Você Está Muito Longe De Casa.

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Olá, nenéns! Como estão??

Depois de quase uma semana, surjo com um cap curto, mas que encheu meu coração, não vou mentir. Espero que gostem. Ele está dividido em duas partes e estarei postando a outra na terça, ta?? Pois ele ficou muuuuuuuito longo e só consegui parar para dar uma breve revisada na primeira parte dele. 

Espero que gostem. 

ótimo domingo para vocês!! <3


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Eu senti que meus joelhos poderiam ceder a qualquer instante, assim como minha respiração irregular. Eu não estava pronta para vê-lo, não em um território tão estranho quanto aquele. Meu ex-noivo e minha melhor amiga assistindo toda a cena, enquanto eu me arrastava até onde Eddie Munson estava parado.

E então, o mundo voltou para mim e minha respiração tornou a fluir. Exatamente como um sorriso com pequenas covinhas cobertas pela barba agora grande do rapaz na minha frente foi esboçado em minha direção, contente por ter me pego de surpresa.

— Oh, meu Deus, Eddie... — eu murmurei, sorrindo de volta para ele. Surpresa. Fodidamente surpresa com sua visita. Eu caminhei até ele, sentindo que cada metro de distância parecia uma milha, até que eu o abracei, sentindo seus braços fortes e tatuados me tirarem do chão, apenas segurando minha cintura, me suspendendo do chão de carvalho branco.

Eddie me girou, surpreso por minha reação e me surpreendendo ainda mais quando seus lábios procuraram os meus, em um beijo rápido. De repente, não estava mais fugindo dele. Só parecia natural estarmos juntos. E meu maior receio veio quando percebi que eu estava tentando provar algo. Não para mim ou para ele. Mas para os outros ao meu redor. Principalmente à Andrew Baker que observava tudo.

E eu sabia que eu estava sendo uma tremenda escrota por fazer aquilo.

Eddie me colocou no chão, ainda surpreso, mas entregue à toda encenação. E eu soube que devia explicações a ele. Seus olhos me estudaram dos pés à cabeça, um pequeno sorriso torto por meu vestido. E de repente eu não me senti estúpida por tê-lo usado.

— O que faz aqui? — murmurei, tentando não soar uma vaca. Meus olhos percorrendo todo seu corpo, gravando aquele momento em minha mente, exatamente como eu sentia que devia fazer. Eddie usava uma camisa de mangas, azul marinho, com suas mangas comumente arregaçadas, deixando suas tatuagens à mostra, calças jeans marrom e suas habituais botas. Ele manteve sua barba, assim como o cabelo penteado para trás, mas que havia se desfeito com o ar do Arizona, eu sabia. E, diabos, ele era a coisa mais linda e familiar que eu via em semanas.

— Podemos conversar em outro lugar? — ele perguntou. Sua voz era dura, no entanto. Eu não escaparia daquilo.

— Claro... Vamos ao jardim — eu disse, caminhando para fora da casa. Contente por conseguir acender um cigarro enfim. Embora aquele não fosse o momento mais adequado. Começava a anoitecer lá fora, eu me arrastei até a área da piscina, me sentando nas espreguiçadeiras, observando Eddie se sentar também. Havia então um silêncio constrangedor. — Como me encontrou?

— Acho que consegue imaginar como, Cunningham... — ele disse, soando esgotado de repente. E eu não podia acreditar que minha mãe teria feito aquilo comigo...

— Laura sempre foi uma grande fofoqueira — eu comentei, tentando não soar chateada, mas era difícil. Eu não queria ser encontrada naquele momento, mesmo ela sabendo exatamente onde eu estava. — Por que não me ligou?

— Eu quis — ele disse, de forma chateada. — Na realidade, eu quis diversas vezes. Durante dias... Mas você simplesmente só tinha desaparecido do mapa, com a desculpa de que estava cuidando de uma amiga.

— Sinto muito — eu disse, mas nós dois sabíamos que eu não sentia.

— Você simplesmente desapareceu, do nada. Eu procurei você em seu apartamento, na casa dos seus pais... Mas não tive sucesso. — ele contou, observando meu rosto, com cuidado, estudando tudo o que encontrava ali. E eu odiava quando ele fazia isso. — Então eu tive que fazer a idiotice de atravessar o país para encontrar você.

