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Anestesiado e com o coração pesado. É assim que me sinto desde o momento em que desci do carro e o vi partir e continuo assim, conforme caminho até o portão de casa e o abro, indo até a entrada.
Durante esse pequeno percurso, minha mente permanece um caos.
Posso ser lento para me dar conta das coisas, mas sei dizer quando essa pessoa está em seu limite. Principalmente quando essa pessoa é Julie, porque, a conheço bem demais. Mais até do que ela mesma. Isso significa que sei que fala sério quando diz estar cansada das incertezas que envolvem nossa relação.
Ela está cansada de mim. Do seu amor por mim. –Concluo em pensamento.
Esse tipo de conclusão, de novo, não me traz o sentimento de alivio que pensei que sentiria.
Na verdade, desde a carta, o único sentimento que me envolve quando o assunto é essa finalização de contrato é vazio. E no fundo, sei que isso não tem nada a ver com senso de responsabilidade ou orgulho, porque se fosse apenas por isso, ficaria satisfeito em encerrar o acordo.
Mas, acontece ao contrário. Agora que a possibilidade de que o contrato seja finalizado me é novamente apresentada, o vazio volta. O mesmo vazio que senti no dia da carta. E com mais força. Isso me faz finalmente reassumir para mim mesmo que meu sentimento não tem nada a ver com o acordo ou com meu senso de responsabilidade e sim, com o fato de que, se meu contrato com Julie acabar, ela sairá novamente da minha vida. E dessa vez, para sempre.
E pior, ainda desistirá do seu amor por mim.
Com isso, as perguntas que surgem em minha mente são: Eu quero uma vida sem Julie? Consigo imaginar uma vida sem ela? Sem sua entrega, amor e carinho por mim? Mais do que isso, eu quero mesmo continuar vivendo com essa mistura de medo, receio e vontade de tentar.
Eu finalmente respondo a mim mesmo todas essas perguntas e a resposta para todas ela é: ''não.'' Eu não quero.
Isso porque, assim como Julie, também estou cansado da minha própria confusão sentimental... De viver com medo e receio, mas, ao mesmo tempo, batalhando com a vontade de mergulhar na nossa história inacabada.
Então, por fim tomo uma decisão e decido que dessa vez, não vou voltar atrás nela.
_ Mãe, precisamos conversar. –Falo engolindo em seco assim que entro em casa.
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_ O quê? Como assim, você e Julie acabaram de se casar? –Essa é a primeira pergunta que minha mãe me faz quando finalmente reage quando conto que eu e Julie nos casamos.
E eu não sei se fico grato por ela finalmente dizer algo depois de tanto tempo estando estática ou se me preocupo com sua reação.
_ Mãe, calma. –Peço em um suspiro, enquanto me sento ao seu lado no sofá. _ Me deixe explicar. Você se lembra quando te comentei que Julie será operada? –Ela assente, mas ainda parece confusa. _ Então? A cirurgia foi finalmente marcada.
_ Oh, meu Deus! Pobre, Julie.
_ Pois, é, mãe. E pior, Julie continua achando que eu não dei uma chance a ela antes por conta de sua deficiência. Mais do que isso, eu ouvi isso da sua boca. –Isso não é mentira. Ela mesma me disse isso no dia da descoberta do contrato. Além disso, realmente escutei isso hoje.
_Oh, meu filho! Eu sinto muito. Como se sente sabendo disso?
_ Eu não sei, mãe. Eu realmente, não sei. - Respondo em um suspiro. _ Mas o que sei é que Julie estava apavorada e insegura com a possibilidade de que seus medos se tornassem fatos. Isso é, que eu não suporte sua realidade, principalmente no cenário de uma cirurgia. Então, para provar a ela que eu estou realmente comprometido com ela e com nossa tentativa de ter um relacionamento, nós nos casamos hoje no civil.
Minha mãe fica em silêncio, parecendo meditar na minha explicação e de repente, me sinto mal por mentir para ela.
_ Meu filho, eu entendo que você quis dar garantias a Julie de não vai abandoná-lo ou desistir do recente relacionamento com ela e fico muito orgulhosa de sua postura madura e responsável. Mas casamento? Isso é um passo sério.
_ Mãe, eu já iria me casar de qualquer forma. –Falo tenso.
_ Sim, mas como te alertei no namoro e como você e Julie sabem, a realidade e a condição dela requerem certo cuidado. Vocês têm certeza que estão prontos para isso?
_ Você também pensa como Julie, não é? Acha que não vou dar conta de suportar a realidade dela e cuidar das suas necessidades, não é? - Pergunto de certa forma magoado.
_Eu não disse isso, querido. –Fala rapidamente na tentativa de se desculpar.
Mas não adianta. Já estou chateado.
_ Mas pensou. –Falo. Ela tenta dizer algo, mas não deixo. _ E quer saber, mãe? Por muito tempo você, Julie e até mesmo Juan podem ter tido razão sobre mim. Talvez, eu tenha sido mesmo um covarde por nunca ter dado uma chance ao amor de Julie antes, mesmo agora, admitindo para mim mesmo que sempre quis isso. Mas seguindo seu próprio conselho, não vou continuar vivendo no ''E se? '' com Julie e principalmente não vou decepcioná-la como já fiz tantas outras vezes, a abandonando quando mais precisa de mim. Então, você, minha tia e minha avó são bem vindas se quiserem me apoiar, mas não quiserem tudo bem. –Termino meu desabafo e me levanto em um rompante.
_ Espere, meu filho! Aonde vai? –Pergunta parecendo arrependida de tudo que disse.
_ Me arrumar. Vou falar com a família de Julie.
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Durante o curto caminho a pé até a casa de Julie, eu repasso os acontecimentos entre mim e Julie
Apesar de, tudo entre eu e ela ter começado com um contrato e ter sido ele a me forçar a encarar a realidade dela, eu não pretendo voltar atrás na minha decisão de finalmente dar uma chance ao amor dela.
E, não. Dessa vez, não vou permitir que o medo do desconhecido de sua condição me trave novamente. Vou mergulhar e me entregar de verdade, sem receios... Se nosso casamento não der certo, não será por falta de tentativa, porque, me dei conta de que não quero uma vida sem ela e seu amor. Quero experimentá-lo e me deixar envolver por ele.
Mas sei que tenho que mostrar essa disposição com atitudes, porque, já a feri demais com minhas incertezas e não posso culpá-la por possivelmente não acreditar mais em mim.
Saio dos meus pensamentos com a chegada na casa de Julie. Aperto o interfone, me anuncio e o portão se abre automaticamente.
Como da primeira vez que havia vindo a sua casa, eu entro e caminho até a porta, que aberta por Marie.
_ Boa noite, Marie. O padrasto de Julie está? Gostaria de falar com ele.
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Spin Off De Contratado Para Amar. -Contrato De Amor.
RomanceE se Julie soubesse da existência do contrato de William e Fernando? Mas do que isso, e se a forma de pagamento do empréstimo de William, isso é o casamento entre ela e Will fosse orquestrada por ela e não por seu irmão? O que alguém é capaz de faze...