Quando duas almas sem pretensão alguma estão destinadas a se encontrar, nada e nem ninguém pode mudar o que simplesmente acontece.
Duas mulheres de vidas e lugares diferentes. Uma que mora na Europa e outra no Brasil são destinadas a ficarem juntas...
Eu e a Luiza finalmente estávamos vivendo nossa vidinha, saímos um pouco da bolha e agora íamos para parques com as crianças, em restaurantes, e todos os dias buscavamos a Lelê juntas na escola, Léo voltou a fazer as atividades no clube e Luiza ainda tinha bastante receio, sempre ficava olhando em tudo quando estavamos em lugares públicos pra ver se não estavamos sendo observadas principalmente por ele.
Ela tava focando no planejamento pra abrir a nova marca e eu também retomei os ensaios e estava indo com frequência ao estúdio e voltei com as minhas aulas de ballet as Quintas, ela não tocou mais no assunto da Europa e eu também não, minha mãe sempre vinha em casa jantar com a gente e eu acho que finalmente estava vivendo uma das melhores fases da minha vida.
Nesse final de semana combinamos de ir na casa de Campo dos meus pais, e estava sendo uma delícia, pela primeira vez visitar o passado não me machucou e eu sempre tive lembranças maravilhosas desse lugar.
Andamos a cavalo, íamos toda tarde na horta colher verduras frescas e o que mais fazíamos era sentar os cinco pra ver o Por do Sol. A casa era grande e muito bem cuidada e tudo ao redor dela também, o caseiro continuava sendo o Zé e foi engraço reencontrá-lo depois de todo esse tempo, ele de fato se assustou com o meu "tamanho" e que agora eu tinha filhos.
Aquele lugar era um dos poucos onde antigamente eu de fato sentia paz, meu pai me ensinou a usar ele como refúgio, minha mãe não tinha muito o costume de vir aqui conosco, então de fato era um lugar só meu e do meu pai.
Minha mãe pediu para o Zé colocar dois balanços, um pra Lelê e outro pro Léo, assim não sairia briga e tinha ficado a coisa mais linda, se eu não amasse tanto a agitação da cidade eu com certeza moraria aqui.
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Luiza estava apaixonada com o lugar, tinha grama e verde por toda parte, as cores lá eram mais vivas, a brisa mais fresca e o sol mais aconchegante, as noites eram frias o que era o suficiente para sentarmos na frente da lareira com uma caneca de chocolate quente, ali as crianças eram livres, assim como nós duas.
Os pequenos estavam tão felizes, todas as manhãs eles acordavam cedo e saiam com o Zé pra cuidar dos bichinhos, Lelê tinha um pouco de medo de pegar os pintinhos na mão e o Léo saia correndo atrás dela com um, definitivamente irmãos.
Inclusive a pequena fez amizade com uma menininha linda, era a Paulinha filha do Zé e ela tinha a mesma idade que a Helena, ela ficou encantada na amiga e todos os dias ela chamava a Paulinha pra ficar com a gente em casa, o que causou um certo ciúmes no pequeno.
Luiza tinha ido com a minha mãe até o centro da cidade comprar algumas coisinhas que estavamos precisando, e eu fiquei em casa com os três, enquanto eles brincavam resolvo fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, que era o favorito de todos ali, assim que coloco ele no forno vou ver o que os pequenos aprontavam já que estava um silêncio.
