Seguindo a vida

916 55 5
                                    

Antônio

Os dias passaram aos poucos. Lentos. Intermináveis. E a falta que eu sinto dela dói em todos os meus músculos. Ainda acordo procurado a mão dela pra me dar força. Ligo a TV e acompanho todas as estratégias que ela monta agora. A forma como o jogo delas vem se desenrolando no programa só me deixa mais confiante que ela só sai dali de dentro campeã. A minha campeã.

A cada nova eliminação do grupo oponente mais fortes as meninas ficam. Eu vibro em todas as conquistas delas e meu olho brilha em ver a Amandinha cada vez mais forte e segura.

Aqui do lado de fora, na vida real, eu sigo sendo mimado pelos nossos fãs. Meu relacionamento com a família dela só melhora. Nossas famílias hoje são uma só.
Mas a minha vida precisa seguir.

Roberta: pronto, Juninho. Passagem emitida. Amanhã a noite você embarca.
An: meu coração ta apertadiiinho, beta. Mas eu não posso adiar minha ida pra casa. É tudo muito incerto ainda. Eu preciso ver os detalhes da PFL com meu agente de lá. Tem que ser pessoalmente. E também é a minha casa, né? Eu tenho que...
Mário: ei cara, para. Relaxa. É isso. Você já repetiu isso mil vezes. É isso mesmo. Você precisa ir. Não tem problema nenhum nisso. Vai dar tudo certo. A gente vai ficar cuidando de tudo aqui.
R: de tudo. E dela também. Relaxa. Se você não tiver como voltar a gente cuida de tudo.
M: inclusive eu já vi a casa la... e acho que a gente consegue um super desconto pros amigos dela.
An: por mim eu já deixaria tudo pago, mas a Pam não quer. Disse que eles fazem questão de pagar a casa.
R: deixa eles, Juninho. A gente vai providenciar todo o resto: comida, bebida, o pessoal de suporte. Não vai faltar nada pra eles.
An: eu sei, beta. Eu sei que não. Brigadao por mais essa.

No outro dia acordei cedo, arrumei minhas malas. E entre todas as bagagens um detalhe importante. A tag dela. Virou quase que um amuleto pra mim. Era essa tag que eu segurava forte, como se fosse a mao dela, nos momentos de tristeza e ansiedade. E se eu preciso ir, ela vai junto de mim.

Prendi a tag dela na minha mochila pessoal e no final da tarde seguimos pro aeroporto. Eu, dindinho e Maricota.

A internet virou um enterro. A minha ida deixou alguns fãs tristes, por medo da gente se afastar.
Eu também tava com muita dúvida, mas eu sei que é o caminho que eu devo seguir nesse momento.

Me despedi da Maria e do meu irmão com a certeza de que a ausência seria breve.

Já embarcado fiz um store, tirando a dúvida de quem ainda não acreditava que eu estava indo.

Alguns horas depois eu estava em casa. Em casa. Uma mistura de sentimentos tomava conta de mim.
O meu cheiro, as minhas coisas, minha cama. Caralho que saudade da minha cama.
Tomei um banho demorado e só depois sai vagando pela casa, observando cada cantinho. Como se conferisse tudo.
Tá tudo ainda aqui. A minha vida. A minha essência. Quem eu sou.
Minhas coisas, minhas manias, meu jeito.
Aqui é o meu lugar. Mas mesmo com todas essas certezas eu ainda não me senti completo. Ainda falta alguma coisa. Ou falta alguém.
O que é no mínimo curioso. Porque a falta que eu sinto da Amanda chegou até aqui. Mesmo ela nunca estando antes aqui. Ao sair daqui eu sequer conhecia ela. Nem imaginava passar por tudo o que eu passei esse ano até agora. Mas a necessidade da presença dela rasgava o meu peito em todos os momentos.

Faltam pouco mais de 10 dias pra grande final e eu tenho certeza que ela vai sair campeã daquela casa.

Eu vou estar vendo. Daqui ou de la, mas vou. Ainda não sei como será, mas sei que vai ser como tem que ser.

Os dias passaram leves entre treinos, amigos e vários momentos curtindo a minha própria companhia em casa.
Tomo meus cafés da manhã em frente ao lago sentindo o vento frio balançar meus cabelos e refrescar minha pele.
Revi pessoas e lugares.
Matei a saudade que eu tava daqui.
Retomei minha rotina.

Acordo e tomo meu café, sigo pro treino, almoço na rua mesmo, treino à tarde, volto pra casa e relaxo um pouco antes de dormir.
No fim de semana fizemos um churrasco na casa do cigano e minha conexão com meus fãs está se ampliando pros meus amigos.

B: apaixonado sim. Olha a cara de bobo.
C: kkkkkkkkkkkkk tá fodido demais. A doc te pegou te jeito.
B: sem nem te pegar kkkkkkkkkkkk
An: taaa... vão tirando onda mesmo. Eu não tenho como negar mais? Tá tão na cara assim?
C: sapato, volta lá. Faz daquela mulher a mulher da tua vida, irmão.
"Trás ela pra cá pra morar com a gente"

Ouvi a Isa, esposa do cigano gritar de longe.

An: vou trazer como, Isa? Nem sei se ela me quer!
I: ela quer sim. Vai por mim

...

A Amanda tinha vencido a última prova do programa e já estava na final. Eu estava feliz por ela. Mas por outro lado a ansiedade da final estava acabando comigo.

Acordei no meio da noite de sexta pra sábado antes da final passando mal. Nervoso, suando frio, coração acelerado. Liguei o PPV pra procurar por ela e chorei feito criança vendo ela falar de mim pra Aline. Ouvir ela dizer que me ama muito encheu meu coração de paz.

Sem combinar com ninguém e naquela mesma noite, comprei uma passagem e volta pro Brasil. Eu não aguentaria ficar longe e alguma coisa no meu coração me pedia pra voltar pra lá.

No domingo, por volta das 13hrs eu cheguei no Brasil pra alegria/surto dos nossos fãs.

M: como assim em SP? Sério?
An: eu não ia aguentar ver tudo isso de lá, dindinho. Eu tinha que voltar.

Cheguei em casa e a Maricota pulou no meu colo. Depois abracei a Beta e chorei no colo dela.

B: eu sabia que você vinha, Juninho.
An: eu nao já aguentar ficar longe dela nesse momento, Beta. Meu coração pediu pra eu voltar. Eu senti no meu coração que eu precisava estar aqui.

🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢🪢

Aaaah gente. Foi tão lindo ele ter vindo!!

Digna de ser Amada Onde histórias criam vida. Descubra agora