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   JOSHUA KYLE BEAUCHAMP📍

  —Voce precisa ficar longe da minha filha! -Exclamou Pricila Soares, entrando na oficina na tarde de uma terça-feira. —Ela não é uma dessas mulheres que você usa para suas trepadas por aí.

  Olhei para ela e bufei. Depois, voltei a trabalhar no carro diante de mim. Ela realmente tinha dito "trepada"? Acabei de escolher uma nova palavra favorita.

  —A nao ser que a senhora tenha um carro para consertar, é melhor ir embora. -resmunguei, pegando uma chave-inglesa na caixa de ferramentas.

  Ela se aproximou com seus sapatos de salto alto e colocou a mão na cintura.

  —Estou falando sério, seu... seu...seu... Animal. Mantenha suas mão longe de Any. Ou você vai se ver comigo.

  —Se ver com você? -Arqueei uma das sobrancelhas. —eu não lido muito bem com ameaças. -avisei.

  —bem, eu não lido bem com gente como você perseguindo minha família. -retrucou ela.

  —ninguém está perseguindo a sua família, alteza -debochei. —então, se a senhora puder se retirar...

  —qual é o seu problema? Você está tentando se vingar de mim ou algo assim?

  Apoiei as mãos no carro e me levantei para olhar para ela. Seus olhos eram iguais aos da filha, mas cheios de ódio.

  —E por que eu ia querer me vingar de você?

  —por aquela vez em que você foi me pedir ajuda.

  Puxei a pulseira de borracha. Respire fundo.

  —não tenho tempo para isso. -esfreguei a mão na calça jeans e Me virei para sair. —por favor, retire-se.

  —você precisa ficar longe da minha filha ou vai se arrepender. -repetiu ela, o que me levou a me retesar.

  —vou dizer de novo -Rosnei, puxando a pulseira. —eu não lido bem com ameaças.

  —não é uma ameaça é uma promessa. Se o seu caminho continuar cruzando com o de Any, eu vou fazer você sofrer.

  Arqueei uma sobrancelha.
  —e como isso é diferente do que você e sua gente tem feito comigo há tanto tempo?

  —Ouça...

  —não, você é que vai me ouvir. -gritei, me aproximando dela. —você não pode entrar na minha oficina e ficar fazendo exigências, está bem? Esta é a minha vida, e você não tem o menor controle sobre ela. Eu sei que você está acostumada a ter servos fazendo tudo o que você quer, mas eu não sou um dos seus pôneis adestrados, está me ouvindo, dona? Quando você me mandar pular, eu não pergunto a que altura, então, pode pegar essas ameaças vazias e sair da minha frente.

  —eu queria que você tivesse continuado bem longe daqui quando foi para a reabilitação. -declarou ela.

  —você deveria ter rezado com mais fé para o seu Deus.

  O lábio dela tremeu, o que foi o maior sinal de fraqueza que Priscila Soares já havia demonstrado em público. Então, ele enfiou a mão na bolsa e pegou um talão de cheques.

  —quanto você quer?

  —o que?

  —quanto você quer? Eu pago qualquer quantia que você queira para se manter longe de Any Gabrielly.

  —É assim que você sempre consegue tudo o que quer? Com um cheque? -arfei. —Eu não quero o seu dinheiro.

  —quanto? -insistiu ela, pegando uma caneta. —eu compro todo o seu terreno também. Se isso significa manter você e seu pai fora da minha cidade.

  —a última coisa que você deve fazer agora é falar sobre o meu pai. -Sibilei. Mesmo que eu odiasse, um Soares não tinha o direito de cuspir no nome dele. —Saia.

  —Joshua...

  —Saia.

  —Mas você tem que se manter longe dela! -exclamou Priscila, seu corpo começando a tremer. Eu nunca a tinha visto daquele jeito. Ela parecia aterrorizada.

  —do que você tem tanto medo? -perguntei, estreitando os olhos. —você tem medo de não conseguir mais controlá-la como está acostumada?

  —você não sabe do que está falando, mas fique longe da minha filha. Ou eu juro que vou arruinar a sua vida.

  —que vida? -perguntei. Nada na minha existência se assemelhava a uma vida. —agora, essa é a última vez que vou dizer, deu fora da minha oficina.

  Ela começou a se afastar, mas eu completei.

  —isso deve estar matando você por dentro, não é? Não conseguir controlar a Any. -ela arqueou uma das sobrancelhas e eu prossegui: —mas, talvez, em vez de ficar aqui me atacando, você devesse ir atrás do imbecil que partiu o coração dela e engravidou a melhor amiga dela. Sua lealdade parece estar do lado errado.

  Nesse exato instante, meu pai entrou na oficina e viu Priscila lá.
  Ele segurava uma garrafa de whisky e eu fiz uma careta quando ele começou a falar.

  —que merda você está fazendo na minha oficina. -berrou ele.

  —já estou indo embora. -retrucou ela. —eu mal posso esperar pelo dia em que vocês deixarão essa cidade. Você e seu filho só causam problemas.

  —saia já daqui -gritou meu pai, atirando a garrafa na nossa direção. Ela se espatifou contra a parede.

  —meu Deus, Pai! -exclamei. —Você está ficando louco?

  —acho que você que está louco. Permitir que esta mulher entre na nossa oficina. -resmungou ele, cambaleando de um lado para o outro.

  —tal Pai, tal Filho. -comentou Priscila. —quando vocês quiserem vender essa propriedade, é só ligar. Nesse meio tempo, fique longe da minha filha.

  Ela saiu de lá, me deixando sozinho para lidar com a merda que era a minha vida.

  —Vaca -resmungou meu pai, antes de olhar para mim. —preciso que você vá fazer compras de mercado. -ordenou ele antes de se virar e voltar para casa. —e compre mais whisky.

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora