Más Escolhas.

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Eddie Munson.

Eu sabia que estava cometendo a porra de um erro. Eu soube exatamente no momento em que ela disse que iria ao banheiro enquanto eu deveria decidir se a levaria para casa ou não. Eu sabia que aquilo era estupidez.

— Se você não fizer isso, vai se arrepender pelo resto da sua vida! — eu escutei Jeff chiar, me fazendo desviar de seu pano de pratos, que ele tentava me acertar.

— Eu não vou fazer isso, mano... — eu resmunguei, observando por onde ela caminhava, a forma como suas longas pernas torneadas e de ginasta se moviam até o banheiro. A forma como aquela bunda se movia ao caminhar, compactada naquele vestido justo. E eu sabia que eu seria um idiota se eu perdesse aquela oportunidade.

Chrissy Cunningham havia saído de casa com a intenção de foder. Se não fosse com um cara, seria com a mente dele. Ou melhor, com a minha...

Eu suspirei.

— Ela com certeza vai fazer, se não for com você, será com outro.

— E amanhã de manhã eu terei que explicar ao meu filho o motivo de sua professora estar pelada no meu quarto, algemada. — eu zombei.

— Aposto que ela se amarraria — ele disse, fazendo o estúpido trocadilho. Eu revirei os olhos, me servindo de um pouco mais de uísque e tomando em uma golada única.

— Não descobriremos esta noite, meu caro — eu disse, me levantando e deixando o copo sobre a bancada. Apanhando minha carteira de cigarros no bolso e puxando um retalho, em direção à boca e saindo do bar.

Eu não a queria me provocando novamente... Eu não queria ter que pensar nela nua, debaixo de mim. Não quando mais cedo meu filho falava da mãe e sobre como não se importaria em tê-la em nossa vida. Isso foderia com tudo o que eu já tinha feito até aqui. Eu entendia isso!

Mas lá estava eu, sentindo um frio ridículo em minha barriga, como se eu ansiasse por aquilo, como um estúpido adolescente que eu não era há muitos anos. Eu tinha sido louco para ter uma mínima chance com ela no passado. Não deveria estar revivendo essas coisas...

Mas ela trazia aquele cheiro nos cabelos quando me aproximei dela mais cedo, a forma como eu observei toda sua pele reagir à minha voz. A forma como ela reagiu quando usei termos como usei mais cedo. Palavras como foder e menções à pênis não era algo que eu diria na frente de uma garota como Chrissy... Não quando eu precisava respeitá-la ainda mais, como professora do meu filho.

Meu filho... Até o Jimmy tinha a porra de uma queda por ela! Que tipo de mulher era aquela? Dentes tortos, olhos esbugalhados, como se sempre estivesse com medo, lábios grossos repletos de uma pequena pele morta, de quem nem ao menos tinha mais o costume de usar batom ou aquelas coisas que outras mulheres tinham necessidade de usar. Nem gloss... Antes ela usava tanto gloss... Hoje em dia, quando não estava pronta para manchar a roupa de batom de outra pessoa, estava arrancando a porra daquelas pelinhas do lábio com os dentes tortos, observando as coisas ao redor.

E eu queria beijá-la.

Perceber isso era como um inferno para mim... Pois eu não sabia como fazer aquilo. Não me leve a mal... Eu sei todos os fundamentos básicos de beijar uma garota. Eu era um beijoqueiro, mas eu não sabia como agir quanto àquilo. Quanto à Chrissy.

Eu traguei meu cigarro, chutando uma pedrinha em meu caminho, caminhando para mais perto do meu carro. Quando o pequeno Fusca amarelo preencheu minha visão. Seu carro, o YellowBrick, segundo Jimmy.

Então houve uma pequena e maligna voz em minha mente que dizia: basta não levá-la para a sua casa! Se Jimmy não souber será melhor para vocês dois. E puta que pariu... Eu sabia que aquela era a pior solução que eu poderia tomar na minha vida: esconder coisas do meu filho. Eu sabia que aquilo não daria certo. Mas eu era um adulto... Como adulto, eu só fazia merda. E Jimmy e eu sabíamos bem disso.

Um Amor Para ChrissyOnde histórias criam vida. Descubra agora