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               Any Gabrielly Soares 🌹

  —Xerife Morris, ele não merece estar atrás das grades -gritei, entrando na delegacia.

  No instante em que ouvi falar sobre a briga e a prisão de Josh, segui direto para lá.

  O xerife estava com terno e a gravata que tinha usado na festa, sentado atrás da sua mesa.

  —pois é, e eu não mereço estar aqui preenchendo uma porção de formulários porque parece que seus dois homens não conseguem deixar de agir feito dois macacos em público.

  —eu sei, mas não foi culpa dele. Ele não fez nada de errado. E eu acho...

  —espere um pouco. De quem você está falando? -quis saber o xerife. —qual dos dois você veio salvar?

  —Josh -declarei como se fosse óbvio. —estou aqui por ele.

  —boa escolha. Parece que foi o Noah que começou a briga, o que é um pouco chocante.

  Aquilo não era nem um pouco chocante para mim.

  —posso ir até lá ver os dois com você?

  Ele negou com a cabeça.
  —eu não sei, Any. A gente não deixa ninguém entrar.

  —xerife morris... Sou eu. A pequena Srta. Any Gabrielly. Eu só quero falar com os dois, isso é tudo, eu juro.

  Ele suspirou.
  —acho que não vai fazer mal a ninguém. Vamos lá. Mas você não pode contar para ninguém que eu deixei, está bem? Não quero que as pessoas acham que eu sou um molengão.

  Concordei em manter aquilo em segredo e fomos até os fundos. Senti meu coração disparado.
  Quando olhei para Josh, ofeguei um pouco.
  Ele tinha corte pelo rosto, e marcas roxas e azuladas. A gravata estava frouxa em volta do pescoço e ele parecia tão derrotado.

  —Oi -murmurou ele.

  —Oi. -respondi.

  —parece que você ganhou um passe livre da cadeia, cara, graças a sua mulher aqui. Agradeça a ela, pois eu ia deixá-lo passar a noite atrás das grades -comentou o xerife enquanto procurava a chave para abrir a cela de Josh.

  No instante em que ele abriu a porta, eu o abracei.

  —você está bem?

  —Estou. Sinto muito.

  —sente muito? Por quê? Você não fez nada de errado.

  —eu sei. Mesmo assim, eu não deveria ter aceitado as provocações do Noah. -a voz dele estava tão baixa que era quase um sussurro. Percebi na hora que a mente dele estava um turbilhão e eu esperava que ele não se afastasse de mim.

  Fique aqui comigo, Josh...

  —vou me encontrar com você lá na frente em um minuto, está bem? -falei, acariciando o braço dele. Ele assentiu e foi até a frente da delegacia. Fui até a cela de Noah. Ele olhou para mim e seu rosto estava tão ferido quanto o de Josh.

  —acho que você não está aqui para pagar a minha fiança, não é? -brincou ele.

  Eu mal conseguia olhar para ele. Noah parecia um estranho para mim.

  —você ainda está de porre.

  —um pouco.

  —você não faz esse tipo de coisa, Noah.

  —bem, talvez você não seja a única que tenha mudado um pouco. -ele se levantou e se aproximou de mim, segurando as grades. —o que é que você está fazendo, Any? Saindo com um viciado?

  Uau, ele está jogando sujo.

  —ele está sóbrio -argumentei. —ha anos.

  —Por ora. Tipo, olha o que ele fez com o meu rosto. Ele é perigoso.

  —você fez a mesma coisa com ele, Noah.

  —sim, mas... -ele suspirou, virou de costas e, depois, olhou para mim. —eu amo você.

  —pare de dizer isso.

  —não, eu não vou parar, porque eu amo. Nós temos uma história de anos juntos e não posso ficar sem fazer nada enquanto vejo você cair nos braços daquele babaca. Eu amo você demais para isso.

  —eu rezei tanto para você dizer essas palavras de novo para mim -sussurrei, balançando a cabeça. —eu rezei para você me querer de volta, para você voltar para mim mas não era o que você queria.

  —é, sim. Estou dizendo para você aqui e agora que é você que eu quero. Eu sei que as coisas estão confusas, mas...

  —você só demonstrou interesse em mim depois que outro homem demonstrou, Noah. Isso não É amor, isso é ciúme, e eu não quero participar desse jogo. Não quero participar de jogo nenhum. Só quero que você me deixe em paz.

  —eu não vou desistir -avisou ele. —eu não vou desistir de nós. Não vou desistir disso.

  —não existe um nós, Noah.

  —por causa daquele Merda?

  —não. -neguei com a cabeça. —por sua causa.

                   [>>>>>>>>>>∆<<<<<<<<<<<<]

  —está tudo bem -resmungou o Josh sentado no sofá enquanto eu pressionava um pano úmido em seu olho. —não é a primeira vez que fica com o olho roxo por dormir com a mulher de outro homem.

  —eu não sou a mulher dele -declarei com voz séria, observando enquanto ele fazia careta por causa da pressão do pano. —e ele não é o meu homem.

  —se você não é a mulher dele, de quem você é?

  —eu não sou de ninguém -respondi sem ar, sentindo meu coração disparar. —antes de eu ser de alguém, preciso saber ficar sozinha.

  —nossa -sussurrou o Josh, balançando a cabeça e mordendo o lábio inferior. —você não faz ideia como é bom ouvir o que você acabou de dizer.

  Dei um sorriso para ele e voltei a atenção para o olho roxo.

  —você está conseguindo -sussurrou ele, segurando a minha mão, para eu parar de aplicar o pano em seu rosto.

  —conseguindo o quê?

  —descobrir quem você é.

  Eu sorri e pendurei o pano.
 
  —acho que você vai sobreviver.

  —bom saber -resmungou ele, olhando para os dedos.

  —o que foi? -perguntei. —o que houve?

  —o que você vê quando olha para ele? O que você vê quando olha para o Noah? -perguntou o Josh com voz insegura.

  Parei por um tempo, agachando-me no chão, antes de olhar diretamente para ele.

  —eu vejo o meu passado. Vejo tudo que eu era e tudo que eu não era.

  —e o que você vê quando olha para mim?

  Juro que havia uma pequena centelha no olho dele que curou parte de mim que eu nem sabia que estavam quebradas. Passei a mão pelo cabelo, mordi o lábio e encolhi os ombros.

  —possibilidades.

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Próximo capítulo vai ser babado viu 👀

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora