Oi gente! Tudo bem ?
Ainda lembram de mim ? Kkk
Gente, primeiramente me desculpe pelo sumiço repentino mas ultimamente vivi o provável pior bloqueio criativo da minha vida e ainda estou tratando isso.
Por agora, vou tentar retornar aos pouquinhos com novos capítulos para vocês.
Obrigada por estarem aqui e por não desistirem de mim!
Estou aqui por vocês e deixo um beijo no coração de todos! 💚
Dick Grayson pov.O amanhecer de todos os dias era uma pequena benção jogada aos pequenos mortais.
Era uma hora fria, onde podíamos ver a noite se esconder para dar vida a luz da alvorada.
Em Ludstava, o amanhecer era especialmente bonito, ele podia me distrair.
O cigarro era um dos raros e últimos recursos a serem utilizados por mim.
Eu raramente o tinha sobre meus lábios mas hoje, ele era uma pequena necessidade.
Eu sutilmente gostava da sensação gelada sobre meu corpo sem nenhum tecido, da chance de poder assistir o amanhecer longe dos olhos curiosos de todos os milhares de funcionários de Charlotte e apenas tendo a sensação da fumaça prazeroso enchendo meus pulmões.
Eu estava tentando não ficar bravo, tentando não pirar e tentando não pensar nas piores perspectivas.
Minha dificuldade era clara.
Muitas vezes eu era sempre cheio de ódio incubado mas aqui, eu só constantemente me enchia dos milhares de protocolos estabelecidos.
Há cinco dias, Charlotte sumia de minha cama antes do amanhecer.
Ela apenas deixava um beijo delicado em meu ombro e sumia entre as sombras da noite. Eu costumava fingir estar dormindo, mas sentia os lábios suaves sobre minha pele e seu cheiro se tornava apenas um rastro.
Eu não toquei nela depois da última noite em que sua coroa havia sido devolvida. Nós conversávamos até que eu pudesse ouvir sua respiração sendo suavizada.
Ela me contava sobre sua infância nesse palácio, sobre seus sonhos e a falta que sentia de estudar.
Eu não conseguia dizer muito, apesar de toda a minha vontade de abrir uma vida toda a ela, meu passado podia ser uma grande bola de merda para ela.
A vinda a casa de Charlotte mostrava o quanto éramos diferentes. Ela era bem criada, supervisionada e banhada no mais puro luxo.
Eu me sentia um vira-lata.
Dick Grayson em Gotham era um símbolo de riqueza, uma amostra do sucesso empresarial. Eu sabia que era bonito, bem vestido e muitas vezes, o alvo de mães desesperadas para que suas filhas recebessem o mínimo de atenção de um herdeiro Wayne.
Em Ludstava, Richard era apenas mais um.
Eu era visto como uma sombra pelos outros.
Nem ao menos Charlotte olhava muito para mim. Sua tia, do contrário. definitivamente me olhava como se eu pudesse infectar sua sobrinha com uma doença venérea em qualquer momento.
De repente, eu me sentia a droga de um órfão sem mais nada, mais uma vez.
Suspirei dando as costas para a sacada e voltando ao pequeno cômodo que me cabia há alguns dias.
Hoje finalmente voltaríamos, é isso era um grande alívio.
Jason já tinha um abrigo seguro para Frank e a pequena Bárbara.
E eu finalmente poderia parar de me apoiar nos cantos entre as reforçadas paredes desse palácio.
Sempre fodidamente longe de Charlotte, que estava sempre sobre saltos altos e exibindo a pequena coroa sobre a cabeça.
As poucas palavras que ela me proferiam eram poucas, sua mente parecia estar sempre rondando outros extremos do palácio. Entre os sanguessugas que a perseguiam todos os dias.
Quando a noite caiu e eu finalmente pude me jogar contra a cama bagunçada, suspirei.
Era uma questão de minutos até que Charlotte chegasse até aqui, soltasse os longos cabelos escuros e que eu estivesse perdido demais entre os olhos que mais pareciam de vidro para se quer dizer algo a ela.
