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         ANY GABRIELLY ▪️

  
   EU VOU BATER!

     —não, não, não! -exclui sozinha enquanto tentava controlar meu carro incontrolável. Um pouco antes de eu entrar em Chester, ele começou a ficar estranho, mas achei que conseguiria chegar em segurança a casa da minha irmã antes de ele quebrar completamente. Mas não foi esse o caso.

   Tentei pisar no freio, mas o pedal encostou no piso do carro e nada aconteceu.

    —não, não, não. -implorei, sentindo o carro começar a tremer todo.

    Passei batida pelo sinal amarelo no cruzamento da Gretchen street e da Michigan, enquanto berrava para todo mundo sair da frente para eu não atropelar ninguém. Bati no meio-fio algumas vezes, tentando controlar um pouco o carro, mas nada estava funcionando. Respirei fundo, fiz uma pequena oração, mas parecia que minha ligação com Deus estava ocupada no momento.
    Senti o pânico crescer dentro de mim enquanto seguia em direção a uma oficina no fim da rua.

   Que ironia não é? Bater em uma oficina.

    Peguei o celular que estava no carregador, e vi que não tinha carregado e tinha morrido por completo.

     —tire o pé do freio. -ordenou uma voz, me fazendo virar para minha janela.

     —o carro não para! -exclamei com voz trêmula.

   Ele estava correndo ao lado do carro, acompanhando a velocidade.

    —já percebi, Sherlock. Destrave a porta e vá para o banco do carona. -ordenou ele.

    —mas eu não posso tirar o pé do freio, eu...
  
   —Ande logo! -exclamou ele, provocando um frio na minha espinha.

    Fiz o que ele mandou. O homem rapidamente entrou no carro em movimento e fez algumas manobras ágeis com a chave e conseguiu fazer o carro parar.

    —ai, meu Deus! -suspirei com a respiração pesada. —o que você fez?

    —coloquei o carro em ponto-morto e desliguei o motor. Nada de mais. -respondeu, ranzinza. Ele abriu a porta do motorista e saiu. —Vou empurrar o carro até o meio-fio.

    —Mas... -comecei, sem saber bem o que fazer. —Você precisa de ajuda?

    —se eu precisasse, teria pedido. -resmungou ele, obviamente irritado.

    Então tá, né?

    O carro começar a mexer e eu ficava olhando para trás, observando enquanto ele empurrava o carro de quase duas toneladas. Ele parecia tão sombrio e carrancudo com sua camiseta preta, calça e sapatos pretos. Um boné de beisebol escondia o cabelo, mas as pontas enrolavam em volta dele. A sobrancelhas estavam franzidas, e o rosto, tão frio como se ele não soubesse que significava um sorriso. Os bíceps estavam em evidência enquanto ele empurrava o carro com toda a sua força, me levando para o acostamento. Ao chegar lá, sai do carro.

    Eu sabia quem ele era—a cidade inteira sabia—, embora a gente nunca tivesse falado. Aquele era Joshua Kylle Beauchamp, a ovelha negra de chester. Diziam por aí que ele tinha começado o incêndio de 2013, e que tinha sido motivo de vários casos de divórcio. Ele era conhecido por transar com muitas mulheres de chester, isso não era segredo.
  Josh beauchamp usava sua fama como se fosse um trabalho de tempo integral.

     —muito obrigada por isso. Você não precisava ter ajudado. -agradeci com um sorriso.

    Ele não olhou para mim, só resmungou, secamente:
     —não parecia que você conseguiria parar. Talvez você não devesse dirigir mais essa merda de carro. Obviamente é uma armadilha mortífera. 

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora