não quero nada. — respondo voltando a me jogar na cama mofada da velha pensão que aceitou um relógio caro como pagamento para guardar o resto de meu corpo. - Nem mesmo se for sobre sua preciosa princesa ? — ironizou ele, e fechei meus olhos com ressaca demais para prestar atenção em Jason. - Já sei sobre o casamento, não precisava vir esfregar isso na minha cara. Eu já estava pisando em pregos para lidar com o fato de toda a minha vida amorosa ao longo dos anos terem sido um fracasso. - Ela está internada com um quase colapso por fraqueza. — diz ele e abro meus olhos voltando a me sentar rapidamente. – Bruce colocou muito dinheiro para que a tia dela não ficasse sabendo disso. Agora ela tinha minha total atenção. - Por que ele fez isso ? — pergunto. - Porque Damian pediu. — sorri Jason. — E o garoto está realmente fazendo vista grossa sobre ela. - Foda-se ele. — respondo me levantando. – Me diga que veio de carro. — quase rezei por Jason. - Você entrar no meu carro desse jeito vai te custar bem caro. — sorri ele balançando suas chaves. Eu estava imundo e nojento. - Eu pago, seu idiota. — respondo pegando suas chaves. Dirijo com Jason até meu apartamento e desço apressado de seu carro. Merda, merda, merda. Corro até o banheiro assim que as portas do elevador se abrem em minha cobertura, e me assusto ao encarar meu reflexo no espelho. Ela sentiria repulsa se me visse daquela forma. Meus cabelos escuros estavam pouco maiores, minha barba estava evidente e eu estava com o lábio inchado e ainda com o corte na sobrancelha aberto. Ainda sim, a pior parte era encarar meu corpo repleto com os hematomas de brigas e o sangue seco sutilmente grudado em minhas mãos ainda. E eu me odiava sempre que lembrava que aquele sangue não era meu. Suspirei entrando no chuveiro e suspirando assim que minha pele entra de encontro com a água quente após algum tempo sem mínimos rastros de banhos. Eu me odiava especialmente agora, por dentro e por fora. Tirei toda a sujeira doentia de meu corpo, raspei a droga dos pelos em meu rosto e tentei soar apresentável vestindo roupas escuras. Meu rosto ainda parecia ruim com os cortes, mas aquilo era suficiente para me deixarem entrar no hospital. Coloquei meus cabelos para trás e desci para a garagem, acelerando fortemente meu carro em direção ao hospital. Minha cabeça ainda latejava como o inferno, mas isso não importava realmente. Eu precisava vê-la. E esse simples pensamento sufocava minha mente, secava minha garganta e apertava meu estômago. Mesmo que ela não quisesse me ver, eu a veria, eu precisava vê-la. Estaciono o carro, correndo para adentrar o hospital e sutilmente movimento a pasta de acessos de visitas do hospital para localizar Charlotte. Subo o elevador, e assim que ele se abre no andar do quarto de Charlotte, já vejo Bruce em seu terno costumeiro sentado em uma cadeira e digitando furiosamente em seu celular. - Onde você estava ? — pergunta sem nem ao menos levantar os olhos do seu celular. Eu odiava decepcionar Bruce e principalmente odiava o tom decepcionado que ele me dirigia. - Preciso vê-la. — respondo fugindo de uma resposta. - Damian está lá dentro. — diz ele. – E ele não quer mais ninguém por lá. - E desde quando ele manda em alguma coisa ? — pergunto sentindo a irritação perturbar minha mente. - Não seja irracional, Dick. — diz Bruce. – E fique longe dela. — me encara. – Você está mais uma vez afundado em distrações fúteis, e não a merece, já havíamos conversado sobre isso. - Eu tenho total noção disso. — respondo. – Mas não vou sair sem vê-la e você e eu sabemos que de um jeito ou de outro, eu vou entrar naquele quarto. - Eu gostaria de vê-lo tentar. — diz Damian abrindo a porta e fechando atrás de seu corpo. - Não me teste. — respondo pressionando meus punhos. – E me deixe vê-la. - Pague para ver, Grayson. — disse ele. - Aqui não, garotos. — interrompeu Bruce. – Apenas vá para casa, Dick. — disse cansado. Eu estava realmente dando um tempo ruim a ele, a todos eles. Ouvimos a porta abrir-se mais uma vez e Bobby sair de lá. - Estamos ouvindo tudo daqui. — diz ela. – E por motivos que ninguém entende, ela quer vê-lo. — aponta com o queixo para mim. Estavam todos putos comigo, mas por mais que eu odiasse dizer isso, nada realmente importava agora. - Ele não vai fazer isso. — diz Damian. - Ela pediu, amor. — respondeu Bobby e eles permaneceram se encarando em silêncio por alguns momentos e pude ver o corpo de Damian recuar, me dando passagem até ela. - Faça boas escolhas, Dick. — diz Bruce antes que eu pudesse dar o