Nós não transávamos, não conversávamos e eu estava me tornando uma versão decepcionante de homem impaciente sobre a porra de um país que eu nem ao menos podia correr com meu carro.
Ouço as sutis batidas contra a porta de madeira e o corpo de Charlotte se esgueirar para dentro.
- Oi. — sorri ela jogando os sapatos contra a beirada de minha cama e se aproximando de mim, enlaçando meus ombros nus com seus braços e mãos delicadas. – Está animado para voltar ?
- Você nem imagina...— resmungo evitando o reflexo de fechar os olhos contra o cheiro doce invadindo minhas narinas.
- Frank parece animada também, mesmo que goste da pequena Bárbara vestindo mini vestidos de princesa que encomendei. — sorri ela e me encara confusa. – Você está bem ?
- Estou ótimo. — respondo tentando evitar minha ironia de deslizar entre meus lábios.
- Tem certeza ? — pergunta ela apertando meus ombros.
Suspiro fechando os olhos.
Não diga, Dick.
Não seja um mané.
- Achei que estivesse se divertindo durante essas férias. — comenta ela.
- Odeio essa merda toda, Charlotte. — respondo e vejo os olhos cinzas se arregalarem como em um susto. – Isso aqui é como uma prisão claustrofóbica. — comento.
- Essa é minha casa, Richard. — respondeu baixinho. – Tem algo que posso fazer para que torne sua última noite mais confortável ?
Era quase engraçado tomar consciência de que eu estava apenas provando da mais pura dose de meu próprio veneno.
Mesmo sem intenção, eu estava recebendo uma tentativa material de superar o problema. Como eu também sugeria a todas as garotas que se preocupavam demais com as minhas merdas.
- Talvez você deva voltar para o seu quarto. — me afastei de seus braços encarando a expressão confusa. – Estou fodidamente cansado de caminhar atrás de você como segurança o dia todo, Charlotte.
Ela assentiu, em silêncio. Eu podia ver seus olhos machucados úmidos que ela provavelmente renderia esforços para esconder de mim.
Ela agachou seu corpo e pegou seus sapatos, saindo de meu quarto em seguida.
Eu podia ter a consciência de toda a merda que poderia ter sido jogada ao vento, mas eu estava cansado.
Cansado das regras, das drogas das paredes brancas, dos protocolos, de ser encarado duas vezes antes mesmo de até se dirigirem à palavra a mim.
Meu ego estava machucado e eu não conseguia administrá-lo o suficiente para afastar a culpa de Charlotte.
Eu queria machucá-la, queria ver o olhar decepcionado de um ego ferido em seu rosto.
E eu me odiava por isso.
Última noite, finalmente, era a porra da última noite nessa droga de lugar.
E eu quase poderia rir da ironia de que meu pequeno inferno se encontrava em um paraíso visual, que piada..
.
.
Charlotte Vøn Ripley pov.
Uma noite perdida.
Mesmo depois de um dia cheio de conselheiros, palpites, críticas de minha tia e milhares de olhares curiosos sobre mim, eu não sentia minha mente cansada.
O que contrastava com meu corpo cansado que sentia as bolhas doloridas em meus pés.
Nos últimos cinco dias, eu tentava vigorosamente gerar uma boa opinião pública a respeito de uma futura rainha solteira e que passava boa parte do tempo na América.
E eu nem ao menos tinha alguma confirmação de que isso daria certo.
Eu via sorrisos o dia todo, mesmo os que pareciam cruéis e maldosos e deveria sorrir de volta.
Eu sabia que havia perdido um pouco de peso e agora minhas costas se ocupavam com as marcas roxas dos adornos de meus vestidos tradicionais.
Essa noite eu saberia que não seria exatamente o remédio para essas preocupações, já que sem o corpo grande deitado ao meu lado e os olhos azuis zelando por mim, eu não exatamente conseguia descansar.
Nos últimos dias, nos mal conversávamos.
Eu tentava distraí-lo com boas histórias vividas entre os fortes tijolos dessa enorme construção que me cercava.
