Capítulo 46.- Seu Porto Seguro.

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Acordei essa manhã com a notícia de que fui contratado pela empresa do meu cunhado e não posso estar mais feliz com essa notícia, porque, depois de não ter passado no primeiro processo seletivo que participei na Dragon Tec, já estava sem esperanças de conseguir um emprego nela.

Mas Fernando me convenceu a não desistir de trabalhar com ele, porque, segundo ele, haveria outros processos seletivos e aceitei esperar. Principalmente, porque tenho estado ocupado com a recuperação de Julie.

Aliás, foi por conta da recuperação dela que fui convidado a conversar com RH da empresa e nessa conversa descobri que vou trabalhar de modo remoto.

Apesar de ter ficado feliz com a notícia, porque, não quero deixar de cuidar e acompanhar Julie em sua recuperação, não quero pensar que Fernando tem algo haver com isso. Não quero tirar vantagem ou me aproveitar do fato dele ser meu cunhado.

Mas decido fazer vista grossa, porque, não é o momento de ser orgulhoso e Julie me ensinou que não devemos ter vergonha de pedir ajuda.

_ Está vendo. –Escuto a voz de nana ao abrir a porta de casa. _ Eu disse que você não iria conseguir descer sozinha. –Ela completa conforme entro e fecho a porta.

Sua fala imediatamente me deixa em estado de alerta e giro o corpo, lançando os olhos para as escadas.

_ Porra, Julie! –Voo escada acima e paro no degrau em que ela se segura no corrimão da escada para o segundo andar com as duas mãos e parece tentar descer a escada sozinha, de lado.

Desde o dia em que ela soube que com seu aparelho sentia menos dor na perna operada, tem tentado andar com ele, mas isso nem sempre dava certo e a prova disso é ela estar se agarrado ao corrimão, seus olhos estarem cheios de lágrimas e seus joelhos fraquejando. Ela iria cair  ajoelhada a qualquer momento.

_ Shiii! Passou meu anjo! –Finalmente a pego no colo e desço o restante das escadas com ela.

Sento com ela no sofá e a mantenho no meu colo.

_ Shiii! Eu estou aqui. –Garanto acariciando suas costas, enquanto as lágrimas ainda descem de seu rosto.

Seu choro baixo cessa e ela finalmente olha para mim. Seus olhos vermelhos e úmidos acabam comigo.

_ Está mais calma? -Pergunto preocupado.

_ Sim, amor. Obrigada.

Pouso meus lábios em sua testa.

_ Está doendo algo? -Pergunto apreensivo.

_ Não. Quer dizer, não fora o que já tem doído normalmente. –Tenta brincar._ Mentira. Agora também tem os estalos em meu joelho. –Completa chateada.

Suspiro, enquanto tento conter o ódio do médico dela. Julie há poucas semanas começou a sentir dor no joelho da perna operada, acompanhada de estalos nele. Como se não bastasse todas as dores e desconfortos deste procedimento, vinha mais essa.

_ Julie, me prometa que não vai tentar fazer algo assim novamente. –Peço angustiado ela me olha de modo triste. _ Você poderia ter se machucado seriamente, anjo. O que teria acontecido se eu não tivesse chegado?

_ Não brigue comigo, anjo. – Pede manhosa e derreto um pouco. _Sei que tem razão e entendo seu ponto. Mas estou frustrada.

_ Não estou brigando, anjo. Entendo como tem se sentido. Mas se você se lesionar, pode piorar ainda mais a situação. Então me prometa.

_ Tem razão. Está bem. Eu prometo.

_ Ótimo. Vamos?

Hoje Julie inicia uma reabilitação intensiva no Instituto Eficiente. Uma sugestão do duvidoso médico depois de muita insistência dela em relação as dores que tem sentido.

_ Você não vai comer? -Pergunta preocupada.

Meu coração se aquece porque mesmo com a dor e a chateação que sente, se preocupa comigo.

_ Não aqui. Vamos almoçar fora. Temos algo a comemorar.

_ Ah é? O quê?

_ Porque seu marido é o novo contratado da Dragon Tec. - Respondo sorrindo.

_ Ahhh! –Ela se lança no meu peito em um abraço desajeitado. _ Parabéns, amor! Isso é ótimo. Estou muito feliz por você.

_ Eu sei, anjo. Obrigada.

Nana surge na sala com a bolsa de academia de Julie, onde estão as coisas necessárias para a sua reabilitação, peço a ela que a leve para nós até o carro, enquanto levo Julie no colo até ele

Já do lado de fora, Edson abre uma das portas laterais do carro, conforme vou sentando Julie no banco traseiro, a sinto começar a ficar rígida nos meus braços e quando finalmente a sento, noto por sua expressão e pela forma que segura o próprio joelho que ela está sentindo dor.

Meu sangue ferve de ódio por seu médico novamente. Cada vez gosto menos dele.

Além disso, a sensação de que há algo errado com a recuperação dela não me deixa.

Mas eu realmente espero estar equivocado.

Quando chegamos ao instituto vamos direto ao setor de fisioterapia adulto e entramos em um ambiente que lembra uma academia, com a diferença de alguns aparelhos e objetos específicos, além de tablados de alongamentos.

_ Olá novamente. –A mesma fisioterapeuta que acompanhou o exame computadorizado de Julie nos recebe. _ Lembram de mim?

_ Sim. -Responde minha esposa sem vontade.

_ Então, sou eu quem vou atendê-la.

_ Que legal. –Responde com uma falsa animação.

_ Bom, vamos começar. Pode colocá-la deitada no tablado. –Fala se dirigindo a mim.

Aceno com a cabeça, a pego no colo com cuidado e a deito no tablado. Como tem acontecido várias vezes durante esse processo, ela me olha como quem pede socorro e sem ter o que fazer, deixo um beijo em sua testa e me afasto.

Mas alguns minutos depois, conforme a sessão transcorre, me vejo tentado a encerrá-la e ir embora.

Isso porque, embora tente se fazer de forte e conter as expressões de dor, provavelmente para que eu não me preocupe, não consegue. Não só porque a conheço bem, mas porque seus olhos lacrimejam diversas vezes.

Por isso, fico aliviado quando Roberta avisa.

_ Está bem. Por hoje chega.

Spin Off De Contratado Para Amar. -Contrato De Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora