Dor

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Amanda

Dor. É só isso que eu sou agora.
Eu sempre fui forte em relação a choro. O meu trabalho eleva muito pra mim o que realmente vale meu choro. Eu vejo pessoas em situações desesperadoras o tempo todo.
Não choro por qualquer coisa.
Não costumo chorar.
Até entrar aqui.

95% das vezes que eu chorei aqui foi por ele. E hoje não é diferente.
Eu ainda tô tentando assimilar tudo o que o Tadeu falou.
Tentando entender.
Não pode ser.
O Antônio não. Ele me trata como uma princesa. Ele respeita todas as mulheres dessa casa. Ele é respeitador. Ele me protege. Ele sente as minhas dores antes de mim.

Eu tinha falado no meu raio X que queria que as pessoas vissem ele com os meus olhos, porque as vezes as pessoas veem só a parte física dele. Mas agora eu penso que talvez os meus olhos não conseguiram enxergar tudo.

Cadê ele? Cadê? Cadê esse Antônio? Cadê o meu Antônio?

Eu não sei qual a dor está me batendo mais forte:
Não ter ele aqui.
Não suportar a ideia dele ter ficado com ela.
Sim. Agora que tudo aconteceu eu me pego dividindo meu choro nesses dois motivos.

Eu sei que a gente entra nessa casa e as pessoas vão indo embora, mas a forma como eu perdi ele está me matando.

Eu perdi meu companheiro de jogo. E eu acho que perdi uma pessoa que poderia ter se tornado tudo pra mim.
Eu só sei chorar. Chorar de medo. Chorar de raiva. Chorar de saudade dele já.
Eu fecho os olhos e ouço a voz dele me dizendo: "te amo, amandinha"

E aí aquela porta se fechou e foi tudo embora. Tudo acabou.
E eu preciso admitir que o fato dele ter ficado com outra me machucou tanto. Eu não vou admitir isso a ninguém aqui.
Nem pra ele eu admiti. Tentei ao máximo continuar sendo a "amiga" que ele esperava que eu fosse. Mesmo doendo tanto.
Eu não estou no lugar de sentir isso é nem de cobrar isso. Eu nunca dei abertura real pra ele. Eu sempre me sai. Sempre joguei o Felipe, meu ex, como sendo desculpa pra minha confusão de sentimentos.
Na verdade eu entrei nessa casa super machucada sentimentalmente com a situação do meu ex.
Descobrir uma traição não é fácil.

E aí eu conheço o sapato. Lindo, atencioso, gentil, forte. Me dando atenção e proteção o tempo todo. Me beijando a testa sem motivos. Me dizendo o quanto eu sou linda e o quanto me ama o tempo inteiro.

Pra mim era confuso saber se era amizade ou se havia algum tipo de interesse.
Fui covarde em não ter exposto mais o que eu queria? Talvez. Mas eu nem sabia de fato o que eu queria. A manhã do dia 15 virou uma chavinha na minha cabeça, mas aí aquela mulher entrou e tudo ficou muito confuso.

A única coisa que eu sei é que tá doendo. E a falta dele ja esta batendo em mim.

Caminhando pra prova do líder eu só conseguia pensar em como deu tudo errado assim. Como eu vou me concentrar pra fazer essa prova?

Me segurei o tempo inteiro pra não chorar. A Bruna ganhou e eu fiquei no vip com ela.

Voltamos pra casa e eu desabei. Eu não lembro do dia que chorei tanto.
Tudo aqui me lembra ele. Tudo me faz sentir sua falta.

Ouvi a produção pedir as malas deles e fui pro quarto

Am: a mala do Antônio ta sempre pronta. Só preciso botar algumas coisas que estão aqui.
Fred: esse tênis é dele?
Alface: precisa de sacola?
Am: é dele sim. Eu vou colocar nessa aqui. Espera Fred. Deixa eu por a minha tag na mala dele. Aaah e essa camisa aqui eu vou ficar também.

Mandei minha tag. Afinal nós combinamos que entraríamos e sairíamos juntos. Tô mandando um pedacinho de mim pra ele.
E a camisa com o perfume dele pra eu sentir ele aqui comigo.

Digna de ser Amada Onde histórias criam vida. Descubra agora