MANUELLA AMORIM
Eu estava sentindo minha cabeça nas nuvens. A cada vez que eu atualizava minhas redes sociais, seja o Instagram, Tiktok, Twitter, eu ganhava mais e mais seguidores. E como a vida podia estar ruim, com esse engajamento e o Brasil nas oitavas de final, tem coisa melhor?
Tem, o hexa.
Juro que meu wallpaper é uma montagem do Neymar segurando essa taça, é sonho de criança, cara.
Fui saindo do estádio junto aos outros diversos torcedores em verde e amarelo, que pulavam e sambavam alegremente nas ruas de Doha.
Era impressionante como o brasileiro sabia marcar presença em um lugar, é muito fácil de reconhecer um de nós no meio da rua, a energia, o jeito de viver na alegria, é característico nosso, e sinceramente, é uma das coisas mais lindas do brasileiro.
Cheguei no hotel cansada, dias de jogos assim, eram totalmente exaustivos, era para eu ter comprado um relógio smart, para contar quantos pulos e passos eu dou nesses dias agitados.
Abri o notebook na tentativa de contactar meus pais, fazendo uma chamada de vídeo. Acho que vocês lembram de quando eu mandei a entrevista para eles. Até hoje, nenhum dos dois deu sinal de vida.
Ligo uma, duas, três e paro na sexta vez.
Eu não sei o que está acontecendo, de verdade. Já esperava isso do meu pai, mas minha mãe nunca foi de não pedir notícias para mim quando eu ia para longe de seu alcance.
Fechei o notebook, sentindo a cabeça latejar e as pernas fraquejarem, trabalho de torcedor brasileiro pode ser considerado muito exaustivo, mas, quem não ama, né?
Olho para a tela do celular observando o grupo das "Neymarzetes" começarem a escrever.
Lá vem bomba.
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GOLDEN GIRL || PABLO GAVI
Teen FictionMANUELLA AMORIM desembarca no Catar para ver seu país jogar a Copa do Mundo e investir na sua carreira de jornalista, mas acaba saindo de lá com algo a mais. OU QUANDO Gavi curte um tweet com a conta errada e não esperava que a repercussão do tweet...