E isso de certa forma me conformava de que Ludstava era bom lugar, minha casa e um lugar de paz.
Mesmo ouvindo milhares de frases que as vezes me faziam pensar o contrário."Vou te explicar como funciona os investimentos de infantaria, deve ser difícil de entender já que é uma mulher" dizia o barão Schrotzky.
"Talvez você deva usar saltos mais altos para mostrar que é imponente, Princesa" dizia Rosália.
"Como a primeira rainha solteira, nos talvez devêssemos considerar a ideia de que ela se torne alguém vinculada a igreja" dizia outro.
E todas essas vozes de repente se tornavam mais altas em minha cabeça todas as noites.
Tento forçar meus olhos na tentativa frustrada de dormir e bufo irritada, me sentando em minha cama.
Me levanto afastando o cobertor e abro as portas de minha sacada.
O vento era fresco e contrastava bem com meu quarto que parecia claustrofóbico demais agora.
Eu amava Ludstava com todo o meu coração.
Mas as paredes daquele castelo pareciam altas e pesadas demais agora. E Deus, como eu queria demoli-las e transformar aquilo em algo que pudéssemos receber vento, o povo e um pouco de inovação.
De repente, a visão do semblante de meu pai me assombrava.
Aqui havia sido seu lar, algo que ele havia construído com orgulho e esplendor, como os que vieram antes dele.
Era uma tradição comum que o palácio sofresse pequenas alterações a cada início de um novo reinado mas por que eu sentia a estranha vontade de apenas demolir tudo e construir outra coisa em seu lugar !?
Minha tia provavelmente teria uma parada cardíaca e todos os cabelos de sua cabeça cairiam, assim como quase ocorreu essa manhã assim que avisei a ela que estava retornando a universidade."- Você enlouqueceu ? — perguntou ela quase derrubando a xícara de chá. – Você será uma rainha em alguns meses!"
Massageei minhas têmporas assim que me lembrei do tom de sua voz.
"– Não é uma boa ideia encher a imprensa de ideias polêmicas sobre uma rainha solteira na América. — comentou ela."
Minha camisola mesmo sendo fina demais para o vento vindo do jardim, me dava a falsa sensação de um sútil alívio aos meus pulmões.
Um alívio falso e até um pouco culposo.
Eu havia dado mil e um argumentos ingênuos para tentar convencer minha tia para que por um pouco, mesmo que pouco tempo, eu pudesse voltar a sentir um pouco da liberdade.
A minha pior e mais viciante droga.
Minha tia concordou relutantemente, e pude sentir minha bochecha estranhamente se esticar em um sorriso verdadeiro depois dos últimos dias.
Eu teria paz, haveria paz.
Poderia levar Frank, Dick e a pequena Bárbara de volta para nossas realidades ideais."Eles esperam que você se case depois que se torne rainha ? — perguntou Frank. – Mas e sobre Dick ?"
Eu não sabia responder, eu não sabia que tipo de futuro havia para nós agora.
Mesmo depois do jantar com Frank, eu não me sentia confortável em pensar em Dick.
Ele estava frustrado e bravo comigo, com minha casa e meu país, e eu não sabia como lidar com isso.
Eu me sentia condenada com sua presença e eu já havia pecado uma vez.
Um pecado lindo, mas ainda sim, um pecado.
Frank dizia que não era um pecado ser uma mulher que gostava de amor, de sexo e de um homem. Mas todas as vezes que meus pensamentos retornavam as possibilidades eu podia ver os rostos do parlamento me julgando.
E Deus, como as coroas eram pesadas ultimamente.
Mesmo as mais leves, pareciam pesar toneladas sobre minha cabeça, me lembrando constantemente de minhas condenações.- Me ajude Deus, por favor. — sussurrei baixinho vendo o nascer do sol.
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Ordinary Life
FanfictionUma princesa, um herói adormecido...deveres, valores e uma dose de adrenalina. "Heaven knows that I've been told Paid for the life that I chose If I could, I'd trade it all Trade it for a halo And she said that she'll pray for me I said: It's too l...