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          JOSHUA KYLLE BEAUCHAMP

 
  Ela já tinha ido embora havia algumas semanas, e eu não tinha parado de pensar nela. Eu me esforcei muito para tirar Any da minha cabeça, mas parecia que sua missão era aparecer em cada pensamento meu.

  Eu não me importava.

  Se não podia tê-la, podia viver das lembranças do que tínhamos vivido.

  Em uma noite fria de setembro, recebi a ligação que eu tenhoia havia anos. A ligação virou meu mundo de ponta cabeça e me deixou tonto e confuso.

  —Josh, é o James. Seu pai está na UTI.

  No instante em que as palavras foram ditas, senti como se eu tivesse morrendo. Corri para o hospital e, quando cheguei a recepção, entrei em Pânico.

  —Oi meu pai foi trazido. Ele está na UTI, eu... Eu...e... -comecei a gaguejar enquanto a recepcionista olhava para mim.

  Sina.

  —Ron Beauchamp. Sim. Vou procurar em que quarto ele está, Joshua. -disse ela, digitando alguma coisa. —ele está no quarto 234. O elevador fica no fim do corredor à esquerda.

  Comecei a andar antes de ela terminar de falar. Comecei a correr e subi a escada. Meu coração estava na boca enquanto eu corria até o quarto 234, quando cheguei, James estava conversando com o médico no corredor.

  —o que está acontecendo aqui? -gritei, dando um passo à frente. —qual é o lance? -a raiva me tomou por inteiro quando vi Noah olhar para mim. —você é o médico dele?

  —sou e...

  —não. Eu quero outro médico.

  —o quê? Sinto muito, eu sou o único de plantão aqui e...

  —eu não estou nem aí. Ligue para outro médico. -ordenei. A última coisa que eu queria era aquele babaca cuidando do meu pai.

  —olha só, Joshua, eu sei que nós tivemos nossos problemas, mas eu quero que você saiba que meus pacientes são minha prioridade. -declarou ele. —meus problemas pessoais não vão afetar o tratamento do seu pai.

  —eu não acredito em você. Eu quero outro médico -declarei entredentes. Meu sangue estava pulsando as veias, e eu não tive a chance de me controlar desde a ligação de James.

  —Joshua -interrompeu-me James. —só ouça o que ele tem a dizer. Ele estava me dando informações sobre a condição de Ron.

  Fiz uma careta e não disse mais nada. Cruzei os braços e olhei nos olhos de Noah. Eu não confiava naquele babaca, mas, naquele momento, eu não tinha escolha.

  —seu pai está em coma alcoólico. Seu tio o encontrou desmaiado com vômito na boca e logo chamou a ambulância. Ele ainda não acordou, mas estamos trabalhando para estabiliza-lo. Estamos monitorando as vias respiratórias e mantendo a circulação e a respiração. Agora, é basicamente uma questão de esperar até ele acordar.

  —isso é tudo? -perguntei. —tudo que você pode fazer é esperar? Você está de sacanagem comigo.

  Noah franziu a testa, e senti vontade de dar um soco na cara dele.

  —eu gostaria de ter mais informações, mas isso é tudo que temos.

  Eu queria xingá-lo, mas não fiz isso. Entrei no quarto de hospital do meu pai e ouvi ligado a todas aquelas máquinas, e jurei que meu coração morreu de novo.

  —Merda -praguejei, soltando ar e puxando uma cadeira para o lado da cama dele. Baixei a cabeça e funguei.

  Ele estava péssimo. Tão magro e fraco, e parecia que aquelas máquinas é que o estavam mantendo vivo.

  —eu não acredito que você fez isso -falei pegando a mão dele. —olha só, eu não tenho tempo para isso, então será que você pode acordar agora? Está bem? -cutuquei seu braço. —acorde, por favor!

  —Joshua... -a voz de James era baixa e eu o ignorei.

  —acorde logo seu merda -pedi para meu pai, o homem que um dia tinha sido meu herói.

  Meu peito queimava enquanto eu engasgava com minhas palavras e as lágrimas escorriam dos meus olhos. Minha cabeça se apoiou nas nossas mãos unidas e eu comecei a me descontrolar.

  —por favor, pai. -pedi com um sussurro. —acorde, por favor.

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora