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         JOSHUA KYLLE BEAUCHAMP 🍷

  Na quinta-feira, eu estava em frente à oficina enquanto James colocava a bagagem do meu pai no porta-malas do carro.

  —tem certeza de que não quer que eu vá com você, pai? -perguntei, inseguro sobre eles irem para a clínica sem mim.

  —tenho certeza, sim. -ele franziu o cenho e coçou a barra. —prefiro não fazer muito estardalhaço em relação a isso. Não sou muito bom com despedidas.

  —não vamos nos pedir -falei, puxando-o para um abraço. —vamos dar um boa noite e até amanhã.

  Ele me puxou e colocou uma das mãos no meu ombro.
  —filho.

  —pai.

  —vejo você depois -despediu-se, entrando no carro.

  —espere, pai! Aqui -falei, correndo até ele.

  Tirei minha pulseira e entreguei para ele.

  —mementos poderosos?

  —para ajudar nos dias mais difíceis.

  Ele me agradeceu.

  —e aquela garota Soares? Você realmente gosta dela.

  —Gosto.

  —então, ouça o meu conselho... Tire um tempo para você se descobrir e dê a ela um tempo para ela se descobrir. Se for para ser o caminho de vocês vai voltar a se encontrar.

  —e se não for? -perguntei.

  Ele baixou a cabeça, Riu e deu os ombros.

  —só não afogue suas mágoas no whisky. -ele sorriu, algo que eu não o via fazer há muito tempo. —quando chegar a hora, você a deixa entrar, combinado?

  —combinado.

  Nós demos boa noite e dizemos até amanhã mais uma vez, e fiquei olhando enquanto meu pai partia para se encontrar.

  Acabou que a auto descoberta era um processo que todo mundo devia continuar explorando. Ninguém nunca parava de crescer e, dessa forma, as descobertas nunca acabavam.

                            (................)

  —então, ele chegou bem? -perguntou Any ao telefone quando eu já estava na cama na noite de quinta-feira.

  —chegou. James já mandou uma mensagem de texto avisando que eles tinham chegado.

  —e como você está se sentindo? -quis saber.

  Eu respirei fundo.
  —livre.

  —eu estava pensando que poderia ir aí nesse fim de semana para vir você ou talvez você pudesse vir para cá.

  Pigarreei e fechei os olhos.

  —eu sou apaixonado por você, Any Gabrielly -declarei, sentindo um aperto no peito ao dizer essas palavras. —eu sou apaixonado por cada parte de você, mas antes de poder me doar foi inteiro, acho que preciso descobrir mais coisas sobre mim mesmo. Sobre meus desejos, minhas necessidades, antes de poder ser tudo que você merece.

  —o que você quer dizer com isso?

  —meu pai me deu um cheque, e s o suficiente para eu explorar o país por um tempo. Parar em algum lugar e descobrir quem eu sou e no que acredito. Assim, vou conseguir curar a parte de mim que ainda precisa ser curadas

  Ela ficou em silêncio por um tempo, e eu morri de medo que ele fosse contra a ideia. Que ela não fosse querer que eu explorasse o mundo. Que talvez nosso tempo tivesse acabado.

  —Tudo bem -disse ela.

  Eu me sentei na cama.
  —Tudo bem?

  —Eu nunca fiquei realmente sozinha. Não de verdade. Acho que vai ser bom para nós dois dedicarmos alguns meses para descobrir o que se passa na nossa mente e no nosso coração. Então, quando realmente ficarmos juntos, será porque somos duas pessoas inteiras, e não duas pessoas despedaçadas servindo de apoio para evitar que o outro caia.

  —Exatamente. Vamos aprender a caminhar sozinhos para depois poder caminhar juntos.

  —Sera que você pode me dar notícias de vez em quando? Só para eu saber que você está bem?

  —Sempre e para sempre. -respondi.

  Ela deu um suspiro.
  —Essas palavras... Quem você acha que as inventou primeiro? Sua mãe ou o meu pai?

  —Nao sei. Acho que é uma dessas coisas, sabe? A origem de uma expressão não importa. Tudo que importa é o seu significado.

  —Ja estou com saudades. -confessou ela.

  E eu me apaixonei mais um pouco por ela.

  —Eu também. -respondi.

  —Josh?

  —Hã.

  —Quando você se encontrar, volte para mim.

                        [.......................]

  No dia que eu estava deixando a cidade, eu ouvi uma batida na minha porta. Quando abri, havia uma casinha na minha varanda com um laçarote em cima e um bilhete.

  "Querido Josh,
        Sei que hoje marca o primeiro dia da sua nova aventura, e eu queria deixar todo o meu amor com você. Além disso, como alguém pode colocar o pé na estrada sem um bom companheiro?
       Permita-me apresentá-lo a Watson. O apelido dele é Wats. Ele é um Golden Retriever de três anos que ama de paixão passear de carro. Ele sempre abanando o rabo e gosta mais de um colo do que eu.
      Sei que embora você entrega tentando se encontrar, não deve ficar sozinho o tempo todo. Nao quero que você ache que ele é um substituto para o Tucker.
      Tucker era um bom garoto e o amor dele jamais poderá ser substituído, mas acho que Watson pode trazer um pouco mais de amor para você.
      Esse é o lance de amor—sempre há espaço para mais.
      Esse é um presente em nome de novas amizades e novos começo.

                                    —Any Gabrielly.

  Os: Também sou apaixonada por você."

  Sorri para o bilhete e o li diversas vezes, antes de me abaixar e olhar para o cachorro dentro da casinha. Ele abanava o rabo sem parar e estava com a lingua para fora.

  —E aí, carinha -falei. Ele era lindo. Quando abri a porta da casinha, ele pulou direto no meu colo e começou a lamber meu rosto. —Eita, calma aí, cara.

  Ele continuou lambendo e eu continuei rindo.

  —Sera que dá para parar, seu cachorro idiota? -brinquei, mas ele não reagiu.

  Simplesmente continuou avançando o rabo sem parar até eu finalmente me render a todo aquele amor.

  Bom garoto, Wats, pensei com os meus botões, abraçando -o.
  Bom garoto .

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora