MANUELLA AMORIM desembarca no Catar para ver seu país jogar a Copa do Mundo e investir na sua carreira de jornalista, mas acaba saindo de lá com algo a mais.
OU QUANDO Gavi curte um tweet com a conta errada e não esperava que a repercussão do tweet...
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MANUELLA AMORIM
Acordei tonta.
Luana e Kira me chacoalhavam, e falavam coisas que eu não conseguia raciocinar na hora.
—Que foi, porra, vocês tão malucas é?!—Eu indago.
—Tira essa bunda da cama, que temos afazeres.
—Que mané afazeres suas cabeçudas, meus afazeres é dormir—Me virei para cobrir meu rosto de novo mas sinto uma mão me puxar violentamente.
—Vai dormir porra nenhuma! Vem! Vamos sair, fique linda tá?!—Kira diz e sai para o banheiro enquanto eu lentamente me sento na cama.
Meus olhos estremecem ao ver meu celular tocar, com o nome do meu pai estampado na tela.
Atendi pensando ser minha mãe, já que bom, meu pai não me liga. Não tinha me resolvido ainda com a mesma depois de nossa última conversa.
—Alô?—Chamo.
—Manuella.—Estremeço ao ouvir a voz ardilosa do meu pai.
—Pai.—O cumprimento sentindo uma sensação amarga na boca ao chama-lo assim.
—Pai não, você não tem o direito de me chamar de pai, eu me recuso a ter uma filha que só me traz decepção. Todas as semanas seu nome está implantado em alguma discussão.
Suspirei controlando cada nervo do meu corpo.
—Quando você chegar no Brasil, seu castigo será enorme.
Não me despeço, só desligo a chamada sentindo meus olhos arderem.
—Manu? Vamo' mulher! Se arruma!—Luana chega em mim.
—Para onde a gente vai?—Pergunto franzindo a testa disfarçando o quanto provavelmente meu pai havia estragado meu dia.
—Surpresa!
Me arrumei junto das meninas. Eu estava tentando manter no ânimo, era nossos últimos dias no Catar, não queria pensar que quando eu estivesse no Brasil, provavelmente eu estaria fodida.
—Vocês podem me contar para onde nós vamos?—Eu perguntei pela terceira vez no dia, e pela terceira vez as meninas negaram.
Mas que porra.
Kira falou para o motorista do carro discretamente o endereço, para que eu não escutasse.
Se fosse nas ruas do Rio de Janeiro, não teria segredo de onde iríamos, conheço cada canto dali, mas estávamos na puta que pariu do outro lado do mundo. Ou seja, eu não iria saber mesmo para onde estávamos indo.
