Um Bebê Muda Tudo.

53 7 8
                                    


A estadia de Eddie me trazia um alívio tão gigantesco no fim do dia, me fazendo acreditar que eu estava realmente bem em minha zona de conforto naquele momento. Mas no fim, eu sabia que tudo o que ele realmente queria era voltar para casa e para o filho.

Então, quando a quinta-feira chegou, toda a necessidade de resolver todas as pontas soltas também chegou. Ele estava ali por mim, eu sabia. E as coisas mudaram muito quando houve uma suspeita de gravidez. E, Deus me perdoe, mas tudo o que eu não conseguia conciliar naquele momento era uma gravidez.

Não que Eddie ser o pai da criança fosse um problema, mas aquele não era o momento para mim. Então, quando eu decidi fugir daquilo, a ideia por mais idiota que soasse para minha parte racional, parecia boa no início, agora, no entanto, só parecia estúpida. Eu estava evitando fazer um teste de gravidez que eu havia feito tantas e tantas vezes quando eu estava com Andrew.

Os olhos de Eddie me encontraram, enquanto nós estávamos reunidos na varanda, na parte de trás da casa de Liz, saboreando o café da manhã. Eddie só parecia saber exatamente o que se passava em minha mente. Seus olhos acusavam isso.

— Chrissy... — a voz de Liz soou, animada enquanto rabiscava alguma coisa em sua agenda. Tão ocupada com tudo o que vinha acontecendo em sua galeria. Eu levantei meus olhos em sua direção, buscando entender se ela dizia algo antes, algo que eu claramente não tinha escutado. — Como eu estava falando com Eddie... Eu sei que esse provavelmente é o último dia de vocês aqui antes de retornar para Indiana... Então, eu pensei em adiantar a exposição de Andrew na galeria. Só para amigos próximos inicialmente, depois posso expor para o restante do pessoal. O que você acha?

Eu tentei processar aquilo, da melhor forma que consegui. Mas não parecia cair muito bem em minha mente.

— Eu... Eu não sei. O que o próprio Andrew acha sobre isso? — indaguei, fingindo interesse.

— Existem alguns críticos que convidamos para a exposição, para que possam apreciar com mais calma, sabe? É um trabalho tão bonito que não parece realmente ruim dividir em duas partes. — ela comentou animada. — É tudo o que vocês fizeram nos últimos anos, é tudo o que o projeto que ele trabalha propõe.

— Deve ser realmente bom — Eddie comentou, ainda com seus olhos em mim. Eu sorri para eles, me sentindo estúpida de repente. — O que você acha de irmos, Chrissy?

Eddie Munson em uma exposição? Comigo? Isso parecia surreal para mim. Não era sobre astros de rock ou carros antigos, nem mesmo sobre temas de seu trabalho com mixologia. Não parecia seu estilo. E eu não queria que ele fizesse aquilo apenas para me agradar. Ele sabia disso.

— Seria maravilhoso — eu comentei, fazendo uma nota mental de conversar sobre aquilo com ele. Sua estadia não podia ser apenas sobre mim... Não ainda mais.

[...]

— É uma linda fotografia — Eddie comentou comigo, enquanto eu observava o rosto do garoto congolês que derramava uma lágrima no rosto, sob um sorriso cheio de leves dentes tortos. A imagem me aquecia não por trazer o momento perfeito do sorriso e a lágrima, mas o brilho do olhar daquele garoto. E eu senti falta daquilo. Eu senti falta de cada criança que eu conheci e eduquei ao longo dos doze anos em que eu estudei para isso.

De certa forma, ali estava minha resposta sobre a proposta de Liz: eu não podia ajuda-la na galeria quando não era realmente aquilo que eu amava fazer. Eu amava o sorriso de cada pequena criança, eu amava a forma como eles olhavam para mim após terem aprendido algo novo em nossas aulas. Sobre quando conheciam histórias novas, fossem mitológicas ou atuais, ou somente história.

Um Amor Para ChrissyOnde histórias criam vida. Descubra agora