SIMPLESMENTE ACONTECE - VALU

Capítulo 11 - Número Desconhecido

POV VALENTINA:

Ver Luiza saindo correndo daquele jeito me deixou aflita, ela estava nitidamente abalada e eu não fazia ideia o que poderia ser, ela estava bem e feliz a dois minutos atrás.

Eu até tentava ligar pra ela, mas ela não me atendia. Eu sabia que não podia ficar sem fazer nada, então decido ir atrás dela.

No caminho pra casa dela a Duda me liga perguntando se eu estava com a Luiza e se tinha acontecido algo, porque ela ligou pra ela chorando falando que queria ir embora.

~ Chamada On

"Tem certeza que não aconteceu nada?" - A morena me pergunta do outro lado da linha.

"Sim Duda, estávamos bem...passamos a manhã no parque com as crianças, ela saiu com o Léo pra ir buscar um picolé e logo voltou toda esquisita" - Buzino forte pro carro que entra na minha frente do nada me fazendo frear. - PRESTA ATENÇÃO CARAMBA!!! - Grito pela janela. - Desculpa Duda, pode continuar. 

"Ela me ligou chorando, dizendo pra eu comprar as passagens que ela vai embora, eu não sei o que aconteceu ela não quis me falar por telefone. Eu preciso que você vai pra lá Valen, eu tô em um compromisso que fica a 3 horas da casa dela, por mais que eu saia agora não consigo chegar logo." - Ela dizia nervosa.

"Passagens? Ela ficou maluca? Bom, eu já tô no caminho o GPS está dando 13 minutos."

"Eu não sei, alguma coisa aconteceu pra ela agir assim, mas enfim...quando chegar lá diz na portaria que você se chama Eduarda!"

"Que? Por que?"

"Porque eu conheço a peça, ela pode não te liberar pra subir...Luiza adora se isolar quando algo acontece."

"Está bem..."

"Por favor, não deixa ela fazer nenhuma besteira até eu chegar e entender o que tá acontecendo."

"Deixa comigo!" - Desligamos.

- Mamãe, vamos pra casa do Léo? - Helena surge em pé no meio do banco.

- Helena o que a senhorita está fazendo fora da cadeirinha? senta e prende o cinto filha.

- É que você parou o carro do nada, aí eu derrubei água na cadeirinha e molhou tudo, eu quero trocar de roupa.

- Meu amor, não tem como trocar de roupa agora...senta e põe o cinto por favor.

- Mas mamãe, eu preciso trocar de roupa! - Ela diz angustiada e eu respiro fundo.

Helena tinha disfunção sensorial, estamos tratando desde seus dois anos de idade, então eu sabia que ficar com a roupa molhada era algo torturador pra ela por conta dessas questões, assim como usar meias, sapatos apertados, calças e blusas cumpridas, pisar descalça na grama e até mesmo os equipamentos de proteção do skate lhe incomodavam e isso acaba estando presente no dia a dia dela e é justamente por isso que ela odeia tanto pentear o cabelo, tudo é como se fossem espinhos no corpinho dela. Hoje em dia está bem mais controlado, mas ainda é algo ruim pra ela.

Infelizmente eu não estava com nenhuma troca de roupa no carro, e eu não podia simplesmente ignorar que ela estava incomodada, então acabo tendo que mudar a rota e passar em casa antes de ir pra Luiza.

POV LUIZA:

Chego em casa sem nem saber o que fazer, minha cabeça estava a mil e eu só precisava ficar um pouco sozinha.