Ele foi embora?

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AMANDA

Não tenho ideia de quanto tempo eu fiquei dentro do quarto. Chorei, pensei, rezei, mandei ele ir embora milhões de vezes.
Mas no fundo, ouvir um "eu não vou sair daqui, Amanda" aliviava o meu coração.

"O que eu fui fazer com a gente?"

Se eu não tivesse dúvida 3 meses atrás... se talvez a gente tivesse assumido... mas também, como é que ele se joga em outra assim tão rápido.
Eu não tenho o direito de ter ciúme dele agora. Ele tá certo quando diz que não imaginava que nós estaríamos aqui agora.
Mas por outro lado, só de imaginar ele com ela horas atrás me embrulha o estômago.

Confusa, com medo. Assim que eu me sinto.

Sentada encostada na porta eu senti ele se aproximar do outro lado. Sentou e se encostou também. Eu tapava a boca com uma mão pra ele não me ouvir, mas eu sei que da mesma forma que eu sentia ele ali, ele também me sentia.

Ele falava coisas lindas e eu sei, são do fundo do coração dele. Eu queria dizer que eu também o amava. Como nunca amei ninguém antes. Mas meu orgulho não deixou.

Ouvi ele levantar. Ouvi passos de afastando.

"Ele foi embora?"

Ouvi a porta bater.
Levantei apressada e corri pra alcançá-lo.

Quando abri a porta ele estava entrando no elevador.

"Antonio, naaaao. Não vai."

Ele segurou a porta do elevador, me olhando sem entender.

"Por favor, fica. Fica comigo. Eu também não me encaixo com mais ninguém. Eu sei que eu fui feita pra você. Porque você também foi feito pra mim. Só pra mim. Eu nunca amei ninguém assim antes. Não vai embora. Não desiste de nós. Fica."

Ele correu na minha direção e pela segunda vez naquela manhã, nós estávamos chorando abraçados nesse hall.

An: me perdoa, amor. Me perdoa. Eu fui um idiota.
Am: eu juro que te amo, juro que te amo. Fica comigo. Não me deixa nunca mais.

Senti ele me erguer no ar e entrar em casa comigo.
Me botou no chão e fechou a porta atrás de nós.
Me encostou na porta e me beijou com urgência.
Eu amo sentir o Antônio assim. Urgente, latente. Me querendo demais. Me amando. Me possuindo.

Suas mãos grandes deslizavam no meu corpo todo.
Andávamos pela casa, batendo em paredes e móveis até encostarmos no sofá.

Nosso beijo parou por falta de ar e nós olhamos profundamente.

An: não faz mais isso. Pelo amor de Deus. Você vai me enlouquecer.
Am: desculpa. Eu tava confusa. Com medo de te perder. Eu não posso deixar você ir embora assim da minha vida.
An: vamo parar de brigar então?
Am: me ajuda?
An: confia em mim? Me dá uma chance de recomeçar.
Am: é o que eu mais quero, meu amor.

Voltamos a nos beijar, mas dessa vez com carinho e delicadeza.
Deitamos no sofá agarradinhos, namorando e fazendo juras de amor.

ANTONIO

Caralho, que dia!
Depois de almoçarmos juntos e passarmos uma tarde inteira agarrados, nós decidimos que eu buscaria minhas coisas no hotel e viria pra cá.

An: depois de amanhã eu já embarco pra João Pessoa. E eu só acho que você deveria ir comigo.
Am: eu adoraria. Mas nao tem como. Eu preciso ir pra Curitiba, amor. Eu tenho reunião lá. Tenho publi pra entregar, tenho o lançamento do meu quadro no insta.
An: eu sei... mas e aí? Como é que a gente vai fazer?
Am: eu quero decidir com você. Me diz você. O que você acha?
An: eu não sei. Você tava certa. A gente não precisa assumir pra mídia e pro público. Vamos fazer tudo com calma, dessa vez?
Am: sem muita exposição. Mas sem ficar longe, por favooooor!!

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