Eu sorri, me sentindo idiota. Eu não podia negar que vê-lo do outro lado do país, apenas para me encontrar e puxar minha orelha me trazia uma sensação boa de ser bem quista, mas ainda assim, eu sabia que eu estava sendo estúpida.

— Eu precisava pensar melhor... — eu admiti, desviando meus olhos dele. Tinha um milhão de coisas passando por minha mente e por minha vida agora. Coisas que eu nem conseguia pensar direito no momento. Na realidade, eu nem queria pensar sobre. Mas com Eddie ali, tudo mudava. Parecia que um novo dia havia nascido para Chrissy Cunnigham, me obrigando a tomar uma atitude.

— Pensar sobre o quê, Chrissy? — ele então indagou, virando-se para mim, suas pernas para fora da espreguiçadeira, seus braços apoiados sobre os joelhos, sua expressão preocupada como o inferno. No fim, não era apenas eu quem estava em dualismo. Eddie também estava. Eu fechei meus olhos, evitando pensar demais, mas sua voz me puxou da minha tentativa de escapar. — Chrissy... Eu atravessei o país para encontrar você, não tente se desviar disso. Independentemente do que possa ter acontecido, podemos dar um jeito. Não somos mais adolescentes. Há muito tempo...

Ele estava certo. Eddie Munson sempre estava...

Eu suspirei.

— Você me disse que precisávamos manter uma relação casual... — eu comecei, sentindo que cada palavra que eu proferia me fazia parecer ainda mais estúpida. — E depois do nosso último encontro, eu não conseguia mais pensar em como uma relação casual. Eu não sentia mais isso, sabe?

Ele assentiu, me encorajando a continuar.

— E então eu percebi que eu não consigo ver você dessa forma, Eddie... Eu não consigo fingir que eu poderia ir para a cama com qualquer pessoa além de você. E então eu entrei em pânico... — eu senti as lágrimas escorrerem, enxugando-as o mais rápido que consegui. Eddie não se moveu, estava tão compenetrado em minha fala que não conseguiu mover um músculo além dos músculos faciais. E eu senti a necessidade de despejar tudo para ele. Tudo em seu colo. Eu sentia que eu precisava fazer isso... — E então, eu vim para cá. Liz me acolheu, me ofereceu um emprego na galeria dela... Tudo para me reerguer. Até que eu percebi que estava atrasada...

Eddie me observou, de forma dura. Não era acusatório, não era maldoso, como se eu estivesse fazendo a maior merda da minha vida. Mas era duro. E eu sabia que se ele me dissesse qualquer coisa, eu desmoronaria.

Mas ao contrário do que eu esperei, sua expressão apenas mudou completamente. Ele se levantou, se sentando ao meu lado na espreguiçadeira, apanhando minha mão livre, apertando-a suavemente.

— Você tem certeza sobre isso? — ele murmurou, calmo como o inferno. Paciente como um santo.

— Não... — admiti. — Eu não tive coragem de fazer um teste. Se eu fizer e estiver grávida...

— Vai parecer tudo real — ele completou, sabendo exatamente como eu me sentia. Eu assenti, sentindo a lágrima retornar a escorrer por meu rosto. — Você deveria ter me ligado no momento em que percebeu que estava atrasada, Chrissy... Eu teria vindo muito antes. Eu teria ido para o outro lado do mundo, por você.

— Eu não tenho certeza sobre estar... — eu balbuciei.

Eddie sorriu para mim, de forma carinhosa. Ele puxou a mão que segurava até os lábios, beijando meus dedos trêmulos, enxugando minhas lágrimas em seguida, com a outra mão.

— Não importa — ele disse. — Você não precisa passar por isso sozinha, nem com essas pessoas que parecem nem conhecer você mais. Independente da forma como nos sentimos sobre o outro, eu sempre vou estar lá por você. Jeff, Katy, até Simon... Ele quem me procurou e passou o endereço onde você estava.

Eu não consegui dizer uma coisa sequer. Minha garganta parecia ter se fechado para qualquer palavra. Eddie então me puxou para um abraço, me engolindo em seus longos braços tatuados, parecendo mais como asas do que qualquer outra coisa. E aquela foi a primeira vez em semanas que eu me senti acolhida de verdade. Acolhida exatamente por quem eu estive fugindo.

E então eu chorei, chorei o quanto suportei chorar, sem qualquer julgamento. 

Um Amor Para ChrissyOnde histórias criam vida. Descubra agora