E se Julie soubesse da existência do contrato de William e Fernando?
Mas do que isso, e se a forma de pagamento do empréstimo de William, isso é o casamento entre ela e Will fosse orquestrada por ela e não por seu irmão?
O que alguém é capaz de faze...
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Minha primeira conversa com Julie após nosso tempo de colégio foi no bate papo privado da minha rede social quando ela me chamou para agradecer que eu havia aceitado sua solicitação de amizade.
E assim, da primeira, surgiram outras e a cada conversa nossa interação fluía facilmente, o que para mim era surpreendente, pois, não sou uma pessoa que se abre fácil, mas me vi me abrindo com ela sobre assuntos cada vez mais íntimos. E com ela, pareceu ocorrer da mesma forma.
Então, de repente, sem que pudéssemos notar, das conversas online passamos para as ligações e mensagens por celular.
Assim, fomos adquirindo cumplicidade e tive outra surpresa com meu próprio comportamento, pois, me vi sendo carinhoso, algo que nunca fui com ninguém além da minha família. Além disso, me via cada vez mais ansioso por nossas conversas, ligações e mensagens.
Mas havia um lado ruim em toda nossa cumplicidade e era que quanto mais sabia de seus conflitos familiares e das dificuldades da sua realidade, mais hesitava em tirar nossa relação do virtual e trazê-la para o mundo real.
Era um sábado comum e eu mandei mensagem para saber como ela estava.
''Bom dia princesa. Como está hoje? ''
'Sozinha e entediada.''
Sua frase fez meu coração se apertar e me vi tomando a decisão.
''Me passa seu endereço. ''
Era a segunda vez que eu pedia isso a ela. A primeira foi quando ela me chamou para o seu jantar de aniversário, o qual não compareci, embora estivesse tentado, pois, tinha muito carinho por ela, mas não sei se por receio da sua família entender nossa relação de forma errada ou por sua realidade, me faltou coragem e sei que ela ficou magoada.
Deve ser por isso que estava sentindo a necessidade de visitá-la naquele dia.
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Ela passou seu endereço e notei que ela morava a dez minutos da minha casa. O que, na verdade, fazia todo sentido, já que estudamos do mesmo colégio e somos do mesmo bairro em São Paulo.
Com isso, decidi ir a pé e logo me vi diante de grandes e altos portões de ferro, que eram a entrada para um sobrado envolto a muros, adornado por um pátio cinza e uma fonte enfeitada por roseiras.
Era como um castelo de princesa.
Vendo a construção imponente e luxuosa em minha frente, cheguei a pensar em voltar, mas não queria ter Julie magoada comigo novamente. Então mandei uma mensagem avisando que havia chegado.
''Estou aqui. Peça para abrirem para mim.''
Para minha surpresa, apenas alguns minutos depois de eu ter enviado a mensagem, os portões se abriram automaticamente. Entendi assim que eu deveria entrar e entrei.
