JOSHUA KYLLE BEAUCHAMP 🍷
Ele não acordava, e cada dia que passava a possibilidade de ele acordar era menor. Domingo de manhã, eu estava cansado de ficar olhando para o meu pai na cama do hospital, mas não sabia ao certo o que eu poderia fazer. Não podia sair por longos períodos porque sentia que ele poderia morrer sozinho porque eu não estaria com ele quando isso acontecesse.
Sei que parece besteira, mas, quando perdi minha mãe, ela estava sozinha. Ela morreu sozinha, sem ninguém, e eu não conseguia imaginar aquilo acontecendo com meu pai.
Eu nunca me perdoaria se não estivesse ao lado dele quando ele acordasse ou partisse para sempre.—logo chegará a hora em que teremos de tomar algumas decisões importantes -informou Noah no quarto de hospital enquanto Any estava em um canto. Sempre que ele chegava, ela soltava minha mão, só para facilitar as coisas para todo mundo.
Noah começou a falar sobre as opções e, então, mencionou que meu pai talvez nunca saísse do coma. Assim, os próximos passos precisavam ser considerados.
—você quer dizer, desligar os aparelhos? -perguntei.
—estou dizendo que temos que fazer a melhor escolha para a vida dele. Vou dar a você algum tempo para pensar em tudo.
Eu assenti e, antes de ir embora, ele olhou mais uma vez para Any.
—ele ainda ama você -sussurrei, baixando a cabeça e olhando para as minhas mãos. Eu não sabia porque aquilo me incomodava, mas incomodava. Eu não conhecia Any há tanto tempo assim, e nós deixamos bem claro o que um significava para o outro. Mesmo assim, ver como ele olhava para ela me magoava.
Uma parte de mim se perguntar a você, com o passar do tempo, ela voltaria a olhar para ele do mesmo jeito.
—ele ama a ideia de mim -declarou ela. —mas, para dizer a verdade, ele nem me conhece mais. Além disso, acho que é mais um lance de "querer o que não pode ter". Ele só me quer porque acha que você me tem.
Eu me virei para ela e dei um sorriso triste. Eu queria falar tudo que estava passando pela minha cabeça. Queria abrir meu coração e dizer a ela o que eu estava sentindo, mas segurei a língua.
Mais tarde naquela noite, ela voltaria para Atlanta para seguir seu futuro, e eu ainda estar em Chester, preso ao meu passado.
Se houver uma maneira, porém, eu gostaria que ela pudesse ser minha porque tantas partes de mim queriam ser dela.
—eu estava pensando -começou ela, voltando para o sofá. Ela se sentou e cobriu as minhas mãos com as dela. —às vezes, minha família recebe uma pessoa que está passando por dificuldades e nós rezamos e oferecemos um jantar para ajudá-la a superar os tempos difíceis. Achei que você talvez pudesse ser nosso convidado essa noite, antes de eu voltar para Atlanta.
Arqueei uma das sobrancelhas.
—achei que você tivesse parado de rezar.Ela deu de ombros.
—parei mas comecei a rezar de novo.—por mim? -perguntei.
Ela concordou com a cabeça.
—por você.Eu não rezava, não acreditava em Deus, mas, por algum motivo, aquilo significou tudo para mim, mais do que ela poderia saber.
—sua família me odeia.
—só a minha mãe, e não se preocupe, porque ela talvez me odeio mais o que odeia você -brincou ela.
—Claro que não.
—como você sabe?
—porque ninguém consegue odiar você, Any. Pode acreditar. -acariciei a Palma das mãos dela com os polegares. —eu tentei.
—eu não vi nem falei com a minha mãe desde a última briga que tivemos, então talvez seja um pouco estranho vê-la, mas, quando ela vir quem você é, quem você é de verdade, ela vai entender o que eu vejo.
—mesmo que ela não consiga, não tem problema. Você deve fazer as pazes com ela, independentemente de qualquer desentendimento ou drama -declarei, olhando para o meu pai. —por que, no fim das contas, esses desentendimentos não importam. O que importa mas é a família, mesmo que ela seja um pouco confusa.
Ela engoliu em seco.
—você está me encorajando a fazer as pazes com a minha mãe?—você nunca vai se perdoar se não fizer isso.
—você não está errado... Então, você vem? Seria bom espairecer um pouco. Só por um tempinho. -ela era boa nisso em me fazer respirar quando eu me esquecia como. —aceite, por favor. -implorou ela.
Então, eu aceitei.
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Shame -BEAUANY (Adaptação)
RomanceTodo dia eu rezava para que o marido voltasse a me amar. Depois de 6 anos juntos, ele me abandonou e foi para os braços de outra. Eu não sabia como lidar com isso. Não conhecia meu próprio valor. Não me imaginava vivendo sem ele ao meu lado. Tudo o...