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          Joshua Kylle Beauchamp📍

  Ele tinha perdido a porra da cabeça.

  Cheguei a oficina, onde James estava se esforçando para conter a bebedeira do meu pai. Olhei em volta e vi vidro espalhado por todos os lados. Quando meus olhos posaram no carro de Any, fiz uma careta. Todos os vidros estavam estressados e o capô tinha marcas, provavelmente causadas pelo taco que James tentava arrancar das mãos de meu pai.

  —Caralho -resmunguei, correndo em direção a eles. —pai, o que você está fazendo? -gritei.

  —eu disse para você tirar esta merda de carro da porra da minha oficina! -berrou ele, arrastando as palavras.

  Segurei o taco e o arranquei da mão dele e joguei para o lado. Nem tentei conversar com ele porque vi que não havia nenhum brilho de lucidez em seus olhos. Ele estava a segundos de desmaiar. Na manhã seguinte, já não ia se lembrar de nada.

  Havia muitos problemas com o que ele tinha feito com carro de Any, mas a principal questão é que sua embriaguez tinha afetado mais do que apenas o carro dela. Ele tinha quebrado uma porção de coisas na oficina. Cada vez que eu respirava, ficava mais puto, enquanto segurava o meu pai e o obrigava a ir embora. Eu o levei para casa eu joguei em seu quarto, enquanto ele resmungava o tempo todo sobre os Soares e sobre como os odiava. Também reclamou de mim, sobre como eu sempre fui um problema na vida dele e, então, desmaiou.

  Finalmente.

  Quando voltei para a oficina, suspirei enquanto olhava a minha volta com as mãos na cabeça. James já estava varrendo o vidro estilhaçado.

  —foi mal ter ligado para você, cara. Ele se descontrolou totalmente. Eu estava trabalhando no carro da Any e ele chegou e teve um ataque.

  —é bem a cara dele. -respondi com sarcasmo. —não precisa limpar. Pode deixar comigo.

  —não. Não é nada demais.

  —é, sim. -gemi, olhando em volta. —vamos gastar uma grana preta para consertar tudo. É claro que ele nem vai ficar sabendo do prejuízo que causou.

  —ele precisa de ajuda, cara. Tipo, ajuda de verdade, ou um dia ele vai acabar... -a voz de James morreu na garganta, mas eu sabia aonde ele queria chegar.

  ....morto.

  Meu maior medo era receber aquela ligação, alguém dando a notícia de que meu pai estava morto e, a cada dia que passava, aquele medo parecia mais justificado.

  Ajudei James a arrumar a oficina da melhor maneira que consegui, mas disse que ia considerar o dia encerrado e que a gente recomeçaria no dia seguinte. Ele saiu e fui até a varanda da casa do meu pai. Eu me sentei no degrau de cima, ouvindo atentamente para ver se ele não estava fazendo muita confusão lá dentro. Fiquei ali por alguns minutos, horas, e a única vez que mexi foi para ir ao quarto ver se ele ainda estava respirando. Então, voltei para o meu lugar na escada onde eu provavelmente acabaria passando a noite. Eu não conseguiria voltar para minha casa por medo do que viria ao acordar de manhã.

  —Josh? -chamou uma voz baixa, me fazendo desviar a atenção das minhas mãos, para as quais eu estava olhando nos últimos minutos. Any estava parado ali, com um sorriso suave no rosto.

  —o que você está fazendo aqui?

  —eu queria ver com você estava... Sei que você disse para eu não vir, mas esperei um tempo e quis me certificar de que estava tudo bem.

Shame -BEAUANY (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora