POV VALENTINA:
Sinto meu corpo ser preso por algo, assim que abro meus olhos vejo os braços da Luiza me envolverem, tento entender o que eu estava fazendo na cama dela, não faço ideia de como vim parar aqui, a última coisa que lembro foi sair sem rumo da casa da minha mãe e deixar a Helena lá.
Me sento na cama e minha cabeça estava pesada, ela doía e eu fecho meus olhos respirando fundo, eu vestia um pijama da Luiza e me viro observando ela dormir.
- O que foi que aconteceu? - Suspiro tentando me lembrar.
~ FLASHBACK ON
*Noite Anterior
Saio com a Helena da casa da Sofia com a mesma aos prantos porque queria dormir aqui, essa é a terceira casa que ela tenta se enfiar só hoje e to começando a achar que essa está sendo uma fuga da Helena, pra não precisar dormir mais uma noite em casa sem a Luiza.
Prendo ela na cadeirinha e fecho a porta caminhando até o lado do motorista, me sento virando pra trás, Helena chorava sentido, suas lágrimas rolavam e ela soluçava.
- Filha, amanhã a titia sai cedo pra trabalhar, não da pra você dormir aqui hoje.
- Então a gente pode ir visitar a vovó? - Ela me olhava com os olhinhos cheios e biquinho caído.
- Está tarde Helena, precisamos ir pra casa.
- Mas vai ser rapidinho mamãe! - Ela junta as mãozinhas.
- Está bem, vai ser só uma visita, não vamos demorar combinado? Só vamos ficar um pouco. - Olho bem pra ela que concorda com a cabeça.
Ligo pra minha mãe pra avisar que eu ia dar uma passada lá pra Helena ver ela, pelo seu tom de voz percebi uma certa surpresa, ela ficou toda animada, perguntou se já tinhamos jantado e eu digo que sim, Helena ficou conversando com ela uma boa parte do caminho, e eu fiquei focada no trânsito, assim que elas desligam, não demora muito pra chegarmos.
Assim que passo pela portaria sinto meu corpo todo se arrepiar e uma sensação um tanto quanto esquisita, mas logo afasto meus pensamentos, estaciono o carro em frente aquela casa, a mesma casa que eu morei durante a maior parte da minha vida, a mesma casa qual eu sofri muitas coisas, mas a mesma casa que eu também fui muito feliz graças ao meu pai.
- VOVÓ!!! - Helena grita feliz de dentro do carro quando vê minha mãe aparecer na entrada. - Abre a porta mamãe. - Ela diz já se desprendendo da cadeirinha.
- Calma filha. - Rio fraco, solto meu sinto e saio do carro abrindo a porta.
Helena sai de dentro do carro como um foguete e corre em direção minha mãe, que a pega no colo, respiro fundo encarando a cena e dou um fraco sorriso, travo o carro e caminho em direção a elas.
- Boa noite. - Ela diz me dando um sorriso fraco e noto sua respiração pesada assim como a minha.
- Boa noite... - Ela coloca Lelê no chão.
- Ué, é só isso? - Helena nos encara.
- Como assim filha? - Pergunto tentando entender.
- Vocês não vão se abraçar? - Ela coloca a mão na cintura.
Nesse momento eu e minha mãe nos encaramos por uns segundos, até que ela abre os braços dando um sorriso e eu vou a esse encontro, nossos corpos se chocam e ela me abraça forte, e eu retribuo na mesma intensidade.
Nesse momento eu só pensava em dar um passo de cada vez, eu não vou mentir e dizer que eu não gosto de ter minha mãe por perto, mas as barreiras vão começar a serem quebradas agora, acho normal a gente agir um pouco como robozinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SIMPLESMENTE ACONTECE - VALU
RomanceQuando duas almas sem pretensão alguma estão destinadas a se encontrar, nada e nem ninguém pode mudar o que simplesmente acontece. Duas mulheres de vidas e lugares diferentes. Uma que mora na Europa e outra no Brasil são destinadas a ficarem juntas...