primeiro passo. – Ela não é alguém com quem você deva brincar. - Essa é a primeira e última vez que você a visitará. — diz Damian. - Você não determina isso. — respondo. - Mas eu sim. — responde Bruce. - Não importa. — murmuro bufando e entrando no quarto de Charlotte. Fecho a porta na cara de Damian e sinto um nó formar-se em minha garganta assim que vejo Charlotte sobre a cama, vestida em uma camisola de hospital que a deixava ainda menor e com o rosto abatido. Ela tinha um sorriso fraco e os cabelos escuros caíam por seus ombros finos. Merda, era bom demais apenas olhá-la, ainda que minha pequena princesa soasse abatida. - Ei. — digo tirando o pesado casaco de meu corpo e jogando no sofá pequeno no canto do quarto. - Oi. — sorriu ela fraco. Era como uma pequena flor murchando... Eu odiava vê-la daquela forma vulnerável, com fios pendurados sobre seus braços e sem poder cura-lá. Eu me sentia fodidamente responsável por ela. - Como você está ? — pergunto me sentando na beirada de sua cama. Eu precisava me aproximar, precisava de contato e precisava me assegurar que ela ficaria bem. - Estão cuidando bem de mim aqui. — ela parecia distante. – Obrigada pela visita. Fria e distante, eu entendia seus motivos. - Eu vim me desculpar. — encaro os olhos azuis. – Eu tenho sido um grande idiota com você, com todos, para ser bem sincero. — suspiro. – Eu sinto muito. Ela suspira e me encara. - As coisas não estão fáceis você, e sei que não está em sua melhor fase. — encolheu os delicados ombros. – Eu desculpo você. — sorriu ela. E eu sutilmente me culpava pela crescente vontade de beija-lá quando um sorriso se abria naquele rosto. - Posso te perguntar o que aconteceu com você ? — pergunto a ela que desvia seus olhos dos meus. - Estive indisposta para me alimentar nos últimos tempos. — respondeu e senti uma ponta super protetora fincar meu peito. – Pensei que seria bom para perder alguns quilos também. - Você é linda, Charlotte. — respondi prontamente. – Nada precisa ser mudado e qualquer um pode confirmar o que digo. – eu poderia ter dito que seu noivo concordaria comigo, mas honestamente, eu gostaria que ele fosse simplesmente se foder e a deixasse em paz. Encarar o rosto de Charlotte corado apenas por uma simples frase, me motivava pela crescente vontade de apenas não sair daqui. - Eu agradeço por isso. — sorriu ela. – Não é muito possível se sentir assim vestida com isso. — ela abre os braços esticando os braços pequenos e mostrando o enorme tamanho do que vestia. Fomos interrompidos pelo barulho da porta se abrindo e Damian adentrar em sua tradicional carranca. E ele me deixava especialmente puto. - Já está na sua hora. — diz Damian. Era pouco tempo demais. E eu simplesmente não podia fazer uma cena na frente de Charlotte, nem ao menos socar o rosto arrogante de meu irmão. Me levanto suspirando e sorrio para ela. - Eu volto. — digo e ela sorri. - Vou te esperar. — responde. E merda, era tudo o que eu precisava que ela dissesse. Ergui meus braços em rendição e saí do quarto de Charlotte, deixando a garota com quem eu simplesmente queria deitar e dizer que tudo ficaria bem, sozinha. Me sentei ao lado de Bruce bufando assim que vi Damian adentrando o quarto dela e fechando a porta. - Você não respondeu minha pergunta. — diz Bruce. Suspiro pesado. - Voltei a ter problemas. - Achei que tivéssemos conseguido lidar com isso. — diz ele. - Acredite, eu também. — suspiro. Ficamos poucos minutos em silêncio até Bruce me encarar. - Quero que você pare de ser o Asa Noturna. — diz ele e eu o encaro atônito. – Você duplicou as mortes em Gotham, Dick. - Não é como se fossem boas pessoas. - Você sabe que não fazemos isso. — rebate ele. – Você precisa dar um tempo e se curar disso. A pior parte ? Eu sabia que ele estava certo. - Você não pode fazer isso. — tento argumentar. Asa Noturna, em certo ponto, era tudo o que havia me restado. - Batman está te dispensando. — diz ele se levantando. Eu encaro a parede em silêncio e ele apoia uma mão em meu ombro. - Se encontre como Dick Grayson antes de voltar ao trabalho e lembre-se que tem uma vida. — ele aperta meu ombro antes de ajeitar seu casaco e adentrar o elevador. Agora eu não tinha nada, exceto a perturbadora sensação de garganta seca e a ansiedade. Suspirei me acomodando na cadeira e apoiando minha cabeça sobre a parede. Eu nem ao menos sabia o que significava ser apenas Dick Grayson há um bom tempo. E eu detestava passar tempo demais pensando em tudo o que Dick Grayson havia perdido. Mas agora, o nada, era tudo o que me restava.