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Sim. Eu definitivamente havia me acostumado com a sensação de ter Julie deitada em meu peito e hoje, me sinto um idiota por ter sido tão ridiculamente resistente em dar uma oportunidade real ao nosso casamento. Sim, ela me induziu a assinar um contrato para que ele acontecesse, mas sei que suas intenções não foram mal intencionadas. Ao contrário, ela fez isso por me amar e ambos sabemos que se não tivesse feito isso, eu nunca teria tido a coragem de encarar sua realidade e nos dar uma chance verdadeira. Ao menos, não por livre e espontânea vontade.
Por isso, pensar na forma ríspida e fria que a tratei no começo disso tudo me deixa mal e de repente, sinto que devo a ela, um pedido de perdão.
_ Anjo. –Chamo suave e ela levanta os olhos para mim, apoiando o queixo em meu peito. _ Você me perdoa.
_ Pelo que, amor? –Pergunta suave e eu derreto.
_ Pela forma que te tratei quando nosso casamento começou.
Vejo surpresa passar por seus olhos quando termino a frase. Mas em seguida, vejo eles transbordarem de ternura.
_ Oh, meu anjo! Não precisa pedir perdão. De qualquer forma, eu não deveria ter te desafiado para que assinasse o contrato sem saber do que ele se tratava. Sendo assim, sou eu quem te devo um pedido de perdão.
_ Ei, não. Não quero que se sinta culpada. Hoje entendo as coisas claramente. Você fez isso por me amar e a verdade é que, se não tivesse feito não estaríamos aqui assim.
Ela instantaneamente se chateia. Droga! Eu não quero isso.
_ Pela minha deficiência?
Sua pergunta me trava.
Isso porque, não quero dizer a ela que, talvez, tenha mesmo sido por isso. Tenho que confessar que tinha receio de como seria a realidade de ter uma relação com alguém como ela.
_ Não importa mais o porquê. –Ela faz careta e sei que não gosta muito da resposta, mas não diz nada. _ O que precisa saber é que minha resistência se devia principalmente a nossas diferenças sociais. Principalmente, pela forma que ele começou. Quarenta mil reais não é pouco dinheiro anjo. Mas para você pareceu.
_ Porque era para você e para sua tranquilidade. Eu deixei claro na carta que te daria esse dinheiro sem que precisasse me devolver. Só não sugeri isso, porque, sei que você não aceitaria. Talvez, isso não tenha ficado claro, porque, errei em me aproveitar da situação para sugerir nosso casamento. Mas eu teria te dado esse dinheiro apenas porque eu te amo.
Suas palavras me atingem em cheio. Meu coração se aquece e chego a conclusão se ainda não a amo, estou muito perto de amá-la e não posso estar mais feliz com isso.
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Após a conversa com Julie, ainda continuo um pouco frustrado comigo mesmo quando penso que foi necessário que ela nos prendesse em um contrato de casamento para que eu experimentasse qual era a sensação ter um relacionamento com ela.
E tudo por quê? Medo do desconhecido por sua deficiência? Preocupação com a opinião dos outros? Com minha imagem? Não gosto e tenho vergonha de admitir isso, mas sei que pode ser um pouco de tudo isso.
Pensando nisso agora é tudo tão ridículo que quero bater em mim mesmo por ela ter que me fazer chegar a essa conclusão. Não só por essa conclusão, mas também, por pensar em quantas vezes senti falta de tê-la na minha vida e que por orgulho, não admiti a ela e nem a mim que sentia saudade.
Mas deixando esses pensamentos de lado no momento, estou preocupado com ela, porque, suas dores continuam e estão cada dia mais intensas. O assunto está me deixando tão preocupado que cheguei a conversar com Valentina e Mark e juntos decidimos que o melhor é marcar uma consulta de emergência com seu cirurgião ortopedista para entendermos o que há de errado com sua recuperação.
Aliás, essa consulta é hoje e é por ela que estamos atravessando os portões do Instituto.
Com isso, Edson estaciona e saio do carro. Então, enquanto ele abre o porta malas e tira a cadeira de rodas, dou a volta e abro a porta do lado de Julie, puxando suas pernas para fora do carro com cuidado e ajudando a girar o corpo, ficando de lado no banco.
Ele então coloca sua cadeira aberta e montada do nosso lado direito.
_ Vêm meu anjo. Agarra no meu pescoço.
Ela sorri e eu me inclino em sua direção. Ao mesmo tempo, ela enlaça meu pescoço com os braços e a suspendo, a mantendo colada e pendurada em mim, sem que seus pés alcancem o chão e ando com ela até a cadeira, me curvando com ela ainda grudada em mim e a sentando no assento.
Ajoelhado diante dela, em seguida, eu ajeito seus pedais e ela se acomoda melhor.
E assim, me levanto, tomo a direção da sua cadeira e entramos.
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Estamos voltando para casa após a consulta e Julie está frustrada.
Mas também, não é para menos.
Após esperamos um pouco até sermos chamados, o ortopedista mandou Julie para o setor de radiografias para fazer uma radiografia de emergência.
Mas depois da bendita radiografia, ao voltarmos para a sala do questionável doutor e ele vê-la, o mesmo garantiu que está tudo dentro do normal e apesar de querer acreditar nele, algo em sua expressão quando olhou o exame me faz desconfiar que esteja mentindo. Embora, não tenha comentado nada com Julie, porque, não quero deixá-la mais chateada.
Ao menos, não mais do que ela já está.
Isso porque, mesmo ela garantindo que suas dores estão muito intensas, ele nos mandou para casa dizendo que elas fazem parte do processo de recuperação e isso imediatamente fez com que ela ficasse muito irritada.
_ Ei! –Chamo com suavidade. Ela tira os olhos da janela e olha para mim. _ Não fique assim, anjo. –Completo e a puxo para o meu peito.
_ Não posso evitar meu anjo. Algo está errado. Eu sinto. Mas ninguém está me escutando e isso está me frustrando.
_ Eu sei. Mas ficar assim só está te fazendo mal. Se acalme, eu prometo que vamos descobrir o que está acontecendo. Está bem?
_ Está bem. Obrigada por estar comigo.
_ Eu sempre vou estar com você.
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Spin Off De Contratado Para Amar. -Contrato De Amor.
Roman d'amourE se Julie soubesse da existência do contrato de William e Fernando? Mas do que isso, e se a forma de pagamento do empréstimo de William, isso é o casamento entre ela e Will fosse orquestrada por ela e não por seu irmão? O que alguém é capaz de faze...