33| The talk.

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MANUELLA AMORIMBarcelona, Espanha

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MANUELLA AMORIM
Barcelona, Espanha

As vezes a vida nos prova ser injusta.

Três dias atrás, recebi uma ligação de um número desconhecido de fora. Atendi descobrindo ser meu pai, tendo um choque imenso misturado com um desespero.

Não consegui me despedir de Hannah, nem ver Gavi, apenas corri para o carro indo direto para meu apartamento.

Na ligação, meu pai dizia que estava com saudades e queria uma visita. Obviamente em seu tom de escárnio e ironia.

Ele não estava blefando. Cheguei no meu apartamento vendo ele em seu terno sentado em meu sofá com uma taça que ele havia pegado da cozinha cheia de vinho.

Não nos entendemos. Nem nada do tipo, esse tempo está um inferno.

"Ah mas é só expulsar ele" Quem me dera. O status dele ao redor do planeta excede meus direitos de maior idade.

Hoje, acordei de manhã para ir trabalhar, como se nada tivesse acontecido, meu pai não estava mais no meu apartamento, nem suas malas. Suspirei aliviada sabendo que ele só veio me ameaçar.

Não foi nada amigável, ele arrombou a porta do meu apartamento. E nossa conversa foi a base de gritos e taças quebradas. Relação entre família como me dizem.

Chego no trabalho no CT, com a maior cara de Kátia. Não queria que me vissem pra baixo, nem o quanto a visita do embuste tinha me afetado.

—Manu.—A voz de Pedri se faz presente no ambiente me fazendo virar para o encarar, seu rosto aparentava preocupação.

E ele está certo, sei que tô me fazendo de desentendida, mas não é comum sumir assim por três dias, do nada. E sem contar a visita de Gavi no meu apartamento, com certeza ele mencionou para Pedri sobre.

—Oi Pedri!—O cumprimento tentando ser o mais normal e simpática possível.

É só manter a face, só manter a face, só manter a face.

—Me desculpa, mesmo você não me dando muitos esclarecimentos do que aconteceu com você nos dois anos passados, eu tive que conversar com Gavi.—Meus olhos se arregalam ao ouvir ele mencionar isso.

A nossa conversa sozinhos no restaurante.

Eu não tinha explicado detalhadamente para Pedri o que tinha acontecido, mas ele deve ter deduzido algo com meu pai, considerando que Gavi viu o que viu no meu apartamento.

—Pedri...Eu—Penso no que falar mas não tenho palavras, minha feição cai e eu sinto uma vontade imensa de chorar.—Desculpa.—É só o que eu consigo falar, estava sentindo uma culpa em mim.

Culpa de ter ido embora, culpa de ter sumido, culpa de ter os preocupado.

Pedri chega até perto de mim me dando um abraço cheio de afeto. Retribuo enquanto limpo duas lágrimas que caíram sem minha permissão.

GOLDEN GIRL || PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora